quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pátria educadora


Bela frase de marketing! Mas, na verdade o que temos é uma “pátria deseducadora”, com exemplos dos nossos maiores dirigentes sem ética nenhuma no trato com coisas públicas.
Como acreditar em “pátria educadora” em um país em que a maior parte dos nossos municípios não possui o mínimo de condições para oferecer aos seus alunos um razoável ensino básico?
Nessas condições, aqueles que ultrapassam o nó do ensino médio e chegam às nossas universidades, muitas vezes não apresentam condições para participar de certos cursos, como por exemplo, engenharia civil, se não tiverem aulas de recuperação em matemática.
A expansão irresponsável do nosso ensino superior, sem cuidados com a qualidade do ensino básico, nos fez chegar ao FIES, que é um programa social revestido com o nome de Fundo de Financiamento Estudantil para custear o estudo de jovens sem recursos para frequentar as universidades privadas, maioria neste país. 
Feito às pressas, aquele programa está condenado ao fracasso, deixando em situação difícil milhares de jovens universitários e suas respectivas instituições.
O governo tem de assumir o comando da educação por ser fator decisivo para o nosso desenvolvimento social e econômico.
Para isso é necessário que a “Pátria educadora” absorva o ensino básico nos municípios pobres, como bem lembra o educador e Senador Cristovam Buarque.
Criar slogans e deixar a banda passar não resolverá em nada as nossas necessidades de produzirmos doutores para o mundo competitivo do conhecimento.
“Nossas escolas são do século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI”.
Não sendo atrativa, a evasão escolar no ensino médio continua a ser o nosso maior desafio.
Educação é prioridade nacional, dizem todos, porém, nunca multidões saíram às ruas reivindicando esta melhoria.
Quando o Senador Cristovam Buarque foi candidato à Presidência da República, o seu programa de governo se resumia em apenas uma prioridade: Educação.
Foi até debochado no Programa da Rede Globo, que disse ser ele o candidato de uma proposta só, e que isso interessaria a todos os brasileiros.
Apurada as eleições, o educador obteve 2% dos votos dos brasileiros.
O governo tem de demonstrar com atos concretos que, realmente, a educação é a nossa necessidade primeira.
Às ruas povo brasileiro, por uma educação de qualidade! - poderia ser a próxima marcha.

Gabriel Novis Neves
21-04-2015

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