sexta-feira, 8 de agosto de 2014

TEMPLO NUBLADO

Lá se vão os tempos em que os desígnios de vida e de morte eram ditados pelas leis da natureza.
Nascia-se e morria-se pelas justas causas, tal como todos os movimentos telúricos mantêm o mundo em movimento no seu processo de criação ou de destruição.
Esse processo tem sido atropelado pela justiça dos homens. Ela decide quando, quantos e porque alguns de nós seremos sacrificados prematuramente...
Mísseis de altíssimo poder destruidor são lançados contra populações civis inocentes, atingindo, inclusive, um grande número de mulheres e crianças de uma maneira absolutamente cruel e despropositada.
Aviões com rota comercial pré-determinada são igualmente abatidos indiscriminadamente por mísseis lançados de terra, coisa até então impensada.
O que mais me espanta é que os organismos internacionais criados para  que essas barbáries sejam coibidas, simplesmente não se manifestam.
Disputas étnicas, territoriais, econômicas e religiosas se sobrepõem  a todo e qualquer tipo de raciocínio, e a máquina mortífera continua disparada sem que nada possamos fazer.
Perdeu-se totalmente o sentimento de compaixão com a coletividade e, ao que parece, a preocupação é dizimar a humanidade.

Realmente, o recrudescimento da violência pelo mundo nos assusta e nos desalenta com relação ao futuro.

Afinal, que mundo é esse que nos seduz através de um consumismo exagerado de bens materiais  e, ao mesmo tempo, nos acena com mortes  prematuras e injustas num mesmo processo autofágico?
O que poderá deter tanta insanidade, já que os discursos políticos e  religiosos não estão conseguindo fazê-lo?
Diante de tanta insensibilidade, e no momento em que desfrutamos das mais altas tecnologias, paro para pensar se não seria  de bom alvitre pedir à grande nave humana  pilotada por tanta incompetência que pare alguns instantes para que eu  e outros tantos inconformados possamos descer...

Gabriel Novis Neves
18-07-2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.