quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

ELEIÇÕES NA UFMT


Recebi um áudio de um abalizado jornalista, por sinal ex-aluno de Direito da nossa UFMT. Depois, também um telefonema.


Trabalhamos juntos por um tempo. Eu na implantação do curso de Medicina da UNIC, ele na TV da universidade particular.


Dizia-me da necessidade que havia de discutirmos a próxima eleição da reitoria da UFMT.


Frisava que, na opinião dele, trata-se de eleição tão importante como a da Prefeitura de Cuiabá.


Nesse processo eleitoral, faz-se indispensável o envolvimento da sociedade mato-grossense e cuiabana.


Não basta que reclamemos, pelos quatro cantos, que ela está sucateada, que os seus prédios estão a pedir socorro.


Importa trabalhemos para mostrar a parte boa, que são seus professores, todos eles concursados e com pós-graduação em mestrado e doutorado. Quantos há com pós-doutorado!


Muitos dos nossos mestres fazem parte da comunidade científica nacional, quando não internacional, com teses brilhantes, dignas de aplauso.


No âmbito do câmpus, a maioria permanece desconhecida, com seus trabalhos enterrados sob a laje do esquecimento. Mais: sua trajetória, quem é que lhes conhece os percalços?


 Na minha área da medicina, trago-lhes à cena o anonimato de nosso colega cardiologista que foi premiado em uma universidade americana.


Sua tese de doutorado foi referência para a inclusão de antibiótico profilático nos protocolos nacional e internacional dos implantes de marcapasso cardíaco.


Seus colegas de academia desconhecem esse feito do ex-aluno e professor. Não posso deixar de aplaudi-lo: parabéns, Dr. Júlio César!


Na física e engenharia não poderia me esquecer da Profa. Iramaia, de projeção nacional. O mesmo se diga do Prof. Alex Neves, conferencista internacional.


Quantos exemplos poderia contabilizar para atestar o desenvolvimento científico de nossa universidade!


No mais das vezes, emerge a nossos olhos tão só a parte física da Universidade, maltratada, judiada. De certa forma, abandonada.


E saber que, num passado não distante, a UFMT foi um brinco! Sim, foi ponto turístico de Cuiabá, visita obrigatória a todos que nos visitavam.


Dou-lhes o testemunho de quem dela foi, em parceria com tantos, seu pedreiro. Orgulhosamente eu o digo: assentei-lhe os primeiros tijolos. A obra ficou à perfeição porque investimos nela o melhor de nossas forças e talento.


Como dizia o imortal Vinícius de Morais: ‘As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental’.


A nossa Universidade precisa trazer a sociedade para próxima de si. Melhor ainda: para dentro de seus contornos, mostrando o que somos e o que ainda temos condições de fazer.


Dói ouvir relatos de pessoas que dela receberam inteira preparação intelectual, que se entristecem por causa do descaso como a tratam. Seus prédios, como estão às traças!


Não há como negar que o mais difícil já foi feito, que é o seu belo arsenal docente.


Capitalizemos forças da própria sociedade que a UFMT ajudou a formar para não perdermos a finalidade a que ela se propõe: continuar a formar gente de qualidade.


Urge um administrador de alto nível para que a UFMT não venha a se tornar um ‘elefante branco’: algo de conservação dispendiosa, mas de pouca relevância aos olhos da sociedade.

 

Ai de nós se, em pleno solo do Coxipó da Ponte, viermos a plantar uma geringonça!


Para descair do prestígio é fácil. Duro foi conquistá-lo.


Gabriel Novis Neves

25-1-2024








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