Vira e mexe me encontro em briga com as vírgulas dos meus textos, que indicam pequenas pausas na entonação da leitura.
Escrevo a crônica e deixo “secar” por algum tempo, que pode ser de horas ou dias.
Releio, faço ajustes e depois em voz alta, chamo a funcionária de plantão para ouvi-la.
Algumas concordâncias gramaticais e repetição de adjetivos são ajustados para facilitar a leitura, como costuma dizer o meu perpétuo editor Dr. João Cunha.
Envio então o texto para revisão da minha cunhada Christina Meirelles, que se graduou em Serviço Social e Pedagogia.
Quando ela me devolve, poucas vezes faço modificações e envio ao editor para publicação e ilustração no blog do bar do bugre.
O maior problema que encontro na elaboração de uma crônica é com a colocação das vírgulas.
Também no sentido de escrever algo que não corresponda à realidade de fatos vividos por mim.
Muitos dos meus textos nascem de uma construção coletiva do meu passado, presente e situações do cotidiano.
A colocação das virgulas são decididas com a sonoridade das frases, e isso nem sempre é compatível com as regras gramaticais, onde todo final de frase é marcado por uma cadência.
Assim como a arte visual é tudo aquilo que vemos e apreciamos, assim deveriam ser as virgulas, mas não são.
Fazem parte da ortografia o uso dos sinais gráficos, de pontuação e a crase.
A gramática significa o conjunto de prescrições e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada.
De tempos em tempos é alterada, e eu não estou para contrariá-la, muito menos, brigar com ela.
Para limpar o texto escrito preciso de auxiliares competentes, para me proteger da academia, sempre atenta aos detalhes.
Detalhes tão simples só são percebidas pelos vigilantes gramaticais e ortográficos.
As vírgulas desnecessárias, ou mal colocadas, podem alterar o sentido da frase, até concordo, mas retiram, às vezes, a musicalidade dela.
Desta briga, que na verdade nunca existiu, nascem outros textos feitos com a liberdade de ter apenas um compromisso, que é com o seu autor e seus leitores.
Gabriel Novis Neves
04-06-2022
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