sábado, 11 de dezembro de 2021

ERA DE OURO DO RÁDIO


Sou da geração do apogeu do rádio no Brasil. Os programas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro eram ouvidos quase como devoção em lares do interior do Brasil, principalmente.


Certo domingo, já estudante no Rio de Janeiro recém-chegado de Cuiabá, fui convidado pelo primeiro prefeito eleito do município do Alto Paraguai a acompanhá-lo à Rádio Nacional!  O convite que recebera era um verdadeiro prêmio.


Na minha adolescência ouvia a transmissão dos jogos do campeonato carioca pela Rádio Nacional. Seus locutores eram o Antônio Cordeiro e Jorge Cury. O comentarista era o Luís Alberto. Na escuta de rádios o jovem, hoje pertencente à Rede Globo, Leo Baptista.


Não perdia nas sextas-feiras o humorístico “Balança Mas Não Cai”, na década de 1950. Tinha como atrações principais o quadro do Primo Rico (Paulo Gracindo) e Primo Pobre (Brandão Filho).


“Nada Além de Dois Minutos” era sucesso também, apresentado pelo médico-obstetra Paulo Roberto, e tantos outros.


Com o advento da televisão no Brasil, seus programas migraram para lá, e o rádio foi substituído em audiência pelas hoje “Redes de Televisão”.


Deixei o modesto hotel onde estava hospedado “seo” Mário Vidal, no centro do Rio de Janeiro, pegamos o bonde  e chegamos à Praça Mauá.  Nos dirigimos então ao prédio altíssimo de “A Noite”.


Na portaria, o Prefeito de Alto Paraguai exibiu seus documentos ao ascensorista que nos levaria ao último andar do prédio onde se localizava o auditório da rádio famosa. Sentamos nas cadeiras da primeira fila do auditório com poucas pessoas naquela noite.


O funcionário recebeu da autoridade mato-grossense, o recado que desejava falar antes de iniciar o programa “Nada Além De Dois Minutos”, com seu apresentador.  


Conduziu-nos então até o camarim do Dr. Paulo Roberto. Este nos recebeu com extrema cordialidade e na ocasião o Prefeito lhe disse o motivo da sua visita. A pequena cidade que governava ao norte de Mato-Grosso precisava muito do seu auxílio.  Solicitou ao apresentador do programa radiofônico de grande audiência, que fizesse “no ar” um apelo às nossas autoridades federais para ajudar o seu carente município nas áreas da educação, saúde e transporte principalmente.


Momentos depois, sentados no auditório, ouvimos o apresentador do programa de rádio, pedindo ajudas para o Alto Paraguai.


Como muitas coisas que acontecem em nossas vidas, somente por intermédio das boas amizades pude realizar um dos sonhos da minha juventude de menino do interior: conhecer “artistas” da Rádio Nacional!


Gabriel Novis Neves

08-12-2021



















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