sábado, 29 de maio de 2021

FUNCIONÁRIAS DO LAR


São pessoas indispensáveis na manutenção de um lar.


Cuidam da cozinha, limpeza, lavagem de roupas, atendem telefonemas, interfones, sendo que em alguns casos são importantes como companhia à noite.


Amigos contam histórias bizarras, que mais parecem piadas de humor, sobre essas verdadeiras heroínas.


Soube dia desses que um velho amigo, ficou em sinuca de bico, e com razão.


O médico receitou ao velho, evitar ao máximo carne vermelha. Uma ou duas vezes por semana, tudo bem.


No dia do plantão de emergência dessa funcionária, o almoço estava pronto, e era uma deliciosa tilápia.


A cozinheira disse qual era a comida do dia e, para sua surpresa, ela respondeu que não gostava de peixe.


Foi uma correria para descongelar a carne, para fazer um bife, seu prato predileto.


Outra historinha que me contaram foi quando uma funcionária nova veio trabalhar em um domingo pela manhã.


O velho ganhou o almoço de uma neta. Era um delicioso quibe cru feito com muito carinho por filha de libaneses.


Ela não deixava ninguém comprar a carne especial para fazer o quibe cru.


Na hora do almoço, segundo relato, ela disse ao patrão que não comia carne moída e crua.


Foi um Deus nos acuda para atender aos hábitos alimentares dessa mulher.


Outros relatos no mesmo sentido nos dão conta de jovem funcionária que não come arroz.


Nada de indicação médica.


Dessas histórias a mais curiosa é da cozinheira que tem alergia a bananinha, abacaxi, sumo do limão e sardinha.


Tudo na vida exige concessão para que haja equilíbrio entre seres humanos.


Isso requer de todos que trabalham com a coletividade, muito berço e dedicação emocional.


Estamos sempre aprendendo, mesmo com os desníveis sociais.


Hoje, elas apreendem com os mais preparados. Depois, estes precisam aprender com elas.


Gabriel Novis Neves 

17-05-2021

sexta-feira, 28 de maio de 2021

BÉ E NINA


Conheço duas pequenas e lindas crianças, uma de quatro e outra prestes a completar três anos.


São primas irmãs, mas foram criadas juntas, por isso são mais que irmãs gêmeas.


Passam brincando o dia todo, vestem roupas idênticas e, embora seus pais possuam casa própria, preferem passar o dia na casa da vovó. E adoram dormir por lá.


Mais crescidas, já conseguem dormir nas suas casas, mesmo assim priorizam passar a noite ora na casa da Bé, ora na casa da Nina.


São duas criaturas encantadoras, que a todos emocionam pelo amor que transmitem.


Dia desses recebi de surpresa a visita da Nina, que pediu à sua avó que a trouxesse em minha casa.


Estava com saudades, com certeza.


Este ano, por problemas de saúde e pandemia, não havia ainda recebido esse presente da natureza.


O encontro foi emocionante! Estava no escritório onde trabalho.


Pelo calor de Cuiabá a porta sempre fica fechada por causa do ar refrigerado.


A Nina abriu a porta e veio direto ao meu colo onde me beijou e recebeu afagos.


Depois de conversarmos muito, pediu para ir ao dormitório ao lado para mamar. Quando bebê era lá que esvaziava as mamadeiras.


De barriga cheia insistiu para brincar na brinquedoteca, que fica na parte de cima da cobertura do apartamento onde moro.


Ficou por lá com a babá por um bom tempo.


Voltou ao meu escritório onde continuava conversando com a sua vó.


Disse que voltaria em outro dia para tomar banho pelada na piscina e molhar as plantas.


Felizes, nos despedimos nesse encontro de gerações.


Perguntei por que a Bé não veio. Ela respondeu que a Bé estava muito cansada por estar ajudando a cuidar do seu irmãozinho recém-nascido.


Garantiu que na próxima visita viria com a Bé para brincar nas cadeirinhas de balanço.


Também falou que não quer neném novo na sua casa.


Criança dos tempos atuais compreende as sensações de maneira exata.


Gabriel Novis Neves

27-05-2021

quinta-feira, 27 de maio de 2021

ATESTADO MÉDICO


Conheço atestado médico desde que me conheço por gente. 


Para frequentar as aulas da Escola Modelo Barão de Melgaço, onde fui alfabetizado, até entrar no difícil vestibular de medicina da Praia Vermelha no Rio de Janeiro, sempre precisei do atestado médico.


Para cumprir minha obrigação com a pátria brasileira, no Centro Profissional dos Oficiais da Reserva (CPOR), ser efetivado nos concursos públicos em que fui aprovado, o atestado médico era indispensável!


Por trinta anos exerci muitas funções públicas de relevância, tanto em âmbito estadual como federal – aí nunca me foi exigido o atestado médico!


Como médico atuante por mais de cinquenta anos, atendendo solicitações justas dos meus clientes, forneci centenas deles, sem ônus aos mesmos.


Uma minoria tem o hábito de cobrar por esta declaração.


Nos tempos modernos a consulta é dada pelo celular à distância, com seus devidos honorários pagos pelo PIX do cliente.


Acabou aquele ensinamento da anamnese e exame clínico bem feito, quando oitenta por cento da hipótese diagnóstica, muitas vezes sem o apoio dos exames laboratoriais, eram acertadas.


Nos tempos modernos se um paciente for a um especialista (não existem mais médicos generalistas) e sair da consulta sem o pedido de nenhum exame complementar, esse médico é mal avaliado pelo seu cliente, e o infeliz logo procura um que lhe peça quilos de exames.


Com a pandemia,  em um país onde há falta de vacinas para Covid19, os atestados médicos foram ressuscitados, mais sofisticados, inclusive, com o número do Código Internacional das Doenças (CID)!


O pobre necessitado dessa vacina se não tiver um atestado médico, dificilmente conseguiria essa façanha, apenas possível em alguns micros municípios deste enorme Brasil!


Se a gente pode dificultar a vacinação em massa, quando as vacinas chegarem, porque não complicar?


Tenho fornecido muitos atestados à pessoas pobres que precisam se vacinar mas que não encontram quem forneça os famosos e burocráticos atestados.


Penso às vezes que os benefícios da modernidade, e são inúmeros, premiam os mais favorecidos social e economicamente.


Que a pandemia limpe a pesada máquina burocrática que tão mal faz aos brasileiros, especialmente aos mais pobres!


Gabriel Novis Neves

26-05-2021

quarta-feira, 26 de maio de 2021

MUDANÇA DE COR


Diz o meu vizinho que, após a queda que ele levou no banheiro, está bem, porém nota mudança de cor na sua pele.


Telefonou ao seu médico para saber se essa mudança era normal.


O médico lhe perguntou qual a cor da sua pele agora.


Ele prontamente respondeu: - estou roxo.


O médico lhe parabenizou pela nova cor, informando-o que roxa é a cor preferida entre nove de dez modelos.


- Então meu doutor, a queda me deixou bonito de pele roxa- respondeu meu vizinho bem humorado.


- O roxo vai desaparecer com o tempo-falou o médico.


- Então voltarei a minha cor habitual?- indagou meu vizinho meio desapontado, pois já estava gostando da mudança da sua cor.


- Sim- respondeu o doutor do outro lado da linha.


O velho amigo descrente, contou o fato à sua mulher.


- Então, você ficará feio para o resto da vida? – Ela indagou.


- Quando você casou comigo, disse que eu era bonito, agora que estou velho, você vem com essa? – perguntou meu vizinho.


Não satisfeito, ele telefonou para uma rede de farmácias, indagando se tinham algum remédio para passar no corpo para manter a mudança de cor.


A atendente não entendeu nada, mas encaminhou-o a uma farmácia de manipulação.


O velho não desiste e telefonou para várias farmácias de manipulação.


A resposta foi só uma em todas - não existe isso.


Meu amigo não desistiu de manter a sua cor atual.


Apelou para centros de umbanda, onde tomou muita pinga e fumou charutos a noite toda.


Adquiriu um livro de simpatias de umas duzentas páginas, povoado de centenas de receitas para permanecer com a pele roxa.


Prometeu à sua mulher que tentaria obedecer a todas as simpatias do livrão.


Até que ponto vai a vaidade humana, que não respeita ideologia e idade!


Ainda dizem que vaidade é coisa de mulher.


Gabriel Novis Neves

19-05-2021

terça-feira, 25 de maio de 2021

COVID-19


Este vírus já percorreu quase todo o planeta Terra: EUA, Canadá, Américas Central e do Sul, Europa, Ásia, Oriente Médio, África do Sul, Austrália e pequenas ilhas próximas à Oceania.


Por onde passou causou terror e morte, e se instalou a pandemia.


Só respeitou a Antártica e o Polo Norte.


Passado mais de um ano do aparecimento desse vírus mortal, é interessante verificar como esses países reagiram em relação a ele.


A vacinação, muitas vezes obrigatória, o isolamento social, que variou de país para país, o uso de máscaras, que se tornou quase universal e o número de óbitos, que foi e continua sendo, assustador.


O toque de recolher, a proibição de voos internacionais, o fechamento de fronteiras, ocasionaram muitos desarranjos sociais e econômicos, o que fez aguçar a imaginação de economistas do mundo todo para reerguer a economia duramente afetada.


Neste momento entra a solidariedade. Países mais ricos ajudam os mais pobres, e alguns governos criam artifícios sociais para aqueles que perderam seus empregos.


Diante dessa situação de calamidade universal, os EUA estão doando vacinas, mas não conseguiram vacinar toda a sua população de trezentos e vinte oito milhões de pessoas!


Um terço da sua população simplesmente se nega a vacinar - por crença ou desconfiança.


A resistência por parte dos americanos coloca em risco o sucesso da estratégia de imunização do país.


O governo americano criou um estímulo para combater a Covid19 pelo uso da vacinação.


Na capital americana as primeiras pessoas que receberam uma dose da vacina na véspera do Dia das Mães, ganharam flores e plantas!


Cerveja, maconha e dinheiro, desconto no supermercado, em restaurantes premiados, ingressos para jogo de beisebol, sorteio de um Chevrolet Camaro, são alguns incentivos oferecidos por empresários e governos locais.


O governo federal também oferece crédito fiscal para empresas concederem folga remunerada aos funcionários que precisam do dia livre para receber a vacina.


“Deus dá o frio conforme o cobertor”, é a explicação que tenho para o país que não possui analfabetos e é a maior economia do mundo, onde um terço da sua população se recusa a vacinar!


Gabriel Novis Neves

23-05-2021

segunda-feira, 24 de maio de 2021

RAÍZES DO PASSADO

 

Raízes do Passado é um livro publicado por um economista em mil novecentos e noventa e cinco. O prefácio, feito por um médico, julguei interessante e atual.


Resolvi compartilhar com os leitores, especialmente os mais jovens.


“Todo ser humano nasce bom. A sua relação com o ambiente a que é integrado, aliada ao comportamento da sua carga genética, é que determinará o que o indivíduo será quando atingir a fase adulta”.


“A genética se revela cada vez mais importante, e considero mesmo que o sucesso futuro da Medicina estará no seu completo conhecimento e domínio”.


“Em todos nós sempre haverá um sentimento de ansiedade em saber de quem procedemos, até a mais longínqua ascendência”.


“Isto trazemos do berço, embora muitos consciente ou inconscientemente, procurem ignorar e assim se tornam, sem perceber, em permanentes anseios”.


“O Homem, como espécie animal, tem a tendência de se constituir em família, e é a agregação desta que constitui qualquer sociedade humana”.


Ocorrendo a desagregação das famílias, teremos uma sociedade aberrante, com menores nas ruas, delinquência, marginalidade, perversões as mais diversas, criminalidade, etc.


Se outros Novis não nos forem mandados, a minha geração poderá ser a ultima.


Ganhei uma esperança com o nascimento do meu quarto bisneto, que carregará como os outros três o meu sobrenome.


Hoje de manhã, por imagem, visitei o João Gabriel ainda na Maternidade.


Passou bem á noite e está sugando o peito da mãe com apetite de criança saudável.


Agradeço aos meus familiares e amigos que torceram por mais esse milagre da natureza.


Acredito que nasceu com uma boa genética.


Crônica de um bisavô no puerpério.



Gabriel Novis Neves

21-05-2021

domingo, 23 de maio de 2021

FESTA DO DIVINO


A Festa do Senhor Divino acontece sempre na segunda semana do mês de Maio.


Um casal de festeiros e os capitães de mastro são escolhidos pelos paroquianos. 


Os festeiros e os devotos saíam da Catedral, após as missas da madrugada, acompanhados por uma bandinha de música e percorriam as casas da cidade pela manhã e à tarde.


Até o início da década de cinquenta, meu pai tirava esmola no segundo dia à tarde e eu o acompanhava.


Ele saía com a bandeira do Espírito Santo. Sentia grande emoção quando o caixa da Catedral retirava as notas de dinheiro amarradas  na bandeira e as colocava em uma pasta, pois não havia mais lugar para prender novos donativos.


Hoje Cuiabá, com mais de seiscentos mil habitantes, não sei quantas manhãs e tardes seriam necessárias para esse ritual de fé cristã.


No final do período das festas, após a procissão da tarde, havia as barraquinhas,  onde se vendiam os melhores petiscos, como caldos, churrasquinhos e espetinhos, além dos tradicionais doces cuiabanos e salgadinhos.


Todo dinheiro arrecadado pelos fiéis do Divino Espirito Santo era revertido para fins filantrópicos.


Com a Covid19 as missas passaram a ser virtuais, bem como as visitas domiciliares.


Também as procissões são virtuais e as barraquinhas foram suspensas no encerramento da festa.


Este ano a festa do Divino foi do dia treze de Maio a vinte e três de Maio.


Em meio a uma semana,  na qual recebi muitas graças, tive o privilégio de acompanhar, às primeiras horas da manhã, com um céu nublado e garoando, a carreata do Divino. 


A carreata passou  pela rua onde moro com caminhão de som tocando músicas sacras, os fiéis rezando, e acompanhada por dezenas de automóveis.


Peço ao Senhor Divino que nos livre o mais breve possível desta terrível pandemia, causadora de milhares de mortes e miséria no planeta Terra.


Queremos preservar para as futuras gerações esse ritual milenar em uma cidade católica como Cuiabá.


Gabriel Novis Neves

23-05-2021

sábado, 22 de maio de 2021

PALAVRAS EM DESUSO


Quem não se lembra do apogeu do termo bossa nova, no final dos anos cinquenta?


O Presidente do Brasil, Juscelino Kubistchek era chamado de “presidente bossa nova”, quando iniciou a industrialização do país e a construção de Brasília.


E tudo que fugia a rotina do nosso dia- a- dia nos causava estranheza. A música cantada bem baixinha, geralmente pelos próprios compositores da melodia, deu origem ao antigo movimento musical consagrado com o nome de “bossa nova”, que ficou conhecida no mundo todo.


Era uma mistura de samba com o jaz americano, sendo seu expoente máximo o baiano João Gilberto.


Hoje quase não ouvimos mais esse termo. Temos novos em seu lugar, como negacionista e protagonista.


O protagonista é usado à exaustão, principalmente entre jornalistas esportivos.


“O jogador tal foi o grande protagonista do jogo; o clube tal necessita comprar alguém para ser protagonista; infelizmente hoje o fulano de tal não foi protagonista do jogo”.


Vamos ouvir e ler por muito tempo esse adjetivo, que representa um personagem que desempenha o papel principal.


Os formadores de opinião gostaram desse termo, como antigamente adoravam bossa nova.


Outro termo da moda é o negacionista, que teve seu apogeu na eleição do último presidente do Brasil, e praticamente dividiu a nação entre negacionistas (pessoas do mal) e antinegacionistas (pessoas do bem).


Não vou entrar nessa discussão, porque daqui a pouco entram em desuso.


A língua portuguesa é muito criativa, e fico lembrando “modismos linguísticos que provocavam o empobrecimento vocabular”.


Essas expressões citadas correm o risco de se tornarem “cafonas”.


As expressões que selecionei como os da moda atual, algumas transformam a linguagem em chata ou pedante, outras são absolutamente inexpressivas e desnecessárias como: a nível de, gerundismo e junto a.


A nível de, talvez seja a expressão mais desagradável de todas.


Gerundismo é o campeão dos campeões quando o assunto é modismo literário.


Junto a: antigamente era um advérbio de lugar, de repente virou modo, especialmente entre os jornalistas.


Vou ficar por aqui para não me tornar um velho chato.


Gabriel Novis Neves

07-05-2021

sexta-feira, 21 de maio de 2021

TIPOS DE LAZER


Alguns preferem viajar, outros frequentarem bons restaurantes, Shoppings, até mesmo ficar com amigos jogando conversa fora.


No pantanal mato-grossense os melhores tipos de lazer são a pesca nos rios e caçadas de espera.


Na caçada de espera, os caçadores sobem em uma árvore a noite e ficam horas sem se mexerem e mal respiram, à espera de um animal silvestre para abatê-lo com tiros certeiros.


O animal preferido por eles é a paca.


A melhor época para se caçar no pantanal é na lua nova.


Nesse período a natureza oferece mais alimentação e atividade durante a luz solar.  Quando a noite chega os amimais se recolhem para dormir.


E é nesse momento que os caçadores abatem suas presas.


Outro tipo de lazer é a pescaria nos rios do pantanal.


A pescaria é uma técnica para pescar grande quantidade de peixes.


Tilápia é o sonho de todo pescador, podendo ser retirado dos rios sem necessidade de isca no anzol.


Seu peso pode chegar até a cinco ou seis quilos.


Todo pescador exagera um pouco na pesagem virtual do seu feito, fruto de pura emoção.


No Brasil a pesca predatória e a caçada são crimes ambientais.


Infelizmente as leis existem, mas não são cumpridas.


É bom conhecer o universo para entendermos as coisas, especialmente aquelas que nos dão prazer.


Será que o americano não escolheria o hambúrguer, o argentino dançar tangos, o colombiano cantar sua música nacional, a Cumbia, como tipos de lazer?


Tudo no mundo é relativo, especialmente seus tipos de lazer.


Gabriel Novis Neves

20-05-2021

quinta-feira, 20 de maio de 2021

NASCIMENTO

 

Acordei mais cedo!  Pela janela do meu quarto no vigésimo andar do edifício onde moro, pude contemplar  o brotamento do sol.


Um céu totalmente azul, sem uma única nuvem! As estrelinhas já haviam ido dormir.

 

O amanhecer é um espetáculo da natureza como o nascimento, seja de seres humanos, irracionais e vegetais.


Ê bonito acompanhar um  bebê nascer, crescer e se desenvolver,  como uma orquídea quando suas flores brotam.


No instante que uma criança nasce, renasce uma mãe.  Sempre! 


A família fica mais rica e bela.


O bebê dá muito trabalho?


Dá. E a mãe recebe como um presente as vinte e quatro horas que se dedica a ele.


Quando um bebê nasce, ele é bombardeado por impressões, barulhos e cheiros, todos os sentidos são aguçados e “usados” pela primeira vez.  


O peito da mãe nesses minutos iniciais da vida é essencial, fundamental. É a própria vida! 


Acabou de nascer de parto cesariana, às onze horas e cinquenta e nove minutos, do dia vinte de maio de dois mil e vinte e um, o meu quarto bisneto, o João Gabriel. Seja bem vindo! 


O guri saiu do útero materno chorando, medindo cinquenta centímetros e pesando três quilos quatrocentos e trinta e seis gramas.


 Após ser examinado pela pediatra, foi levado pelos braços do pai para o aconchego da sua mãe e colocado no seio materno. Quando sugou e parou de chorar.


 Acompanhei por vídeo, em tempo real essa maravilha da natureza que é o nascimento.


 Breve estará no quarto, pregado à sua mãe.


 Que Deus abençoe o João Gabriel, protegendo-o por toda a sua vida.


Gabriel Novis Neves

20-05-2021

quarta-feira, 19 de maio de 2021

MÊS DE MAIO


Muitos amigos têm manias   de superstições. Não levantam da cama com o pé esquerdo e sem ler no celular o horóscopo do dia.


Nos trabalhos coletivos temos companheiros que não largam a fitinha benta do Senhor do Bonfim, amarrada ao pulso esquerdo ou direito, dependendo da ideologia.


A grande maioria dos jogadores de futebol brasileiro não entra em campo sem antes fazer o sinal da cruz. Se fôssemos  citar as mais recorrentes superstições, escreveríamos uma enciclopédia.


A glória dos supersticiosos é o dia trinta e um de dezembro.


Na verdade todos nós temos, pelo menos, uma superstição.


Dentre as superstições, a mais cultuada é aquela referente a um mês do ano. 


Como dizem os cuiabanos de chapa e cruz, devemos ter muitos cuidados com os meses do ano, pois todos têm um acontecimento negativo, o que basta para torná-lo supersticioso.  


Os supersticiosos adoram contar suas façanhas, especialmente quando cheias de coisas inacreditáveis.


Ouvimos com atenção essas histórias,  como a de  um vizinho que temia  o mês de maio. Disse ele: “ Estamos no início de maio e tanta coisa já aconteceu comigo. Ameaças de corte de salário da aposentadoria”


E prossegue: “visitas urgentes de pedreiro, marceneiro, pintor, técnico em computação. O pior foi a queda, no banheiro causado por hipotensão da desautonomia”. 


Continua contando sua falta de sorte: “Montamos uma UTI em casa, por medo da Covid 19, onde recebia todo o tratamento adequado.”


Com ajuda dos filhos, acredita na sua cura total.


Tudo não passou de um grande susto de maio, e me tornei herdeiro dessa superstição. 


Gabriel Novis Neves

18-05-2021

ANJOS DA GUARDA

 

Segundo a definição de Houaiss, anjo significa pessoa boa e tranquila.


Nas crenças cristãs, os Anjos da Guarda são anjos que Deus envia para nós quando nascemos e que irão nos proteger durante toda a nossa vida.


A Bíblia nos diz: “Vou enviar um anjo adiante para ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei”, o que reforça a crença do Anjo da Guarda. 


O chefe dos anjos são os arcanjos - em numero reduzidíssimo.


Na nossa vida encontramos pessoas maravilhosas que tratamos de anjos.


São as professorinhas que nos ensinaram o bê-á-bá, os antigos médicos da família que atendiam em casa seus pacientes, as “tias” que ajudavam na nossa educação quando as famílias eram numerosas, os verdureiros que ofereciam seus produtos na porta da nossa casa, hoje inexistentes e substituídos pelos supermercados e, por que não, as nossas namoradinhas? 


Eram pessoas boas e tranquilas que chamávamos de anjos.


Podemos encontrar Anjos da Guarda nos filhos amorosos, nos netos presentes e bisnetos, criancinhas adoráveis.


Algumas famílias têm a felicidade de ter Anjos da Guarda entre seus descendentes.


A chegada de um novo filho é esperada com ansiedade e, durante quarenta semanas, a mãe pede a Deus um bom Anjo da Guarda para protegê-lo neste mundo tão desigual e injusto.


Estou na expectativa da chegada de mais um descendente.


Peço a Deus que lhe dê um arcanjo protetor, que pode ser o Gabriel.


Gabriel Novis Neves

18-05-2015

domingo, 16 de maio de 2021

AMOR SE APRENDE

 

O psicanalista Contardo Calligaris diz que o amor é uma coisa que se aprende.


Aprendemos a amar quando nascemos, mas temos que ser motivados.


Aprendemos o amor nos livros, pinturas, filmes e músicas.


Na música é possível cantar o amor, mesmo quando não há.


Compositores famosos Tom Jobim, por exemplo, cantou o amor em suas canções, como em “Eu sei que vou te amar”.


Dolores Duran, Herivelto Martins, Ataulfo de Paiva e o Rei Roberto Carlos, que mesmo com oitenta anos e uma longa carreira musical, só cantam o amor.


“Nós todos aprendemos a amar no mesmo repertório cultural das histórias que contamos, vemos e ouvimos”.


“Meu coração não sei por que, bate feliz quando te vê”, que o imortal Pixinguinha compôs em mil novecentos e trinta e seis, fala tudo que poetas famosos da época escreviam em seus livros.


Dificuldade de escrever sobre esse assunto, dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade.


Cada dia que acordamos nos refazemos, em contato com o mundo.


Com a modernidade o amor se torna um termo narrativo.


Nosso destino é amar sempre. Temos que inventar a vida. O amor é um tema que se produz. O sujeito moderno precisa de devaneios e ficções.


O amor é um sentimento que não obedece às regras de uma sociedade de castas.


O amor passa por cima de uma distância social.


Será que a tecnologia nos ajuda a encontrar o amor? Funciona como uma roupa nova que cobrimos o nosso corpo.


Os implantes de silicone mudam a experiência amorosa para encontrar o amor.

Amor é o eu comigo mesmo. Freud separou o amor do sexo, e essa onda amorosa surge.


O ser humano nasce e é grande a dependência do bebê da sua mãe e deste com ela.


Enfim, o amor é uma doença do coração que não deve ser tratada!


“Não poder estar sem você”, foi a melhor definição do amor que encontrei nesta minha pesquisa.


Gabriel Novis Neves

15-05-2021

sexta-feira, 14 de maio de 2021

REMÉDIOS


A cesta básica dos medicamentos que uso por mês, só perde em valor para a taxa do condomínio onde moro.


É remédio para hipertensão arterial, diuréticos, diabetes, arritmias cardíacas, reposição de potássio, magnésio com cálcio, vitamina C, vitamina D, vitamina B1, remédio para hiperplasia prostática, para colesterol, tireoide, estômago, regularização dos intestinos, bombinhas e remédios para dilatar os brônquios, para prevenir o infarto, além de cinco drogas para dormir.


Não sou hipocondríaco, e gostaria de investir mais em prazeres do que em medicamentos, todos receitados por médicos da mais alta competência.


Também duas vezes por dia faço uso do bipap!


Fiz prevenção medicamentosa com drogas “condenadas” pela ciência dos cientistas durante a pandemia.


Não contraí a Covid 19, o vírus que mata, e me vacinei duas vezes com a AstraZeneca de Oxford.


Ufá! Será que não me esqueci de nada?


Ah, o remedinho azul parei de tomar há muito tempo! 


Esse milagroso azulzinho foi pesquisado para tratar hipertensão arterial maligna mas, para felicidade dos velhinhos,  produziu um efeito colateral que todos conhecem. Também não há mais necessidade de uso devido ao isolamento social e pelas patologias que me atormentaram nos últimos anos.


Toda a minha aposentadoria invisto na manutenção da minha saúde.


Ninguém da classe operária e média baixa, tem condições de acesso à esses medicamentos.


Como consequência, a expectativa e qualidade de vida são menores nesta faixa social, fazendo o idoso passar por humilhações e lotando os postos de saúde, UPAS, policlínicas e hospitais públicos.


Saúde pública é uma função do Estado, sempre construindo Estádios de Futebol e menos hospitais de referências.


O nosso sistema único de saúde (SUS) é bom, o que falta são gestores com recursos humanos, financeiros e éticos, para sanar este sério problema, não só de saúde pública como também social.


Como a esperança é o último sentimento que morre, acredito que um dia teremos saúde de qualidade para todos.


Gabriel Novis Neves

10-05-2021

quarta-feira, 12 de maio de 2021

SÍMBOLO DA MEDICINA

 

Era comum na aula inaugural do curso de Medicina, o diretor da escola dar as boas vindas aos calouros e explicar o símbolo do curso.

 

Confesso que quando cabia a mim essa missão, levava uma cola, pois os nomes gregos me embaraçavam.

 

Perguntava o diretor: “vocês em algum momento já devem ter visto uma cobra enrolada em um bastão, não é verdade?”

 

O símbolo da Medicina é reconhecido até mesmo por quem não é da área, já que está frequentemente estampado nos jalecos e fachadas de instituições de saúde.

 

Assim como todas as profissões têm um símbolo que faz referência às suas funções, a Medicina também tem o seu.

 

Por trás dessa imagem existe uma história interessante e muitas curiosidades.

 

Agora entrava a cola: a origem do símbolo tem a ver com personagem da mitologia grego conhecido como Asclépio.

 

“Segundo a lenda contada por Hesíodo, ao nascer, Asclépio foi arrancado por seu pai do ventre de sua mãe, que havia sido morta recentemente”.

 

Por isso, quem o criou foi Quíron, um centauro (ser mitológico metade homem e metade cavalo), conhecido pela sua sabedoria, bondade e habilidades médicas.

 

Desde cedo Asclépio aprendeu a usar plantas medicinais para curar os enfermos que chegavam à procura de Quíron.

 

O garoto tinha facilidade em aprender sobre técnicas da Medicina, tanto é que se tornou um ótimo estudante, e logo seus conhecimentos superaram aos de seu mestre.

 

Segundo a história da Medicina, depois de algum tempo Asclépio aprendeu a ressuscitar mortos.

 

Essa foi uma das razões para conquistar a ira dos deuses e ser morto por um raio de Zeus.

 

No entanto, mesmo após sua morte, foi reconhecido como o Deus da Medicina na cultura greco-romana.

 

Asclépio era conhecido por sempre carregar consigo um cajado. Em uma de suas visitas aos templos, uma cobra se enrolou no seu bastão. Apesar dos esforços para retirá-la, a serpente permaneceu, sem sequer se mover. Desse modo o médico resolveu carrega-la consigo por onde andava. Depois de ser morto, o símbolo do bastão com a serpente ficou conhecido como o de Asclépio.

 

A cobra apresenta relações com a área da saúde. Seu veneno mortal pode ser utilizado para fazer antídotos que curam as reações das suas picadas.

 

As serpentes também trocam de pele regularmente, isso aponta a importância da renovação de conhecimentos no exercício da Medicina.

 

O bastão significa em diversas culturas a sabedoria e poder.

 

A cor verde, desde a Idade Média, está relacionada com a Medicina, por representar a esperança.

 

Espero terem gostado do resumo dessa história da Medicina.

 

Gabriel Novis Neves

09-05-2021