terça-feira, 31 de outubro de 2023

EXERCÍCIOS FÍSICOS


Até o início da segunda metade do século vinte, muitos fumavam e poucos praticavam exercícios físicos.


A expectativa de vida em 1960 era de 52,5 anos e muitos óbitos eram causados pelo câncer dos pulmões, mais comuns nos fumantes, e doenças provenientes da vida sedentária.


Estes eram obesos e sofriam de hipertensão arterial e diabetes.


Foi então que o Ministério da Saúde lançou duas campanhas vitoriosas contra o fumo e a obesidade.


Seus resultados foram excelentes e em 2021 a expectativa de vida para quem nasceu no Brasil passou a ser de 77 anos.


A minha geração foi a última dos grandes fumantes.


Na faculdade de medicina onde estudei e conclui o curso, a maioria dos estudantes fumava cigarros industrializados.


Os professores fumavam nas salas de aulas e nos plantões.


Pouco me lembro daqueles que não adquiriram esse vício.


Iniciei a fumar logo após a minha formatura.


Ia ao Instituto Médico Legal às noites das segundas-feiras com os colegas Aldrovando e Ataliba praticar técnicas cirúrgicas.


Tinha que retirar das geladeiras os cadáveres em condições de serem estudados.


Até hoje sinto o odor do salão das geladeiras!


Reclamava aos meus colegas, que diziam que o remédio seria fumar cigarros Lincoln, que eram fortes. Eu sentia tonteira e náuseas.


Fui me viciando aos poucos.


No início não fumava na parte da manhã, e era ‘filão’.


Quando retornei para Cuiabá três anos depois, já fumava uma carteira por dia de Minister longo e minha mulher também.


Fumei muito até aos quarenta anos, quando decidi deixar o vício em uma noite, ao abrir a quarta carteira. Nunca mais fumei.


A minha mulher seguiu o meu caminho com sacrifício e gostava de sentir o aroma do cigarro.


Os meus três filhos e seis netos não sabem o que é fumar.


Fui praticar exercícios físicos após os sessenta anos acompanhando minha mulher até a academia de ginástica, às 5:30h da manhã.


Quando perdi a minha companheira troquei a academia de ginástica pelas caminhadas nas ruas da cidade, até quando meus joelhos permitiram.


Aos 88 anos completos, faço fisioterapia duas vezes por semana em casa.


Mantenho o meu peso controlado, tenho uma vida regrada e trabalho intelectualmente diariamente.


O rolo dos fios da minha existência ainda tem muito barbante para puxar.


Tenho o auxílio da genética da longevidade e não abuso, não fumando, bebendo e controlando a dieta.


A juventude de hoje não fuma cigarros convencionais, com raríssimas exceções.


Usa cigarros eletrônicos, que também provocam doenças pulmonares, inclusive o câncer.


A mocidade atual faz excessos de exercícios, em academias muito bem equipadas de instrumentos e ótimos professores.


O objetivo de homens e mulheres é ter um corpo sarado, com barriga de tanquinho.


É a chamada ‘geração saúde’.


Gabriel Novis Neves

27-09-2023






segunda-feira, 30 de outubro de 2023

AMIZADE À DISTÂNCIA


Tenho uns compadres cuiabanos que há muitos anos deixaram Cuiabá, à época em que seus filhos ainda eram menores.


Todos eles nasceram comigo na Maternidade de Cuiabá. Fui premiado para ser padrinho da menina, batizada com o meu nome no feminino.


A  comadre, eu conheci em meu consultório, ao tempo do seu pré-natal.


O compadre, devo-lhe o carinho por minhas idas à Gerência do Banco do Brasil da avenida Presidente Vargas.


Confesso que minha comadre me despertou a atenção quando das consultas mensais.


Abria na mesa do meu consultório o seu diário com as mínimas observações — do peso diário à aferição da temperatura axilar.


Ela era professora da antiga Escola Técnica Federal de Mato Grosso.


Eu estava implantando a UFMT. No bojo, o complicado Departamento de Atividades Acadêmicas, a bem-dizer a alma do aluno. Isso em prédio próprio.


Precisava de uma pessoa competente, minuciosa, detalhista, organizada e com experiência acadêmica.


Era o perfil da pessoa que procurava para assumir o cargo.


Combinamos a sua ida para o Câmpus Universitário do Coxipó, após o parto e alta puerperal.


Em tempo: ouso abrasileirar o termo latino câmpus — de plural câmpi — para não ter o desprazer de ouvir ‘campi’, que ressoa em terrenos estranhos à Universidade.


Tudo corria como planejado, até quando seu marido foi transferido para Brasília.


Para não perder essa funcionária exemplar, fui induzido a mantê-la no Escritório da Universidade, em Brasília.


Nessa quadra, foi ela importantíssima junto ao Conselho Federal de Educação. Desfolhava, com maestria, o acompanhamento diário dos processos de reconhecimento dos nossos cursos.


Trabalhou com afinco para autorização, pelo MEC, do funcionamento do nosso curso de Medicina. E pensar que tudo passava pelo crivo de ‘Comissão de Alto Nível’, composta por laureados professores brasileiros de medicina das nossas melhores universidades.


O curso de Medicina, criado em 1970, disponibilizou seu primeiro vestibular em 1980, no modelo de Ensino Integrado.


Dois anos depois, deixei a gestão da Reitoria e fui lecionar, até me aposentar, no Hospital Universitário Júlio Muller.


Minha comadre permaneceu no Escritório da UFMT, depois cedida ao MEC, até a sua aposentadoria. O mesmo sucedeu com o meu compadre, funcionário concursado do BB.


Jamais se esqueceram de mim. O mesmo se diga da minha afilhada. Quando em Cuiabá sempre me visitavam.


No Natal e no meu aniversário, era agraciado antecipadamente com um belo cartão. No dia especial, longos e gostosos telefonemas. Gargalhávamos, a não mais poder, do passado que teima em não passar.


Fui obrigado a alterar o número dos meus telefonemas fixos.


À época, meus compadres se opunham ao uso da internet e telefones.


As cartinhas, eu ainda as recebo e não respondo, por não saber como enviar.


São meus amigos e compadres à distância. Bem no século das comunicações! O coração não os apaga. Jamais.


Gabriel Novis Neves

09-10-2023




MUNDO TECNOLÓGICO


Neste mundo tecnológico e de valores materiais em que vivemos, raros são os que desfrutam do prazer de uma boa leitura.


Como é gostoso degustar o nosso idioma, iguaria que não é dada aos incautos!


A minha longevidade, associada à preocupação em escrever gramaticalmente correto, propiciou-me o desejo de primar pela construção de frases perfeitas e corretas.


Elas fluem normalmente sem necessidade de meras adequações. Mas não é ofício para aqueles que se encadeiam à rocha de sua insensibilidade.


Conheci e aprendi, ainda na Universidade, a escrita tecnológica da área das ciências da saúde, de difícil compreensão ao leitor menos abastecido de formação.


Bem mais à frente, iniciei a escrever textos do cotidiano, quando topei com enormes dificuldades.


Em primeiro lugar, com o português sem erros gramaticais grosseiros.


Depois, com o planejamento e escrita do texto no rascunho, para só então digitá-lo no Word.


Sou do tempo em que as receitas médicas eram escritas com canetas-tinteiro e mata-borrões no bloco de papel próprio. No segundo momento, ‘traduzidas’ pelos farmacêuticos experientes.


Com o advento da internet, desapareceram os blocos de receituário e dos garranchos.


De igual modo, os médicos das palavras indecifráveis, nada preocupados com o cuidado de seus pacientes.


Vieram os conhecidos médicos da família. Atendiam a todos da casa, “do mamando ao caducando”.


Seus honorários eram cobrados no final de cada mês, e os cobradores de médicos famosos ficavam por igual famosos.


Quando retornei ao meu torrão natal para o exercício da medicina, nos idos de 1964, ainda existia essa tradição. Daí por que também eu tive um cobrador. Nas horas vagas, era motorista do SAMDU.


Tudo que relatei foram vivências que o vento do tempo levou.


Já na idade avançada, passei a escrever desesperadamente. A necessidade de um bom professor de português se me revelou mais que evidente.


Agarrei-me a um excelente doutor aposentado da nossa Universidade Federal. Agora, estou em ‘lua de mel’ com o nosso idioma.


A gramática correta é prazerosa. Minha lida, hoje, é investir no conhecimento da Língua Portuguesa.


Na esteira de Machado de Assis, o maior entre os maiores cultores de nossas letras, ‘O mais do meu tempo é gasto em hortar, jardinar e ler’.


Passei a deitar um olhar diferenciado às palavras simples. Bem assim aos substantivos, adjetivos, verbos e advérbios.


Até o detestável advérbio de modo, quando bem utilizado, fica bonito.


Quero escrever à feição do meu professor, Germano Aleixo Filho, autor de Gotas de Afeto.


Acredito ainda que o tempo me será muito companheiro! Deus me ouça!


Gabriel Novis Neves

6-10-2023







domingo, 29 de outubro de 2023

VELHO NOVO E NOVO VELHO


Deixei para trás muitos anos vividos e iniciei uma nova caminhada. Estou certo disto: será bem mais curta, para não contrariar as leis da natureza.


Minha avaliação é que seja um ‘velho novo’, e não de um ‘novo velho’.


Fico embasbacado em responder a esta pergunta: quantos anos você tem? Sempre me questiono: de vida vivida ou a viver?


Um ‘velho novo’ — alimento esta convicção — transmite mais otimismo que um ‘novo velho’.


O ‘novo velho’ transpira pouco tempo de vida.


Ariano Suassuna explorou, como poucos, este tema nas suas famosas ‘aulas- shows’.


Quando posso, estou sempre a rever suas passagens e aprendendo com o excelente Suassuna.


As mulheres, de modo geral, não gostam de revelar a sua idade, valendo-se de todas as artimanhas para esconder a data do nascimento. E pensar que isso deve ser comemorado!


Acredito que se trata de um problema cultural não aceitar o envelhecimento. Afinal, é um processo biológico normal.


Existe uma indústria multinacional de combate ao envelhecimento.


Ela é das mais poderosas, com grande soma de recursos nela investidos.


Para tanto, concorre a franca adesão do sexo masculino. Aliada a outros tipos de gêneros ficou quase imbatível...


É uma segura alternativa para investimento em hospitais, clínicas e consultórios de estética.


Mulheres, homens e jovens já evoluíram quanto ao quesito da aplicação de botox, lipoaspiração, preenchimentos de lábios e nádegas, implantes de cabelos e próteses mamárias para harmonização facial!


As pessoas, não raras vezes, são transformadas em verdadeiros monstros, chegando às raias do irreconhecível.


A questão do envelhecimento tornou-se um problema de saúde pública, afetando todas as classes sociais.


Os de pouco poder aquisitivo vendem até bens materiais — como casas e terrenos — para fazer frente a uma correção de pálpebras caídas (ptose palpebral) ou a uma colocação de próteses mamárias.


São vítimas de charlatanice. E quantos há que não perdem a própria vida, nosso maior bem!


O SUS liberou cirurgias plásticas indicadas para melhoria da qualidade de vida, como a redução cirúrgica de mamas volumosas, e abdomens com grande acúmulo de gorduras. 


De um lado, o novo torce e retorce para viver muitos e muitos anos; do outro lado, o velho se contorce para prorrogar, por dilatado tempo, uma vida com qualidade.


No frigir dos ovos, o novo sempre é novo. E o velho jamais deixa de ser velho. Embora haja controvérsias!


Gabriel Novis Neves

7-10-2023




sexta-feira, 27 de outubro de 2023

FERIADOS DO MÊS DE OUTUBRO


Não contando o feriado santificado do dia 12 — Dia da Santa Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, encontrada por pescadores no rio Paraíba em São Paulo—, temos enfileirados três pontos facultativos. A bem-dizer, são feriados.


São comemorados: o ‘Dia do Professor’ no dia 15; o ‘Dia do Médico’ no dia 18; e o ‘Dia do Funcionário Público,’ em 28 de outubro.


Como sou professor, médico e funcionário público, recebo homenagem nesses três dias!


O Dia do Professor foi estabelecido em 1963, no andar do governo de João Goulart.


O Dia do Médico é celebrado na Festa de São Lucas, santo padroeiro dos médicos, desde 1969.


O Dia do Funcionário Público, que homenageia o servidor público é comemorado a partir de 1943, governo de Getúlio Vargas.


O ‘ponto facultativo’ não significa obrigatoriedade, mas no Brasil essas datas são celebradas com muitas festas. As respectivas categorias profissionais deixam sua rotina de trabalho.


O Dia 1º de Maio — Dia do Trabalhador, é feriado universal.


Há bom tempo penso em escrever sobre essas datas, como o ‘Dia dos Médicos’, que festeja quase diariamente o dia do especialista e subespecialista. Afinal, o ‘médico’ despareceu dos seus consultórios, ambulatórios e hospitais.


Daria para escrever uma crônica citando as especialidades e subespecialidades médicas, o que é um absurdo.


A cardiologia, por exemplo tem tanta especialidade e subespecialidade, que há necessidade de até três dias cheios, para fechar a consulta.


Com 88 anos completos, rumo aos noventa, não sei dizer ao meu bisneto o nome do meu médico.


Tenho médicos. Não mais um único médico.


Isso reflete no número de medicamentos que uso por dia, gozando de plena saúde física, principalmente mental e espiritual.


Meu tempo de doença grave ficou para trás, agasalhando doenças da idade que são controláveis.


Escrevo com os estímulos das minhas sinapses cerebrais que brotam do meu cérebro, com tintas do meu coração.


Fico feliz com as manifestações de carinho que recebi nessas três datas —Dia do Professor, do Médico e Funcionário Público.


Fico a apensar: o que fiz durante esse tempo todo como professor, médico e funcionário público, para tanta honraria?


Cumpri minha obrigação, cidadão que primei pela dedicação e ética!


Não mais que isso!


Gabriel Novis Neves

30-10-2023




Aperte essa imagem para acessar o link do calendário anual da Saúde 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

ENCOMENDA DE TEXTOS


Comigo não funciona a encomenda de textos, pois sou um animal movido a emoções.


Sugestões de leitores sobre determinados assuntos, posso transformá-las em textos. Até acho bom.


Uma leitora assídua de tudo que publico em meu blog do Bar do Bugre gostaria de saber o número de partos que eu já realizei.


Encompridei o assunto do pedido recebido e a atendi com uma crônica.


Tive a oportunidade de abordar a vida das gestantes durante 40 semanas, com seus temores e dúvidas.


Quando o pedido é feito para escrever algo de muito pessoal, prefiro não entrar nessa seara.


Também sobre política — seja local, nacional e internacional —, tenho enormes dificuldades.


Não poderia nunca ser jornalista ‘pautado’. Atribuo isso à minha carência em letras.


Venho da área das ciências humanas e, atualmente, trafego por estradas que não fui preparado.


Esforcei-me muito para encontrar a escrita.


Ela veio a ser a minha grande companheira nesse meu ‘envelhecimento com dignidade’, que nem desconfio quando terminará.


Quando o assunto se volta à minha biografia ou fatos correlatos à minha família — que estão longe dos textos encomendados, o retorno dos leitores é significativo, a ver pelos comentários.


Assim, vou tocando os meus dias. A única diversão que tenho é escrever.


Descobrir assuntos que parecem não ter fim, para a minha alegria.


Comporto-me como uma ‘criança’ ao pesquisar no blog do Bar do Bugre’.


Presente que ganhei em 2009, bem no Dia das Crianças. Já se vão quase 3200 textos publicados.


Todos os dias, antes de iniciar a escrever a minha crônica, pesquiso no blog o título novo para me certificar de que não estou repetindo.


Fico brincando no teclado do notebook, nem vejo o tempo passar.


Como nesta tarde de eclipse solar.


Gabriel Novis Neves

14-10-2023


Vídeo do YouTube na outorga da 
Comenda Joaquim Murtinho 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

SÓ PRA CONTRARIAR


Pela manhã escrevi uma crônica dizendo que em Cuiabá não chovia havia bom tempo.


Durante a tarde desabou o maior ‘toró na cidade’.


Foi o suficiente para molhar o meu jardim da cobertura.


Bom para a cuidadora plantonista do domingo, que se viu livre dessa obrigação.


Amenizou a temperatura de 40º para 38º!


Assim mesmo, o ar-condicionado e o umidificador de ar se fazem obrigatórios.


Cidades europeias já enfrentam o frio, com seus moradores usando casacos, toucas e luvas de inverno para assistirem aos jogos de futebol.


Na Disney, em Orlando (USA), a temperatura está bem agradável.


Nossos vizinhos sul-americanos enfrentam temperaturas baixas.


‘Só Para Contrariar’ não é só nome de grupo musical de pagode, mas também aquilo que a natureza faz conosco.


Com todo o potencial turístico que temos, as elevadas temperaturas afastam essa ‘chuva’ de visitantes para lugares de climas mais amenos. Isso é uma realidade.


Chapada dos Guimarães foi considerada a nossa Petrópolis, pelo seu clima diferenciado do de Cuiabá.


Ela fica num chapadão bem acima do nível do mar, também ao alcance do calorão que assola nossa região.  


É um horror viver em Cuiabá com o seu calorão o ano todo.


Pacientes portadores de certas doenças pulmonares, historicamente são obrigados a deixar nossa cidade para tratamentos em cidades serranas do Rio de Janeiro. Desde que possuam dinheiro.


Outros, mais endinheirados vão contemplar a ‘Aurora Boreal’ — um santo remédio.


Brincadeiras à parte, os países mais ricos do planeta dizimaram suas florestas, secaram seus rios, mataram os donos das terras - os índios e povos originários.


Brindaram-nos com uma das maiores catástrofes da atualidade - ­o aquecimento do Planeta Terra.


Os países industrializados lançam toneladas de fumaça para a atmosfera, poluindo o ar que respiramos.


Cuiabá, com um clima mais humanizado, seria uma cidade com elevado desenvolvimento econômico e social.


Gabriel Novis Neves

23-10-2023








HÁ MALES QUE VÊM PARA O BEM


Caiu a internet da minha casa e solicitei ajuda técnica à minha operadora, depois de fazer as manobras recomendadas na instalação do meu computador.


A funcionária que me atendeu estava em casa, em Fortaleza; tudo isso na parte da manhã.


Disse que houve um acidente com um caminhão de carga, danificando a rede da internet na minha região, mas os técnicos da operadora estavam no local trabalhando para solucionar o problema.


Como até à tardinha o problema não havia sido sanado, voltei a procurar a operadora.


Desta vez fui atendido por um funcionário da empresa, que trabalha no Rio de Janeiro.


Ele voltou a me responder sobre o acidente, motivo da falta da internet e resolveu abrir uma visita técnica até ao meu apartamento no outro dia após às 15h.


No final da manhã do dia da visita, a minha internet voltou à funcionar e quando o técnico chegou fez uma checagem e tudo estava funcionando.


Acontece que o técnico do Rio puxou conversa e me perguntou se não desejava aumentar a velocidade da minha internet.


Indagou se iria manter minhas três linhas de celulares e, diante da minha surpresa, pois nunca as possui, de imediato me aconselhou a procurar uma loja da empresa.


Pedi a minha nora que resolvesse esse problema, o que foi feito no dia seguinte.


Alguém que desconheço teria colocado a conta de dois celulares para eu pagar em conta de débito mensal — foi o que descobri na loja.


Minha situação financeira ficou acertada e farei uma economia anual de 2400 reais.


O mal que tanto me incomodou terminou sendo um grande benefício.


Isso prova que mesmo em dificuldades e nas derrotas, podemos tirar lições favoráveis para melhorar a nossa vida.


E o velho provérbio popular continua atualizado: — pois, ‘há males que vêm para o nosso bem’.


Gabriel Novis Neves

21-10-2023





segunda-feira, 23 de outubro de 2023

COMENDA JOAQUIM MURTINHO


O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, através do seu Conselheiro Antônio Joaquim, me indicou para receber a maior honraria daquela Instituição, a Comenda Joaquim Murtinho, a ocorrer em sessão solene comemorativa dos 70 anos do TCE-MT.

 

A atividade será realizada no dia 24 de outubro de 2023,  a partir das 09h00, no Plenário Benedicto Vaz de Figueiredo.

 

Impossível não dizer da minha satisfação em ser homenageado em vida, lembrado pelo Conselheiro Antônio Joaquim e homologado pelo Plenário da Casa.

 

Agradeço ao Conselheiro que me indicou para receber tamanha honraria e aos seus ilustres pares.

 

Sempre admirei a trajetória de vida desse ilustre cuiabano Joaquim Murtinho.

 

Nasceu em Cuiabá em 07-12-1848, bem antes da Guerra com o Paraguai (1864- 1870).

 

Era filho do médico baiano José Antônio Murtinho e de Rosa Joaquina Murtinho.

 

Sua família teve atuação destacada na política mato-grossense, seu pai foi presidente da província de Mato Grosso (1868-1869) e um dos seus irmãos, Manuel Murtinho, foi presidente do Estado (1891-1895).

 

Em 1861 Joaquim Murtinho concluiu seus estudos no Seminário Episcopal em Cuiabá.

 

Nesse mesmo ano matriculou-se no Colégio Kopke (1861) em Petrópolis, e posteriormente, transferido para o Colégio Episcopal São Pedro de Alcântara, situado no Rio de Janeiro.

 

Em 1872, formou-se em engenharia civil na Escola Central do Rio de Janeiro, e foi professor no curso de ciências físicas e naturais, de zoologia, química orgânica e biologia industrial.

 

Em 1875, ingressou no curso de medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, especializando-se em homeopatia.

 

Político defensor do liberalismo econômico ortodoxo e abolicionista, foi eleito senador da República pelo Estado de Mato Grosso nas legislaturas 1890-1891, 1903-1905, 1906 e 1907-1908.

 

Esteve à frente das pastas da Indústria, Viação e Obras Públicas (1896-1897) no governo Prudente de Morais (1894-1898), e da Fazenda (1898-1902), no governo Campos Sales (1898-1902).

 

No Ministério da Fazenda notabilizou-se pelo cumprimento estrito das regras impostas pela operação financeira denominada funding loan (1898), levando o país a uma recessão econômica que tornou sua gestão alvo de críticas por vários setores da sociedade.

 

Assumiu a direção dos Anais da medicina homeopática (1882-1887) e foi um dos fundadores do Instituto Hahnemanniano.

 

Escreveu a tese de doutorado — ‘Do estado patológico em geral: acústica, acupressura, respiração de orientação homeopática’.

 

Também redigiu os relatórios dos ministérios da Indústria, Viação e Obras Públicas (1897) e da Fazenda (1899, 1890 e 1891).

 

Morreu no Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 1911.

 

Esse trabalho de pesquisa histórica contei com a participação de Daniela Hoffbauer e Gláucia Tomaz de Aquino Pessoa.

 

Quando criança conheci na rua de Cima parentes próximos de Joaquim Murtinho.


Eram funcionários públicos federais e estavam sempre na janela da sua casa, simples e discretos.

 

Não me lembro deles ter feito alguma compra no bar do Bugre.

 

Meu avô Alberto Novis, também filho de um médico baiano, Augusto Novis, veio para Cuiabá por ocasião da Guerra do Paraguai, não tinha amizades com os Murtinho da rua de Cima.

 

Em Cuiabá Joaquim Murtinho é lembrado por uma rua que lhe empresta o nome e pela maior honraria do nosso TC — a Comenda Joaquim Murtinho.

 

Gabriel Novis Neves

24-10-2023


* Cuiabá (MT) 07.12.1848 
† Rio de Janeiro (RJ) 18.11.1911
Ministro de Estado da Fazenda

Joaquim Duarte Murtinho




A GUERRA E A SAÚDE MENTAL


Especialistas alertam sobre os perigos da guerra entre Israel e Palestinos na Faixa de Gaza para a saúde mental.


O perigo que representa a leitura por mais de trinta minutos sobre esse conflito é motivo gerador de distúrbios mentais, podendo ocasionar insônias, crises de ansiedade e depressão.


As imagens que mostram em tempo real a guerra são mais tóxicas que aquilo que lemos e ouvimos.


Não é conveniente presenciar cenas de guerra à noite, pois essas imagens podem causar insônias ou sono sem qualidade.


Isso também afetam crianças e os pais devem explicar aos seus filhos menores o que está acontecendo.


As crianças acreditam naquilo que seus pais dizem, muito mais naquilo que ouvem e leem.


Daí a necessidade de dialogar e expressar tudo que está acontecendo nesse conflito entre judeus e palestinos para as crianças.


Em especial, durante as guerras, temos que fazer a prevenção da nossa saúde mental.


A guerra causa um transtorno mental sério que afeta muita gente.


Ainda guardamos sequelas dessa doença marginalizada por séculos, onde os doentes mentais, eram isolados e acorrentados.


Faz-se prevenção de todas as doenças, menos da mental.


É comum procurar um cardiologista, mesmo sem sintomas, para fazer prevenção.


Desconheço quem procura um psiquiatra para prevenção.


O tratamento com psiquiatra era ‘segredo para quatro paredes. ´


Como as guerras fazem mal para a sociedade e nossas autoridades em saúde pública são ‘vesgas’ para esse problema!


Qual o motivo das guerras que remontam do início da nossa civilização?


Sempre a luta pelo poder e a conquistas de novos territórios.


No nosso país, em grandes cidades como o Rio de Janeiro, existe uma guerra entre traficantes que causa diariamente, dezenas de vítimas.


É um conflito pelo comando do crime organizado em territórios, onde o Estado está ausente, pelo poder armamentista dos marginais, com extensa área de proteção que vai das favelas aos corredores dos palácios.


A população do Rio de Janeiro está doente mentalmente e sua prevenção seria abandonar a cidade e morar em outro lugar.


O que não está fácil de encontrar!


Gabriel Novis Neves

16-10-2023







domingo, 22 de outubro de 2023

COLEÇÃO DE CARROS ANTIGOS

Uma amiga tem coleção de carros antigos guardados no quintal da sua casa.


Muita gente tem esse hábito.


O meu fisioterapeuta comprou uma carcaça de um fusquinha 1960 e mandou instalar nele todas as benfeitorias modernas.


Está quase pronto para desfilar aos domingos pelas ruas da nossa cidade.


Essa relíquia tecnológica é só para exibição, e ele é amarelinho.


A amiga colecionadora de carros antigos, mania que adquiriu há algum tempo possui:


Um fusca original 1966 de cor cinza.


Variant.2 original 1978 amarela.


Um Fusca Itamar (customizado), que perdeu a sua originalidade e ganhou cor azul metálico.


Ele tem ar condicionado, vidro elétrico, som, câmara ré, rodas liga-leve, TV, estofamento de couro, câmbio e volante modernos, etc.


Habitam um espaçoso terreno com cobertura, que os protegem do sol causticante e chuvas.


Aprendi a gostar de colecionadores ainda bem criança, com meus seis ou sete anos.


Morava na rua de Baixo e a minha mãe era amiga de uma família pernambucana que foi transferida para cá.


Seu Eufrásio tinha uma sala com uma linda coleção de borboletas.


Fiquei apaixonado pelas expressivas e multicoloridas asas das borboletas e pelo estudo da botânica.


Anos depois essa família de amigos retornou à sua cidade natal e perdemos o nosso museu, o que foi uma pena.


Nesse mesmo espaço da pracinha da rua de Baixo, morava um armênio casado com uma poconeana, e sua casa era um museu de fotografias de Cuiabá.


Como era gostoso atravessar a rua para ver as centenas de fotos tiradas pelo Cháu nas vitrines do seu atelier!


Aos dez anos meus pais mudaram-se para sua casa própria na rua do Campo.


Anos depois o Cháu mudou-se para sua casa própria na rua do Meio, onde funcionava também o seu estúdio.


Um curto circuito na rede elétrica do seu estúdio destruiu parte da nossa memória visual.


Conheci colecionadores de armas de fogo, nada comparável a oficina do Névio Lotufo, exímio dançarino e colecionador de parafuso até automóvel conversível, por muitos anos o único de Cuiabá.


Utilizava o ‘conversível’, principalmente, para conduzir as cantoras famosas do rádio, como a Emilinha Borba, para os shows no Sayonara, do Nazir Bucair no Coxipó da Ponte.


Ramis Bucair tinha o Museu de Pedras em seu amplo escritório.


Ao implantar a nossa universidade, criei o Museu Rondon, o Museu de História Natural, outro de Arte e Cultura Popular tudo isso despertado pela paixão dos museus adquirida na minha infância.


Gabriel Novis Neves

14-09-2023