Uma amiga tem coleção de carros antigos guardados no quintal da sua casa.
Muita gente tem esse hábito.
O meu fisioterapeuta comprou uma carcaça de um fusquinha 1960 e mandou instalar nele todas as benfeitorias modernas.
Está quase pronto para desfilar aos domingos pelas ruas da nossa cidade.
Essa relíquia tecnológica é só para exibição, e ele é amarelinho.
A amiga colecionadora de carros antigos, mania que adquiriu há algum tempo possui:
Um fusca original 1966 de cor cinza.
Variant.2 original 1978 amarela.
Um Fusca Itamar (customizado), que perdeu a sua originalidade e ganhou cor azul metálico.
Ele tem ar condicionado, vidro elétrico, som, câmara ré, rodas liga-leve, TV, estofamento de couro, câmbio e volante modernos, etc.
Habitam um espaçoso terreno com cobertura, que os protegem do sol causticante e chuvas.
Aprendi a gostar de colecionadores ainda bem criança, com meus seis ou sete anos.
Morava na rua de Baixo e a minha mãe era amiga de uma família pernambucana que foi transferida para cá.
Seu Eufrásio tinha uma sala com uma linda coleção de borboletas.
Fiquei apaixonado pelas expressivas e multicoloridas asas das borboletas e pelo estudo da botânica.
Anos depois essa família de amigos retornou à sua cidade natal e perdemos o nosso museu, o que foi uma pena.
Nesse mesmo espaço da pracinha da rua de Baixo, morava um armênio casado com uma poconeana, e sua casa era um museu de fotografias de Cuiabá.
Como era gostoso atravessar a rua para ver as centenas de fotos tiradas pelo Cháu nas vitrines do seu atelier!
Aos dez anos meus pais mudaram-se para sua casa própria na rua do Campo.
Anos depois o Cháu mudou-se para sua casa própria na rua do Meio, onde funcionava também o seu estúdio.
Um curto circuito na rede elétrica do seu estúdio destruiu parte da nossa memória visual.
Conheci colecionadores de armas de fogo, nada comparável a oficina do Névio Lotufo, exímio dançarino e colecionador de parafuso até automóvel conversível, por muitos anos o único de Cuiabá.
Utilizava o ‘conversível’, principalmente, para conduzir as cantoras famosas do rádio, como a Emilinha Borba, para os shows no Sayonara, do Nazir Bucair no Coxipó da Ponte.
Ramis Bucair tinha o Museu de Pedras em seu amplo escritório.
Ao implantar a nossa universidade, criei o Museu Rondon, o Museu de História Natural, outro de Arte e Cultura Popular tudo isso despertado pela paixão dos museus adquirida na minha infância.
Gabriel Novis Neves
14-09-2023
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