sexta-feira, 6 de outubro de 2023

TAREFA SEMPRE INCOMPLETA


Depois de publicar meu texto, sempre acho que deixei de mencionar algo que me enriqueceria a crônica.


Como isso me chateia! E saber que procuro emprestar atenção máxima para evitar aborrecimento decorrente do trabalho feito às pressas!


Minha revisora diz que, concluído o texto, seria pertinente novas leituras, passados ao menos dois dias.


A ansiedade me impede de obedecer a ela. Como me é difícil esquecer, por certo tempo, minhas crônicas, à espera da leitura indispensável a vassourar as imperfeições ali esquecidas.


Deveria me socorrer de quem dominou a pena. Guimarães Rosa — em seu Grande sertão, veredas —, engatilhou sete meses de seu tempo. Depois deixou o material repousando por sete longos anos. Daí, retrabalhou o texto em cinco meses. É luxo que o tempo não me abre a porta.


Cito tão só um exemplo, em meio aos mais de três mil que publiquei em meu blog.


Recentemente despachei “Som do mar”. Deliciei-me com uma viagem ao passado.


Depois que li a crônica, recheada de músicas e cantores inesquecíveis, notei ter deixado de registrar que as águas doces do rio Cuiabá findariam seu percurso no mar, produzindo um som de paz.


Um dos maiores rios de água doce do mundo desemboca no mar: traduz uma das maravilhas do mundo, atraindo turistas brasileiros e dos quatro cantos do mundo.


A natureza tem que ser apreciada! Não por outra razão, fomos brindados com cinco sentidos, comandados pelo cérebro.


Ecoam alguns ruídos que armazenamos em nosso cérebro, mais sofisticados, creio, que as pastas do computador.


Gostaria de apreciar o rio Nilo, que nasce na África, desaguando no Mar Mediterrâneo: mistura suas águas doces com as salgadas.


Esses rios de água doce, ao feitio do Amazonas, ao penetrarem nas águas salgadas do Atlântico, produzem ‘estrondo’ e calmaria a um só tempo, a que denominamos ‘pororoca’. Esse som já foi gravado e aproveitado por músicos, tal a sua beleza acústica.


Lamento que o desmatamento de suas margens poderá levar esse fenômeno à extinção. Ao homem, só a ele, a decisão!


A Capital da Pororoca, entretanto, fica a 115 quilômetros de Belém do Pará, onde se comemora o Festival da Pororoca.


É um evento cultural e esportivo que dura entre três e cinco dias, no mês de março, quando não em abril. Até Escolinha de Surf eles têm.


Presenciei na Amazônia outra extravagância da natureza: o ‘encontro das águas’, quando dois rios caudalosos se encontram num determinado curso de sua caminhada, rumo ao mar.


São tantos os sons do mar que me esqueci de fazer alusão a eles em minha crônica. Sinto-me frustrado por não tê-la publicado com esses contornos. Consolam-me as músicas fantásticas, presente dos compositores do mar.


Gabriel Novis Neves

16-09-2023





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@joaonunesdacunhaneto

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