segunda-feira, 23 de outubro de 2023

COMENDA JOAQUIM MURTINHO


O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, através do seu Conselheiro Antônio Joaquim, me indicou para receber a maior honraria daquela Instituição, a Comenda Joaquim Murtinho, a ocorrer em sessão solene comemorativa dos 70 anos do TCE-MT.

 

A atividade será realizada no dia 24 de outubro de 2023,  a partir das 09h00, no Plenário Benedicto Vaz de Figueiredo.

 

Impossível não dizer da minha satisfação em ser homenageado em vida, lembrado pelo Conselheiro Antônio Joaquim e homologado pelo Plenário da Casa.

 

Agradeço ao Conselheiro que me indicou para receber tamanha honraria e aos seus ilustres pares.

 

Sempre admirei a trajetória de vida desse ilustre cuiabano Joaquim Murtinho.

 

Nasceu em Cuiabá em 07-12-1848, bem antes da Guerra com o Paraguai (1864- 1870).

 

Era filho do médico baiano José Antônio Murtinho e de Rosa Joaquina Murtinho.

 

Sua família teve atuação destacada na política mato-grossense, seu pai foi presidente da província de Mato Grosso (1868-1869) e um dos seus irmãos, Manuel Murtinho, foi presidente do Estado (1891-1895).

 

Em 1861 Joaquim Murtinho concluiu seus estudos no Seminário Episcopal em Cuiabá.

 

Nesse mesmo ano matriculou-se no Colégio Kopke (1861) em Petrópolis, e posteriormente, transferido para o Colégio Episcopal São Pedro de Alcântara, situado no Rio de Janeiro.

 

Em 1872, formou-se em engenharia civil na Escola Central do Rio de Janeiro, e foi professor no curso de ciências físicas e naturais, de zoologia, química orgânica e biologia industrial.

 

Em 1875, ingressou no curso de medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, especializando-se em homeopatia.

 

Político defensor do liberalismo econômico ortodoxo e abolicionista, foi eleito senador da República pelo Estado de Mato Grosso nas legislaturas 1890-1891, 1903-1905, 1906 e 1907-1908.

 

Esteve à frente das pastas da Indústria, Viação e Obras Públicas (1896-1897) no governo Prudente de Morais (1894-1898), e da Fazenda (1898-1902), no governo Campos Sales (1898-1902).

 

No Ministério da Fazenda notabilizou-se pelo cumprimento estrito das regras impostas pela operação financeira denominada funding loan (1898), levando o país a uma recessão econômica que tornou sua gestão alvo de críticas por vários setores da sociedade.

 

Assumiu a direção dos Anais da medicina homeopática (1882-1887) e foi um dos fundadores do Instituto Hahnemanniano.

 

Escreveu a tese de doutorado — ‘Do estado patológico em geral: acústica, acupressura, respiração de orientação homeopática’.

 

Também redigiu os relatórios dos ministérios da Indústria, Viação e Obras Públicas (1897) e da Fazenda (1899, 1890 e 1891).

 

Morreu no Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 1911.

 

Esse trabalho de pesquisa histórica contei com a participação de Daniela Hoffbauer e Gláucia Tomaz de Aquino Pessoa.

 

Quando criança conheci na rua de Cima parentes próximos de Joaquim Murtinho.


Eram funcionários públicos federais e estavam sempre na janela da sua casa, simples e discretos.

 

Não me lembro deles ter feito alguma compra no bar do Bugre.

 

Meu avô Alberto Novis, também filho de um médico baiano, Augusto Novis, veio para Cuiabá por ocasião da Guerra do Paraguai, não tinha amizades com os Murtinho da rua de Cima.

 

Em Cuiabá Joaquim Murtinho é lembrado por uma rua que lhe empresta o nome e pela maior honraria do nosso TC — a Comenda Joaquim Murtinho.

 

Gabriel Novis Neves

24-10-2023


* Cuiabá (MT) 07.12.1848 
† Rio de Janeiro (RJ) 18.11.1911
Ministro de Estado da Fazenda

Joaquim Duarte Murtinho




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