quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Frear


Estou pensando seriamente em frear um pouco as minhas atividades diárias, iniciando pelo ato de escrever.
Um período de reflexão eu creio que seria útil para repensar sobre as misérias do nosso dia a dia.
A política está cada vez pior com a deterioração das suas principais instituições.
É tanta injustiça e desigualdade social, que a nossa população vive em estado permanente de perplexidade.
A falta de pudor dos nossos governantes com a coisa pública está retirando da nossa gente a ilusão de dias melhores, assim como a autoestima e autoconfiança.
As castas ainda existem em pleno século XXI em um país dito democrático e socialista.
A insatisfação e a ausência de perspectivas estão afastando os jovens  dos estudos, fazendo-os procurar meios não éticos  para sobreviverem.
Não é por acaso que o Brasil possui o maior contingente de população carcerária do mundo! O pior é que os nossos agentes públicos se orgulham de possuir uma polícia eficiente para conseguir esse recorde.
O correto seria comemorar o esvaziamento dessas universidades do crime através de um grande esforço na área educacional, o melhor antídoto para a barbárie.
Triste é notar que esses depósitos de gente são compostos, em sua maioria, por negros e pobres.
Sendo o país da corrupção, nada mais estranho que esses dados para demonstrar que também somos o país da falta de oportunidades e da injustiça social.
Escrever sobre esses assuntos que são notícias só mesmo para profissionais.
Espero que, afastado por algum tempo, consiga fazer outra leitura da nossa sociedade e retornar oxigenado ao saudável e prazeroso hábito de socializar minhas preocupações com relação, especialmente, à ética, à educação, à saúde, às inovações tecnológicas, ao respeito às crianças e aos idosos.
Vou tentar essas férias após a publicação diária de mais de dois mil artigos.
Espero encontrar mais ética e menos demagogia por parte dos nossos governantes no trato das nossas necessidades básicas após esse período de descanso.
Aos que me honraram com suas leituras, meu muito obrigado e até breve.

Gabriel Novis Neves
30-06-2015

FELICIDADE


Vivemos procurando uma forma de buscar este sentimento, meta de todos nós, ainda que não saibamos exatamente onde encontrá-lo. 
Apesar das inúmeras definições de grandes pensadores, nenhuma delas traduz, em sua plenitude, tudo aquilo que nós gostaríamos de sentir como verdadeiro.
Penso ser uma espécie de utopia, da qual, quanto mais nos aproximamos, mais ela nos parece distante, tamanha a nossa dificuldade em reconhecê-la.
André Maurois, escritor francês, definiu felicidade como uma flor que não se deve colher.
Sartre acha que a felicidade não está em fazer o que a gente quer, e sim, em querer o que a gente faz. Parece-me bem mais coerente.
Descrever a felicidade é diminuí-la, segundo Henry Stendhal.
Assim mesmo, quando menos espero sou surpreendido trocando ideias com amigos sobre a felicidade na vida.
Dia desses, um dos meus interlocutores disse que deveríamos viver duas vidas - uma para ensaiar e outra para atuar.
A conclusão que ele chegou, já estabelecido na casa dos setenta anos, é que é inviável ser feliz sem ter treinado antes.
Daí a importância de uma infância feliz para o resto da vida.
Na sua tese, os frustrados nunca viveram momentos felizes nos seus primeiros anos de vida, por isso não conseguem ser felizes na maturidade e na velhice.
Não há técnica e nem treinamento para essa fase do nosso ciclo vital - e como é fácil ser feliz na infância!, apesar das inúmeras agruras a que somos submetidos pelas chamadas regras da civilização.
Livramo-nos dos inúmeros "nãos” recebidos quando em contato total com a natureza, com suas montanhas seus rios, suas lagoas e cachoeiras.
Os bichos e os jardins domésticos são um santo remédio também para a cura do estresse, um dos males da vida moderna.
A colheita de produtos hortifrutigranjeiros é um excelente exercício para o encontro da felicidade.
Dessa forma, as crianças interioranas são bem mais privilegiadas que as que vivem nos grandes centros urbanos.
O ar puro que se respira nesses ambientes simples, desprovidos das torres de concreto e do asfalto encobrindo o chão da saudável vegetação rasteirinha, aliado à maior sensação de liberdade, tornam essas pessoas mais aptas a momentos mais frequentes de felicidade na vida adulta, com menores cobranças.
A beleza da noite caindo, trazendo uma ligeira queda da temperatura, com as estrelas povoando o azul do céu.
O despertar com o som da orquestra dos pássaros, dos animais vadios das ruas e aves do dia ainda escuro, é pura poesia no dia a dia.
Quantos momentos felizes que um “dimaior” do interior do Brasil tem arquivado em seus neurônios!
O aconchego de uma família de amigos, onde a amizade constitui o alicerce permanente para uma vida feliz, completa a sensação de bem estar comum em cidades menores.
Desencontros sempre existem, mas, se formos treinados valorizando o sentimento da amizade, não há possibilidade de uma separação definitiva.
O excesso de cobrança na nossa educação, onde o exemplo silencioso é nosso professor maior, nos assegura uma felicidade adulta.
Faz bem pensar em momentos felizes anteriores, não para que eles se repitam, porque o passado é passado, mas, para reconhecer que fomos treinados para viver com tranquilidade e paz os dias atuais.
Nossos pais eram bem menos estressados, aliás, nem havia essa conotação para as angustias existenciais presente em todos nós e, por conseguinte, as nossas infâncias demandavam menos obrigações e menos deveres e, principalmente, menos competição.

Gabriel Novis Neves
19-10-2015

Até Marina


Finalmente Marina Silva saiu de cima do muro! Em entrevista à Rádio Gaúcha, a ex-senadora, ex-ministra e ex-candidata à Presidência da República, afirmou que Dilma “não tem mais liderança política no país nem maioria no Congresso”.
Não aprova o processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados.
Diz que a responsabilidade pelas crises econômica e política cabe à Dilma e a Michel Temer, e defendeu o processo de cassação da chapa vitoriosa das eleições de 2014 via Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“No meu entendimento, o melhor caminho para o Brasil é o processo de cassação da chapa vitoriosa das eleições com a comprovação que o dinheiro da corrupção foi usado para a campanha do vice e da presidente”, afirmou Marina Silva.
“Impeachment não é golpe, está previsto na Constituição, foi feito contra o Collor, foi pedido pelo PT várias vezes, e eles achavam que não era golpe”, comparou.
Marina disse que Dilma, na eleição presidencial de 2014, “não disse a verdade” sobre a nossa economia.
A fundadora da Rede falou que o discurso de Dilma em campanha agravou a situação do Brasil em 2015, no primeiro do mandato da petista.
“Se Dilma tivesse trabalhado com a verdade, assumiria que corríamos grandes riscos em relação aos inúmeros problemas que tivemos desde 2008”.
É engraçado porque, enquanto países do mundo correram atrás para resolver a crise, disseram aqui na terrinha que “era apenas uma marolinha, e chegaram a dar lição de moral até à Alemanha”.
“Diziam que, se eu ganhasse o governo não teria maioria no Congresso, e hoje a presidente não tem maioria”.
“Diziam que se eu ganhasse, eu iria tirar alimentos das pessoas pobres, e isso ocorre com a inflação que atinge a mesa dos trabalhadores”.
“Diziam que, se eu ganhasse, iria acabar com Pronatec e Prouni, e isso o governo está fazendo. As pessoas projetam em você o que vão fazer”, concluiu Marina Silva.
Este artigo foi elaborado também com o Estadão.
Seu conteúdo mostra a situação grave que vivemos.

Gabriel Novis Neves
08-01-2016

VERDADE


A nossa educação vai de mal a pior. Múltiplos fatores compõem esses ingredientes de atraso nacional. Seria estafante enumerá-los, sendo a maioria do conhecimento público.
Talvez, esse processo “maligno” tenha o seu início logo nos primeiros dias da vida extrauterina.
Embora, nessa idade a criança não possua ainda capacidade de entender, a falta da verdade nas relações pais e filhos, seja o início de toda essa tragédia humana.
Educadores modernos e mais esclarecidos recomendam que mesmo nesses primeiros dias, há necessidade dos pais conversarem com os seus filhos transmitindo todo seu amor, usando sempre a verdade. De tanto ouvir o certo, essa criança ao adquirir o seu poder cognitivo, dificilmente se surpreenderá ou traumatizará com aquilo que desde cedo se acostumou a ouvir. Como exemplo, poderei citar o caso das crianças adotadas. Seus pais não biológicos, apesar, de todo o amor dedicado a elas têm dificuldades em saber se dizem a verdade sobre a sua origem genética ou não.
Em que fase da vida dessa criança seria o momento ideal para a revelação?
Pesquisas apontam que muitos pais preferem esconder dos seus verdadeiros filhos não biológicos a sua correta identidade. Quando a criança fica sabendo sobre a sua verdade, o trauma é muito intenso. Outros deixam para o tal momento oportuno, que é inoportuníssimo quando adulto seu filho descobre que seus pais são mentirosos, numa hipócrita situação de protegê-los.
A criança tem que ouvir desde o seu nascimento que ela não saiu da barriga da mamãe, mas, é tão querida e amada como se fosse igual a maioria dos bebes.
A mania de esconder a verdade das crianças parece que faz parte da nossa cultura.
Em uma educação onde é descoberta pelos filhos a mentira, seus resultados são os mais desastrosos possíveis, criando a desconfiança e falta de amizade no relacionamento pais e filhos.
Quando as novelas de televisão em horário nobre há anos vêm martelando sobre adoção de crianças, onde fica nítido o preconceito que jamais deveria existir sobre o filho não biológico, já passou o momento de uma reflexão sobre esse assunto.
Os pais deveriam aprender a dizer sempre o sim aos seus filhos como início do diálogo.
A educação necessita urgentemente melhorar preparando a criança para a vida.
O início tem que ser em casa sem artifício da mentira incompatível com a educação. Só a verdade salvará as nossas crianças.

Gabriel Novis Neves
09-05-2015

31 de dezembro


De todos os dias do ano este é o mais envolvido em crenças, superstições e tradições.
Para cumprir com todos os rituais que a nossa cultura nos impõe teríamos de seguir uma liturgia quase impossível de ser executada.
A começar pelo vestuário: qual a cor da roupa a ser usada nesta noite para nos trazer saúde, paz, amor, dinheiro e muita felicidade no ano que está alvorecendo? Parece que o branco da paz e o amarelo da fortuna são os preferidos.
E o tipo de comida para a ceia do Réveillon? Comer carne de animais que ciscam para trás, como a galinha, estão vetadas para os supersticiosos, pois atrasam a vida das pessoas. 
A carne de suínos, que é um animal que fuça pra frente, é a preferência nacional. 
Comer peixe na virada do ano também se tornou uma tradição, pois faz bem para a saúde e deixa o organismo mais leve – principalmente depois da comilança do Natal. O bacalhau emplaca o topo desta lista. Ostra e camarão têm os seus simbolismos: as ostras atraem coisas boas e camarão simboliza o riso fácil.
Sementes de romã e de uva, em número de sete, têm de ser chupadas e seus caroços guardados na carteira de dinheiro até o próximo dia 31 de dezembro. A uva simboliza boa sorte e a romã dinheiro e bênçãos.
Outro prato tradicional são as lentilhas, pois abrem caminho para a fortuna. 
As frutas são muito bem vindas como sobremesa. Uma grande bandeja com frutas frescas variadas, principalmente as amarelas e alaranjadas – segundo reza a crença elas lembram moedas de ouro e atrai dinheiro e sorte. E, de acordo com as tradições orientais, não podem faltar as tangerinas, que representam o sol, o grande doador da vida e da luz. 
As frutas secas ou cristalizadas, como figo, pêssego, ameixa, damasco e maçã, por exemplo, significam sorte e fartura para o próximo ano.
A bebida, lógico, é o vinho espumante, ou champagne. O vinho é considerado sabedoria e vida. E, de preferência, servido em taças de cristal para purificar as energias espirituais.
Lançar ao mar flores, sabonetes, perfumes ou qualquer outro presente para Iemanjá na virada do ano faz com que os nossos problemas sejam levados para o fundo do mar.
E por que devemos pular sete ondas? Segundo os gregos, o mar tem poder espiritual para renovar nossas energias. Sete é um numero espiritual. Pulando sete ondas você invoca iemanjá, e ela que dará forças para vencer as dificuldades do ano que se inicia.
Passar o ano em ambiente fechado ou aberto? Orando ou dançando? Em casa, clube ou molhando os pés nas águas salgadas ou tomando banho de cachoeira?
Entrar o ano pisando com pé direito ou não? Brindar com champanhe ou água natural? Com música, fogos, abraços e beijos, ou simplesmente dormindo?
Essa crueldade cultural que herdamos dos nossos antepassados nos traz, muitas vezes, preocupações desnecessárias. 
Seria tão mais simples crermos somente que o primeiro dia de janeiro é dia de esperança.  
Neste dia celebramos o Dia Mundial da Paz e a festa da Santa Mãe de Deus. E, nada além dos cumprimentos e desejos de felicidades aos amigos e parentes, deveria ser o ritual a seguir. 
Crenças, superstições e tradições. Por eles o primeiro de janeiro de cada ano é marcado. Tudo voltado para a busca da riqueza, prosperidade e paz.
Confesso que cumpro alguns desses rituais. Mas, não para buscar riqueza ou prosperidade. Faço minhas mandingas em busca da paz. 
A paz que devemos buscar insistentemente, todos os dias do ano. Principalmente a paz conosco mesmo. Entendo que nenhum ser possa ser feliz se estiver mal consigo mesmo. 
No entanto, nada conseguimos sozinhos. É necessário que estejamos receptivos para podermos receber toda a ajuda possível. Ajuda, principalmente, do Alto.

Gabriel Novis Neves
31-12-2015

TRASEIRA DE CAMINHÃO


Navegando dia desses pela Internet abri um site que relacionava várias frases de para-choque de caminhão.
A maioria delas é puro humor, mas têm também as religiosas, as reflexivas e as românticas. Dizem que elas representam a filosofia e maneira de ser do brasileiro – que leva na brincadeira todas as suas desventuras.
Três delas me chamaram a atenção: “Dinheiro não traz felicidade: manda buscar”, “A felicidade não é um destino aonde chegamos, mas sim, uma maneira de viajar.” “Alguns causam felicidade em todo lugar que vão, outros em toda hora que partem”.
A palavra felicidade está no topo da cabeça de todo nós. A filosofia, desde sempre, investiga e se propõe a achar uma fórmula para o alcance da felicidade.
Tales de Mileto - que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. - nos traz a mais antiga referência sobre a felicidade. Para este filósofo “ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada”.
No mundo contemporâneo a investigação sobre o que nos traz felicidade ainda permanece.
O filósofo paranaense Sérgio Cortella aborda em suas conferências, de forma simples e educativa, este tema.
Assisti a um curto vídeo do seu pensamento sobre felicidade partindo de conceitos antigos que demonstra que a felicidade não é uma simples fórmula onde a felicidade é igual realidade menos expectativa.
Há pessoas que acham que a felicidade é a posse contínua de bens materiais. A verdade é que ela vem do essencial, como a amizade, lealdade, amor, dedicação, carinho e tantos outros valores imateriais.
Procuramos, prossegue o mestre, achar a felicidade no secundário, quando precisamos de autenticidade. A posse de bens não é essencial para encontrá-la. Nunca confundir com dinheiro, que é fundamental, e não, essencial.
Precisamos de coisas simples para ser feliz, que é um ato transitório, momentâneo - não é um estado permanente.
Aquela felicidade artificial adquirida por meio de fármacos ou outras drogas é ilusória e só faz mal à saúde das pessoas.
Temos de ter esperanças e procurar a felicidade diariamente. Ela não cai em nosso colo.
Como é difícil explicar o que é a felicidade!
“Quem busca a felicidade fora de si é como um caracol que caminha em busca da sua casa”. Constâncio C. Vigil, escritor uruguaio.

Gabriel Novis Neves
04-01-2016

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Estupro


A violência contra a mulher é um problema cultural e vem afligindo a humanidade através dos séculos.
A grande repressão sexual, exacerbada a partir do século V até o século XV, reafirmou no inconsciente coletivo a mulher como coisa, nunca levando em conta os seus próprios desejos. Isso porque, desde a pré-história, e depois passando pelos gregos e romanos, as sociedades eram predominantemente hedonistas, colocando o prazer como mote prioritário de vida.
Com a queda do império romano e o advento do cristianismo, inicia-se um ciclo de ausência absoluta de individualidade e luta contra as tentações.
Amar, só a Deus. A teoria do pecado original foi maciçamente difundida.
A partir do século XII, com o renascimento, aparece o amor cortês, sempre exaltando os prazeres do espírito em detrimento aos prazeres da carne. A verdadeira mulher amada deveria ser inatingível ao toque e apenas venerada como uma deusa. Apenas aí, o amor já se cogita como recíproco.
Os últimos três séculos foram impregnados por todos esses conceitos arcaicos, que faziam do sexo algo abominável. Até os dias de hoje, homens e mulheres ainda sofrem muito com seus medos, culpas e frustrações.
Até 1950, a virgindade ainda era um valor. Apenas entre 1960 e 1980, a verdadeira revolução sexual foi exercida, já que a pílula anticoncepcional estava presente e ainda não havia o HIV.
A partir do século XX, com o aparecimento dos grandes movimentos feministas e as grandes mudanças econômicas mundiais, a mulher consegue entrar definitivamente no mercado de trabalho em todos os setores e inicia assim o seu processo de “descoisificação”.
Entretanto, os estigmas de tantos séculos de opressão, não são assim removidos tão facilmente quanto gostaríamos.
Por outro lado, a mulher, despreparada para essa nova situação, começou a confundir liberdade com libertinagem, extrapolando comportamentos agressivos, tidos como masculinos, nunca antes exercidos e, principalmente, para os quais os homens não estavam programados.
Paralelamente, o mercado de consumo, ávido de novos lucros, jogou na sociedade a propaganda de um erotismo exagerado e a tudo vinculado. Nem as crianças escaparam desse projeto, sendo desde muito cedo estimuladas por suas mães a se tornarem miniadultas, através de roupas e comportamentos inadequados para a idade.
Agregado a tudo isso, a divulgação maciça de músicas com letras e coreografias sempre um forte apelo sexual.
Seios e bundas siliconadas, graças a esse grande mercado erótico, são oferecidos abertamente a preços módicos e suaves prestações mensais, servindo de desejo a mentes mais desavisadas, principalmente as jovens.
A indústria pornográfica já é a terceira maior em crescimento no mundo.
A violência familiar, exacerbada pelas drogas, legais e ilegais, só faz crescer. Campanhas de descriminalização progressivas e sérias, como as que vêm sendo feitas pelos países mais desenvolvidos, não conseguem se sobrepor aos interesses de pequenas minorias que obtém grandes lucros com esse mercado.
Diante de todo esse quadro, no mínimo propício, não é de se admirar que os instintos animalescos, escamoteados pelas leis sociais, estejam recrudescendo com tanta intensidade e frequência. A violência e os casos de estupro, em todas as partes do mundo, têm aumentado, e muito. Países superdesenvolvidos como, por exemplo, a Inglaterra, já mostram níveis assustadores desses casos, apesar das altas penas infringidas aos infratores.
Aprendemos desde muito cedo que onças não devem ser cutucadas com vara curta e sempre que a sociedade se torna muito permissiva, a barbárie começa a imperar.
Já vimos isso inúmeras vezes na história e sabemos os resultados desastrosos que daí advém.
Os conceitos de amor não são imutáveis e o histórico da humanidade está aí para nos comprovar isso.
A nossa vida sexual afetiva está sempre condicionada a atuações do inconsciente cultural e social.

Gabriel Novis Neves
18-05-2013

BRIGAS DE CASAL


Certamente, muito mais relativas à instituição do casamento do que propriamente aos cônjuges, acontecem, com tanta frequência, as brigas de casais.
Pessoas oriundas de culturas diferentes, com diferentes condicionamentos de vida e de valores são, de repente, jogadas numa convivência diária e promíscua.
O que anteriormente justificava a razão para esse entrosamento, conhecida romanticamente como amor, logo se transforma num pesado fardo para ambos que, imediatamente, tratam de  viver em função de um bem maior, a organização e manutenção da família. Isso nos é ensinado desde sempre, e se torna um dos pilares da sociedade em que vivemos.
Jamais fomos consultados se este é o estilo de vida que mais nos agrada. Assim as nossas escolhas afetivas vão sendo sufocadas pela vida afora, sem mais nem por que.
Não é de se estranhar que essa verdadeira prisão emocional, na maioria das vezes emoldurada por comportamentos hipócritas de ambas as partes, traga inúmeros problemas de convivência, inclusive para a prole formada nesse núcleo familiar.
A tendência é sempre culpar as pessoas, esquecendo-se assim de que o grande vilão é o tipo de organização que impõe a anulação  de um dos cônjuges, ou de ambos, quando se instala  o estado de anestesia familiar.
Assim são empurrados inúmeros casamentos, algumas vezes até considerados muito felizes pela moral vigente.
Mecanismos de prosperidade econômica, na grande maioria das vezes,  ajudam, e muito, na manutenção da muleta mútua.
Nas classes mais abastadas os jovens andam conseguindo soluções criativas - quer vivendo em casas separadas, quer conseguindo manter a  relativa privacidade de cada um, ainda que num mesmo apartamento.
Como as pessoas são absolutamente únicas, fica muito difícil que, pelo menos, nos primeiros anos de convivência, que são os mais complicados, não surjam as chamadas incompatibilidades.
Fundamental, a meu ver, seria que cada  um pudesse manter ao máximo a sua individualidade e os seus gostos, desfrutando juntos apenas os momentos prazerosos   verdadeiros.
Aquela repetida frase “só vou se você for”, logo se transforma numa grande causa de angústias e dissabores.
A independência, em todos os seus aspectos, talvez seja  uma das grandes aliadas dos raros casamentos felizes.
A natureza, com a sua premência de perpetuação da espécie, impede que uniões fossem muito mais tranquilas se já feitas na maturidade.
Ao que tudo indica, na juventude, as grandes causas de discordância são a financeira, a diferente visão na criação dos filhos e a terrível sensação de posse que gera o grande destruidor, o ciúme.
Com o passar dos anos a liberdade afetiva, que tanto  aflige a humanidade, já não tem tanta importância, uma vez que experiências  várias foram vividas na sua plenitude.
Impressionante como a segurança é diretamente proporcional ao número de anos vividos. Somos agraciados com um processo  de doação mais fácil e nos tornamos menos exigentes e menos possessivos.
Aprendemos a amar no outro, não só as suas qualidades, mas também os seus defeitos.
Dialogar sempre é o melhor remédio, e vem ajudando, e muito, as relações entre os casais, fato inusitado  nas gerações passadas.
Como dizia o nosso querido sociólogo Betinho: “As modificações no mundo não correm, andam”.

Gabriel Novis Neves
18-10-2013

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Sedução explícita


O sexo feminino é condicionado a se utilizar da arte da sedução dos oito aos oitenta anos, ao contrário do que acontece com os animais, onde o macho é sempre o grande sedutor, inclusive, mais bem dotado de apetrechos para essa finalidade, tais como a beleza e habilidades para o canto e para a dança.
Observar na natureza esses rituais que precedem a conquista da fêmea é um espetáculo de rara beleza, principalmente para moradores de cidades do interior que podem se dar a esse luxo em virtude da convivência mais próxima com os bichos, coisa dificilmente vivenciada pelos habitantes de grandes cidades.
Desde a mais tenra idade, meninas já se comportam num clima constante de exibição, quer no colégio quer no ambiente familiar, e isso é enaltecido pela sociedade. Todos sabem como elas são sempre muito mais glamorosas com os pais do que com as mães. Isso é absolutamente normal, desde que bem conduzido pelos progenitores, responsáveis pelos devidos distanciamentos visando uma boa educação afetiva sexual futura.
Na adolescência, com o desencadear do tsunami hormonal, a sexualidade passa a ser vivida de uma maneira que possa ser eleitos os verdadeiros objetos de desejo de uma maneira intensa e saudável.
Daí em diante, pela vida afora, serão colhidos os frutos de uma vida sexual afetiva prazerosa e, que mesmo com altos e baixos, cumprirá o seu papel no psiquismo de cada um.
Com o passar dos anos a indústria da beleza e da estética resolveu investir pesado também no sexo masculino, e já percebemos, com força, o comportamento de grande parte dos homens do nosso século, comumente chamados de metrossexuais.
São homens extremamente preocupados com a sua estética, totalmente submissos à ditadura da beleza, exatamente como a maior parte das mulheres.
Tudo isso foi se firmando graças a um excelente trabalho de marketing que vem sendo desenvolvido pela poderosa indústria da estética desde os finais do século passado e, principalmente, nos dias atuais.
A grande gama de novos cremes ditos miraculosos, xampus, perfumes e toda sorte de adereços apregoados pela indústria da moda como sedutores, vêm fascinando homens e mulheres e, portanto, cumprindo a sua finalidade precípua, que é gerar altos lucros.
Lá se foi o tempo em que as pessoas eram avaliadas mais em função do seu caráter, da sua inteligência, da sua integridade do que pelo seu aspecto de beleza e elegância.
Tal como as mulheres, os homens se pavoneiam e competem entre si na busca de corpos esculturais, a qualquer preço. As academias estão aí para que isso seja constatado.
As mulheres, já acostumadas através dos séculos às mais diversas formas de dominação, pouco se ressentiram dessa nova ditadura da beleza e da magreza. Lamentável que isso tenha acontecido justo no momento em que elas tinham acabado de fazer a maior revolução do século, a sexual e, portanto, tinham se livrado dos grilhões que as mantiveram submissas por tantos séculos.
O fato é que nesse jogo hedonista todos perdem. Hipertrofiados que ficam em função de uma sedução que sempre se mostra pequena em função das metas a serem alcançadas.
Nessa perspectiva, crescem o narcisismo e o desinteresse por valores reais, únicos responsáveis  por uma vida vazia  e caldo favorável  para o aparecimento dos estados depressivos.
A prática narcísica é sempre incompatível com as trocas afetivas, uma vez que quem não sai de si não consegue se entregar ao outro de uma maneira saudável.
Sedução é entrega, e essa só acontece quando nos despojamos do artificial e mergulhamos nos nossos instintos.
Com a chegada da menopausa e da andropausa, inúmeras pessoas começam a apresentar quadros de depressão profunda, geralmente motivadas pela possibilidade de perda da sedução.
Entretanto, estudos modernos vêm provando que o cérebro é o grande desencadeador de uma sexualidade duradoura, e o seu bom funcionamento vem propiciando cada vez mais velhices alegres e prazerosas.

Gabriel Novis Neves
25-10-2013

JOGOS DE AZAR


Sou totalmente favorável ao projeto do senador por Mato Grosso Blairo Maggi que autoriza a abertura de até trinta e cinco cassinos no país.
Irei reproduzir parcialmente o que disse o senador ao Jornal O Globo do Rio de Janeiro.
“Por mais proibidos que eles sejam, os jogos acontecem hoje. Têm cassinos clandestinos, e acaba sempre tendo, por mais que haja fiscalização”. Blairo Maggi, relator do projeto de legislação de jogos no Senado.
Segundo Maggi, o Brasil é um dos poucos países que não têm essa atividade liberada.
Para ele, as pessoas são “esclarecidas” e a autorização da exploração não vai gerar uma “corrida” da população às casas de jogos.
“É mais uma atividade”, disse.
“O governo não tem restrição a esse projeto. E tem interesse nessa arrecadação de vinte bilhões de reais”, diz o líder do governo no Senado.
O projeto é bastante minucioso com relação a sua localização e estrutura como hotel, local para reuniões e eventos, restaurantes, bares e centros de compras.
Segundo a proposta, o cassino poderá ocupar até dez por cento da área construída do complexo.
O credenciamento para explorar cassinos se dará pelo período de trinta anos, de acordo com o texto do Blairo Maggi.
Há rígidos critérios para selecionar o empreendimento.  O governo deve usar como requisitos principais de seleção o valor do investimento para a implantação de lazer, da mão de obra local, o número de empregos a serem criados, entre outros fatores.
O projeto cria uma Contribuição Social, cuja arrecadação deve ser integralmente destinada à Seguridade Social.
Entre aumentar impostos e criar novas fontes de recursos, em minha opinião, o projeto é válido, disse Blairo Maggi à imprensa.

Gabriel Novis Neves
​04-01-2016

Sociopatas?


Curioso saber através das mídias como estão se comportando no sistema penal essas figuras ricas e famosas presas na Operação Lava Jato.
Realmente, a capacidade de adaptação do ser humano é algo digno de estudo.
Sim, porque não estamos falando de bandidos comuns que passam a vida nesse entra e sai do submundo.
Estamos falando de pessoas cultas, sofisticadas e que, dado o grande poder aquisitivo, jamais poderiam imaginar tamanha rebordosa em suas vidas. 
Nosso país até então era conhecido como o paraíso da impunidade.
Como explicar comportamentos de superação em que essas pessoas, mesmo em celas mínimas, continuam com a sua rotina de exercícios matinais, dietas conservadas, bom equilíbrio emocional?
Não esquecer que todas elas levavam vidas milionárias, cercadas de todos os requintes de luxo, com tudo que a sociedade de consumo tem a oferecer aos poderosos.
O que me fascina é essa tremenda capacidade interna que todos temos e que só se manifesta em situações muito adversas.
Segundo a imprensa, o maior empreiteiro brasileiro, dono de uma fortuna avantajada, preso há mais ou menos seis meses na Operação Lava Jato, apresenta excelente estado físico e mental, dividindo sua pequena cela com dois outros colegas de infortúnio.
Consta que trocam entre si informações, livros, alimentação trazida diariamente pelos advogados dos mesmos, material para a rotina fitness do dia e, quem sabe, principalmente, o consolo mútuo pela falta de liberdade, a meu ver, o maior entrave para a continuidade do funcionamento de um bom sistema nervoso.
Com todo esse mar de lama que assola a política, e literalmente o país, seria interessante fazer um estudo neurocientífico desses personagens que, distantes de todos os seus privilégios, ainda encontram forças para seguimento de suas rotinas, mesmo com ameaça de longos anos de reclusão.
Confesso ser desmedida a minha curiosidade quanto a esses “novos bandidos tão corajosos, não só para infringir as leis, mas também no enfrentamento das consequências daí advindas”.
Serão eles todos sociopatas ou apenas pessoas que se julgavam acima do bem e do mal na terrinha das impunidades?
A psiquiatria está perdendo nesse momento um farto material para estudo.

Gabriel Novis Neves
24-12-2015

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O ATO DE SOFRER


Somos condicionados por inumeráveis regras sociais e religiosas a acreditar que o ato de sofrer é uma consequência imediata do ato de viver.
Muitas vezes, os sofrimentos físicos e os emocionais se confundem, impedindo a sua separação.
Estudos médicos recentes vêm cada dia mais atribuindo doenças ao efeito deletério de algumas enzimas produzidas pelo nosso organismo durante estados de ansiedade, de crises depressivas e de períodos de estresse prolongados.
Nessas circunstâncias fabricamos as chamadas catecolaminas, além do cortisol fabricado pelas glândulas suprarrenais, ambos extremamente prejudiciais ao nosso viver.
Ao contrário, pessoas otimistas, possuidoras de uma atitude positiva diante da vida, liberam as chamadas endorfinas, que funcionam com verdadeiras pílulas do prazer.
Sempre que nos desmotivamos da vida, temos uma queda do tônus cortical, e, dessa forma, ficamos mais suscetíveis a todos os tipos de enfermidade.
Vírus e bactérias com as quais convivemos normalmente tornam-se agressivas quando isso acontece.
Atualmente, doenças degenerativas, inclusive o câncer e as doenças autoimunes, já são, na maioria das vezes, consideradas decorrências de distúrbios emocionais graves.
Pessoas mais saudáveis são sempre portadoras de um bom sistema nervoso que não seja submetido a grandes ambivalências.
Desde muito cedo somos condicionados, paulatinamente, a responder a todos os reflexos que nos são impostos, sejam eles patológicos ou não.
Como as sociedades, de um modo geral, são regidas por regras incompatíveis com os nossos instintos básicos animais, com o tempo vamos tornando-nos mais ou menos reprimidos e doentes, tudo dependendo do caldo cultural repressor onde fomos criados.
Isso se reflete mais tarde, já na fase adulta, em dificuldades orgânicas básicas, seja na ingestão abusiva de alimentos, seja nos distúrbios da evacuação, da micção e, principalmente, nas graves disfunções sexuais, tão comuns na prática médica.
Crianças são submetidas desde muito cedo a tarefas para as quais elas não estão preparadas impedindo, dessa forma, o ócio criativo, fundamental ao seu pleno desenvolvimento.
Não são respeitadas as leis da natureza que permitem que os filhotes se desenvolvam lentamente sem o acúmulo de tarefas que lhe são impostas sucessivamente, tais como: aulas de natação, de música, de judô, idiomas, enfim, a total castração da criança em termos fisiológicos.
Impedimos dessa maneira que as nossas crianças vivam a idade do descompromisso que, na maioria das vezes, nem na velhice é conseguida.
Quando se percebe, desponta aquele adolescente revoltado, agressivo, subvertendo todos os conceitos arcaicos que lhe foram impostos pela hipocrisia social.
Resultado: incompreensão dos pais que, ingenuamente se julgam injustiçados, pois tentaram “fazer o melhor”.
Isso vai sendo passado de geração a geração, já que papos honestos e verdadeiros sobre todos os temas nunca são discutidos nos meios familiares e, muito menos, nos escolares.
O sistema sinaliza para que todos os bens sucedidos devam ser preparados para “o ter”, e não, para “o ser”.
Nessa armadilha se esvai a felicidade, pelo simples fato de se formarem adultos hipócritas e reprimidos e que não conseguem compactuar emoções.
De tudo isso, só se conclui que “o sofrer” está muito ligado ao aprendizado de cada um. Quanto mais reprimido o indivíduo, maior a qualidade e a intensidade do seu sofrimento.
Reconheço que para nós médicos, é bem mais fácil lidar com essas filigranas emocionais, razão pela qual, até bem pouco tempo, antes da sociedade de consumo, médicos, e terapeutas eram bem mais valorizados.
Com a pressa do mundo atual, trocamos todos esses valores pelo imediatismo das relações em todos os níveis, infelizmente.
Triste imaginar que tantas pessoas que conviveram toda uma vida são meros desconhecidos, sem a real intimidade que deve ser fundamental ao amor.
Na mentira e na hipocrisia não se chega a lugar algum. Transformamos-nos num bando de almas penadas, cada dia mais solitário, ainda que acompanhadas...

Gabriel Novis Neves
14-12-2014

Grupos familiares


Esgotados os modelos familiares vigentes durante séculos e séculos, urge uma mudança nesse tipo de conglomerado, o que, aliás, já vem acontecendo paulatinamente.
Na minha prática médica ao longo de todos esses anos tenho constatado os inúmeros dramas oriundos dessa organização arcaica.
A velha companheira, apenas reprodutora, se transformou numa força de trabalho ativa e, portanto, fundamental para a economia do grupo.
Com as mudanças econômicas vieram as alterações comportamentais. Novos modelos se impõem para que os vários membros de um mesmo clã não adoeçam entre si, como vem acontecendo nos últimos anos.
Com o aparecimento de novas tecnologias facilitadoras dos trabalhos caseiros, a liberdade pessoal feminina tem se tornado uma meta. Mulheres não mais se conformam com ausência de tempo para si mesmas, impossível até poucos anos atrás.
Já percebemos esses profundos sinais de mudanças nos países mais desenvolvidos, em que os filhos são intimados a prover o seu próprio sustento a partir dos dezoito anos e, portanto, abandonar o teto familiar.
Nada mais saudável e promissor, ainda que para nós, subdesenvolvidos, nos pareça um ato de desamor.
As interdependências familiares são altamente adoecedoras para todos os seus membros, chegando, algumas vezes, a níveis insuportáveis, apenas disfarçados pelas hipocrisias que as circunstâncias exigem.
Pais subjugando filhos na sua juventude e sendo por eles subjugados na velhice, é o quadro mais frequente.
Sob a capa da proteção, em ambos os casos, se estabelece a mais cruel das relações, sempre baseada em mentiras e desamor.
É como se podada fosse qualquer iniciativa de autodirecionamento, e o ódio subliminar que daí advém, vai se acumulando através dos anos, tudo no mais profundo disfarce da compreensão.
Dessa forma, festas tradicionais que exacerbam os valores familiares, como o Natal e o Réveillon, com muita frequência redundam em espetáculos desastrosos, normalmente liberados graças à exclusão da censura promovida pela ingestão de bebidas alcoólicas.
Que as pessoas passem a entender e a respeitar a individualidade de cada um.
Que os idosos não se transformem em perspectivas de novos ganhos após o seu desaparecimento e que lhes seja permitido, e até mesmo, incentivado, a usufruir do justo fruto de seu trabalho na plena satisfação dos seus desejos. O que mata é infelicidade e tédio, e não, prazer.
Que a família passe a funcionar como seres que se amam e se protegem mutuamente, sem cobranças de qualquer espécie.
Que o respeito ao outro e às suas escolhas seja o moto propulsor para a felicidade de todos.
Que as pessoas se encontrem por puro prazer de estarem juntas, e não por regras comportamentais pré-estabelecidas, tais como almoços dominicais enfadonhos e obrigatórios, principalmente quando envolvem terceiros nesses compromissos.
Enfim, que cada um tenha presente que o ser humano foi feito para ser feliz do jeito que der e quer, mesmo que não corresponda às metas, ditas de sucesso, que são traçadas para ele.
Quem sabe assim não teremos um dia grupos familiares verdadeiramente felizes?

Gabriel Novis Neves
08-01-2014