Curioso
saber através das mídias como estão se comportando no sistema penal essas
figuras ricas e famosas presas na Operação Lava Jato.
Realmente,
a capacidade de adaptação do ser humano é algo digno de estudo.
Sim,
porque não estamos falando de bandidos comuns que passam a vida nesse entra e
sai do submundo.
Estamos
falando de pessoas cultas, sofisticadas e que, dado o grande poder aquisitivo,
jamais poderiam imaginar tamanha rebordosa em suas vidas.
Nosso
país até então era conhecido como o paraíso da impunidade.
Como
explicar comportamentos de superação em que essas pessoas, mesmo em celas
mínimas, continuam com a sua rotina de exercícios matinais, dietas conservadas,
bom equilíbrio emocional?
Não
esquecer que todas elas levavam vidas milionárias, cercadas de todos os
requintes de luxo, com tudo que a sociedade de consumo tem a oferecer aos
poderosos.
O
que me fascina é essa tremenda capacidade interna que todos temos e que só se
manifesta em situações muito adversas.
Segundo
a imprensa, o maior empreiteiro brasileiro, dono de uma fortuna avantajada,
preso há mais ou menos seis meses na Operação Lava Jato, apresenta excelente
estado físico e mental, dividindo sua pequena cela com dois outros colegas de
infortúnio.
Consta
que trocam entre si informações, livros, alimentação trazida diariamente pelos
advogados dos mesmos, material para a rotina fitness do dia e, quem sabe,
principalmente, o consolo mútuo pela falta de liberdade, a meu ver, o maior
entrave para a continuidade do funcionamento de um bom sistema nervoso.
Com
todo esse mar de lama que assola a política, e literalmente o país, seria
interessante fazer um estudo neurocientífico desses personagens que, distantes
de todos os seus privilégios, ainda encontram forças para seguimento de suas
rotinas, mesmo com ameaça de longos anos de reclusão.
Confesso
ser desmedida a minha curiosidade quanto a esses “novos bandidos tão corajosos,
não só para infringir as leis, mas também no enfrentamento das consequências
daí advindas”.
Serão
eles todos sociopatas ou apenas pessoas que se julgavam acima do bem e do mal
na terrinha das impunidades?
A
psiquiatria está perdendo nesse momento um farto material para estudo.
Gabriel
Novis Neves
24-12-2015
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