Livros
psiquiátricos e de psicopatologias se ocupavam, até então, das perversões
tradicionalmente catalogadas, tais como: sadismo, masoquismo, voyeurismo,
exibicionismo, homossexualismo e tantas outras.
Seriam
comportamentos sexuais específicos que, apesar de frequentes, sempre foram
muito reprimidos por irem de encontro às normas de conduta morais e sociais
vigentes.
No
meio dessa vasta literatura destacam-se os relatos de um psiquiatra sueco, ele
mesmo homossexual, em “Minorias Eróticas”, em que, de uma maneira simples, ele
tenta humanizar e descriminalizar todos esses comportamentos considerados
perversos.
Parafraseando
a tão famosa frase russa, incita seus leitores da seguinte forma: “minorias
eróticas, uni-vos, porque um dia o mundo será vosso”. Tudo isso, e muito mais,
para que as pessoas de comportamento considerado normal abandonem seus
preconceitos e tenham paciência com os considerados diferentes. Aliás, muito
paulatinamente, isso já vem ocorrendo.
Com
o advento da era digital, outros tipos de perversão estão surgindo.
Basta
notar que no momento em que escrevo sobre isso, surge como sucesso
cinematográfico mundial, o filme “ELA”, cuja história se baseia num homem que se apaixona perdidamente pela voz
feminina de uma máquina. Enaltecido pela
crítica, o roteiro parece que suscita maiores reflexões.
Assim,
podemos ter a dimensão do que ainda virá por aí, tendo em vista a criatividade
ilimitada do ser humano.
Já
estamos lidando com uma forte indústria de brinquedos eróticos os mais
variados, e alguns deles trazem a promessa de um prazer virtual bem acima do
real.
Coisas
da modernidade.
É
preciso não esquecer que o erotismo, aliás, como tudo à nossa volta, está
ligado às leis do mercado de consumo e, de acordo com elas, traça até os nossos
comportamentos futuros, quanto mais não seja, pela maior ou menor curiosidade
de vivenciar outros tipos de experiências.
Assim
como proliferaram em larga escala as academias de culto ao corpo, sob o estigma
de cuidar da saúde, no momento, proliferam os clubes de swing, tentando
diversificar o comportamento afetivo sexual dos mais jovens.
Tudo
regido, em última análise, pelo todo poderoso “Deus Lucro”.
A
propósito, graças a isso, maior e mais rápida tem sido na sociedade a inserção
do mundo gay. Trata-se de um grupo geralmente de bom poder aquisitivo e
altamente promissor para novos investimentos, quer no setor de beleza
propriamente dito, quer nas inúmeras possibilidades turísticas específicas.
Dificilmente
as pessoas param para pensar nessas várias implicações comerciais, que tanto
interferem na nossa vida e sem que percebamos qualquer tipo de manipulação.
É
assim com a política, com a arte, com a moral, com a moda, com o culto a
padrões estéticos pré-determinados, com a educação e, lamentavelmente, com os
nossos comportamentos afetivo-sexuais, em que a “Mãe Natureza” tanto se esmerou
para que fossem simples e paradisíacos.
Gabriel
Novis Neves
25-12-2016
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