Logo
que foi divulgado o Tratado Transpacífico fiquei indignado com relação à
posição do Brasil, optando por não pertencer ao grupo do qual fazem parte Canadá, Estados Unidos,
México, Peru e Chile, no continente americano.
Como
a moeda tem duas caras, estou lendo que “esse acordo regulará, por exemplo, o
comércio de remédios, permitindo a expansão dos monopólios de medicamentos
patenteados, o que acabaria com os genéricos”.
Aquilo
que parecia ser o maior acordo de comércio e investimento regional da história,
não é o que parece.
Esse
tratado para o “livre comércio”, na verdade,
é um acordo para administrar as relações comerciais e os investimentos
dos seus membros em nome dos grupos de pressão empresariais mais poderosos de
cada país. Tática, aliás, muito usadas pelo sistema.
É
evidente que o Tratado Transpacífico não tem nada a ver com o “livre comércio”.
Ainda
fazem parte desse tratado, o Japão, Vietnam, Brunei, Nova Zelândia, Singapura,
Malásia e Austrália.
A
Nova Zelândia ameaçou se retirar do acordo pela maneira como o Canadá e os
Estados Unidos querem controlar o comércio de produtos lácteos.
A
Austrália não está contente com a forma que os Estados Unidos e o México
pretendem regular o comércio de açúcar.
Por
sua vez os Estados Unidos não concordam com a forma estabelecida para o
comércio de arroz com o Japão.
Esses
desencontros comerciais são apenas a ponta do iceberg de um problema muito mais
profundo que com um simples tratado poderá ser resolvido.
Na
verdade, o que parece estar ocorrendo é a imposição de uma agenda contra o
“livre comércio”, ampliando assim os direitos da propriedade intelectual das
grandes companhias farmacêuticas.
Ao
que tudo indica essas companhias, às vezes, por tempo indefinido, teriam a
expansão dos seus monopólios sobre os medicamentos patenteados.
“A
exclusão de medicamentos genéricos mais baratos ainda proíbe que os
concorrentes “biossimilares” lancem novos medicamentos durante anos”.
Devido
ao sigilo que envolve as negociações do Tratado, não deve surpreender a ninguém
que os acordos internacionais dos Estados Unidos regulem o comércio em vez de
liberá-lo.
Isto
costuma acontecer quando o processo de decisão sobre políticas públicas se
torna exclusivo aos interesses empresariais e restritos aos representantes
eleitos pelo povo no congresso dos países de economia preponderante.
Olho
vivo pessoal! Como dizia um falecido cronista social brasileiro, "cavalo
não desce escada”.
Gabriel
Novis Neves
10-12-2015
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