A
formação de opinião costuma ser automática desde que não nos habituemos a ler o
mais importante, as entrelinhas.
Os
mecanismos de lavagem cerebral são muitos e perfeitos. Sabemos também que
qualquer mentira bem elaborada pode ser transformada em verdade absoluta.
Isso
tem sido frequente nos dias atuais.
Dentro
da economia, qualquer produto pode atingir recordes de venda desde que
submetido a um excelente marketing. Aliás, os marqueteiros são pessoas
extremamente valorizadas nas economias de mercado.
É
sempre importante questionar o que há por trás, numa dimensão subliminar, de
tudo que lemos, ou que e por que consumimos.
Caso
contrário estaremos sempre sendo lesados e submetidos a propagandas enganosas.
Algumas
vezes são tão sutis os métodos usados que mesmo as mentes mais especulativas
podem se deixar levar pelas engenhocas fantasiosas.
Isso
é válido, não somente para produtos, mas, principalmente, para ideias e
pessoas.
As
esparrelas em que caímos são diárias e independem do grau de inteligência de
quem as consome.
Com
relação à política isso parece patente. Alguns representantes do povo jamais
estariam ocupando um lugar no legislativo ou no executivo não fora o engodo
fabricado sobre seus feitos.
Imagino
que, diante de tanto desencanto, as pessoas devam estar se perguntando sobre o
que as levou a colocar em cargos vitais de mando seres tão descompromissados
com a realidade e responsabilidade que os rodeiam!
Aí
entra a brutal máquina econômica que, através de seus artifícios, transforma
rapidamente lobos em cordeiros.
Cada
povo tem os políticos que merece numa democracia como a nossa.
Então,
antes de reclamar, é preciso que todos se conscientizem de que uma leitura, ou
uma fala, só será válida se observadas atentamente as entrelinhas do discurso
que, na maioria das vezes, não corresponde à prática.
No
caso da fala, a mímica facial é de extrema importância e frequentemente trai o
que as palavras tentam impingir.
Aconteceu
comigo durante a transmissão de uma entrevista com um candidato à Presidente da
República há alguns anos.
Ao
ver na tela da televisão aquele personagem tão raivoso, totalmente disfórico,
despido de qualquer tipo de equilíbrio emocional, apesar da excelente
aparência, intuí na hora, ainda que concordando com algumas de suas plataformas
políticas, que dele não seria o meu voto.
A
figura, uma vez eleita por catalisar as necessárias vestimentas de salvador da pátria,
comprovou o meu diagnóstico em muito pouco tempo.
Espero
que com o treinamento de sucessivas eleições possamos aprender a interpretar
melhor as linguagens oral e corporal dos candidatos e, através delas, fazer
escolhas menos equivocadas.
Podemos
fabricar expressões faciais ensaiadas, mas o olhar, essa porta de comunicação
entre o que dizemos e o que sentimos, em algum momento trai o palestrante.
Com
o texto é bem mais difícil, mas é um exercício a ser tentado.
Gabriel
Novis Neves
07-11-2015
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