sábado, 22 de maio de 2021

PALAVRAS EM DESUSO


Quem não se lembra do apogeu do termo bossa nova, no final dos anos cinquenta?


O Presidente do Brasil, Juscelino Kubistchek era chamado de “presidente bossa nova”, quando iniciou a industrialização do país e a construção de Brasília.


E tudo que fugia a rotina do nosso dia- a- dia nos causava estranheza. A música cantada bem baixinha, geralmente pelos próprios compositores da melodia, deu origem ao antigo movimento musical consagrado com o nome de “bossa nova”, que ficou conhecida no mundo todo.


Era uma mistura de samba com o jaz americano, sendo seu expoente máximo o baiano João Gilberto.


Hoje quase não ouvimos mais esse termo. Temos novos em seu lugar, como negacionista e protagonista.


O protagonista é usado à exaustão, principalmente entre jornalistas esportivos.


“O jogador tal foi o grande protagonista do jogo; o clube tal necessita comprar alguém para ser protagonista; infelizmente hoje o fulano de tal não foi protagonista do jogo”.


Vamos ouvir e ler por muito tempo esse adjetivo, que representa um personagem que desempenha o papel principal.


Os formadores de opinião gostaram desse termo, como antigamente adoravam bossa nova.


Outro termo da moda é o negacionista, que teve seu apogeu na eleição do último presidente do Brasil, e praticamente dividiu a nação entre negacionistas (pessoas do mal) e antinegacionistas (pessoas do bem).


Não vou entrar nessa discussão, porque daqui a pouco entram em desuso.


A língua portuguesa é muito criativa, e fico lembrando “modismos linguísticos que provocavam o empobrecimento vocabular”.


Essas expressões citadas correm o risco de se tornarem “cafonas”.


As expressões que selecionei como os da moda atual, algumas transformam a linguagem em chata ou pedante, outras são absolutamente inexpressivas e desnecessárias como: a nível de, gerundismo e junto a.


A nível de, talvez seja a expressão mais desagradável de todas.


Gerundismo é o campeão dos campeões quando o assunto é modismo literário.


Junto a: antigamente era um advérbio de lugar, de repente virou modo, especialmente entre os jornalistas.


Vou ficar por aqui para não me tornar um velho chato.


Gabriel Novis Neves

07-05-2021

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