Quem não se lembra do apogeu do termo bossa nova, no final dos anos cinquenta?
O Presidente do Brasil, Juscelino Kubistchek era chamado de “presidente bossa nova”, quando iniciou a industrialização do país e a construção de Brasília.
E tudo que fugia a rotina do nosso dia- a- dia nos causava estranheza. A música cantada bem baixinha, geralmente pelos próprios compositores da melodia, deu origem ao antigo movimento musical consagrado com o nome de “bossa nova”, que ficou conhecida no mundo todo.
Era uma mistura de samba com o jaz americano, sendo seu expoente máximo o baiano João Gilberto.
Hoje quase não ouvimos mais esse termo. Temos novos em seu lugar, como negacionista e protagonista.
O protagonista é usado à exaustão, principalmente entre jornalistas esportivos.
“O jogador tal foi o grande protagonista do jogo; o clube tal necessita comprar alguém para ser protagonista; infelizmente hoje o fulano de tal não foi protagonista do jogo”.
Vamos ouvir e ler por muito tempo esse adjetivo, que representa um personagem que desempenha o papel principal.
Os formadores de opinião gostaram desse termo, como antigamente adoravam bossa nova.
Outro termo da moda é o negacionista, que teve seu apogeu na eleição do último presidente do Brasil, e praticamente dividiu a nação entre negacionistas (pessoas do mal) e antinegacionistas (pessoas do bem).
Não vou entrar nessa discussão, porque daqui a pouco entram em desuso.
A língua portuguesa é muito criativa, e fico lembrando “modismos linguísticos que provocavam o empobrecimento vocabular”.
Essas expressões citadas correm o risco de se tornarem “cafonas”.
As expressões que selecionei como os da moda atual, algumas transformam a linguagem em chata ou pedante, outras são absolutamente inexpressivas e desnecessárias como: a nível de, gerundismo e junto a.
A nível de, talvez seja a expressão mais desagradável de todas.
Gerundismo é o campeão dos campeões quando o assunto é modismo literário.
Junto a: antigamente era um advérbio de lugar, de repente virou modo, especialmente entre os jornalistas.
Vou ficar por aqui para não me tornar um velho chato.
Gabriel Novis Neves
07-05-2021
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