Nesses
milênios de existência a humanidade, em sua essência, mudou muito pouco e, se o
fez, foi disfarçando os seus instintos mais primitivos sob forma de hipocrisia
social.
As
guerras continuam cada vez mais cruéis - agora subsidiadas pelas grandes indústrias
bélicas aparelhadas pela mais alta tecnologia.
As
intolerâncias religiosas, raciais e de gênero, atualmente recrudescidas
mundialmente, nos humilham como seres ditos racionais.
Continuamos
intransigentes com aqueles que nos parecem diferentes, totalmente insensíveis
aos seus sofrimentos, movidos apenas pela nossa vaidade e pelo nosso desejo de
poder.
As
castas privilegiadas continuam as mesmas em todos os níveis e cada vez mais
desinteressadas por aquelas que julgam seus inferiores.
A
sede de poder desvairado leva civilizações inteiras ao extermínio ou ao caos.
Os
grandes déspotas de todos os tempos são sempre os mesmos, os Neros, os
Napoleões, os Hitlers, os Mussolinis, apenas travestidos de mensageiros da paz,
fazendo com que as pessoas mais esclarecidas cheguem à conclusão que a
humanidade é realmente inviável.
O
caos em que vivemos nesse mundo altamente tecnológico é o maior exemplo disso.
Atingimos
nesses últimos setenta anos um nível impensável de desenvolvimento pelos nossos
antepassados.
Com
o surgimento da sociedade de consumo a moral e a ética foram abolidas que, de
alguma forma, ainda tentavam ditar os costumes. Foi implantado o “Deus
Dinheiro“, senhor supremo de todas as coisas e pessoas.
O
mundo continua dividido, como sempre foi, entre os poderosos que determinam as
regras do jogo, sempre em benefício próprio, e a grande massa desvalida que
perambula sem destino e sem perspectivas - apenas oprimida como carneirada
obediente.
Consequência
de todo esse quadro: muita intolerância e barbárie nas relações interpessoais.
O
ser humano, nem no âmbito interno, não admite que alguém possa ser feliz de
acordo com as suas próprias regras.
Pessoas
livres são consideradas perigosas uma vez que passam a rejeitar todas as
amarras a que tentam aprisioná-las.
Dessa
maneira, continuamos através dos séculos nesse mesmo quintal de mesmice,
selvageria e intolerância do passado.
Quantos
mais mil anos serão necessários para completarmos a nossa evolução como seres
animais racionais dignos dessa nomenclatura?
Gabriel
Novis Neves
21-06-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.