Quando
não se tem certeza que um objetivo será alcançado costumamos assinar um
documento fantasia chamado “Protocolo de Intenções”.
Todos
os agentes públicos onde essa prática é mais utilizada conhecem muito bem o que
isso significa em termos pragmáticos, quando centenas deles são festivamente
celebrados, muitas vezes para aliviar uma pressão política e social existente.
Com
o passar do tempo tudo é esquecido e nada concretizado.
Recentemente,
uma delegação chinesa esteve no Brasil, quando foram assinados dezenas desses
protocolos com o governo federal e alguns estaduais.
A
propaganda oficial passou à população a falsa imagem que os trilhardários
orientais chegaram com malas de dinheiro para investimentos no nosso país.
Áreas
prioritárias seriam atendidas, como construções e pavimentações de estratégicas
estradas ao escoamento dos nossos produtos.
Ferrovias
transoceânicas, pontes, aeroportos e portos, além da compra de centenas de
jatos da Embraer e ações das nossas principais estatais, como da fragilizada
Petrobras.
Bilhões
de dólares seriam despejados em nosso território, em momento de grave crise
econômica com PIB em queda, desemprego na indústria, recessão em todos os
setores das nossas atividades produtivas, com repercussões sociais
insuportáveis.
Greves
por melhores condições de trabalho e salários nos serviços essenciais como
educação, saúde, segurança, transportes, pipocam em toda a nação, exigindo
soluções imediatas e corretas.
A
falta de credibilidade dos nossos governantes atingiu patamares impensáveis, e
a ausência de transparência nas suas ações sonegou da nossa gente a informação
de que esses recursos dos projetos orientais serão financiados pelo nosso banco
de desenvolvimento (BNDES) a juros subsidiados.
Um
negócio da China para os chineses, cuja moeda forte só terá vantagens sobre o
nosso dinheiro podre.
Projetos
serão elaborados, aprovados e, finalmente, o momento crucial da liberação dos
recursos.
Quando
isso acontecerá, se acontecer, ninguém sabe informar, pois vivemos no país onde
ninguém sabe de nada.
Até
quando iremos fazer esse tipo de administração de inventar soluções rápidas em
tempo de crise financeira?
Gabriel
Novis Neves
21-06-2015
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