Um
antigo ditado popular que ouvi muito na minha infância era responder com um
“não sei, não vi, não ouvi, não levo ninguém para a cadeia”.
Quando
algum segredo era revelado a uma pessoa de extrema confiança, logo os curiosos
e bisbilhoteiros da vida alheia procuravam o detentor da confissão da verdade
para saber detalhes sobre o acontecido.
A
resposta era invariavelmente aquelas palavras que se consagraram em ditado
popular.
Durante
muito tempo isso parecia perdido no tempo. Para minha surpresa não é que
ressurgiu com toda força nos tempos
atuais?
Começou
no escândalo do “mensalão” e agora no descalabro do “lava-jato”.
Milhões
de reais foram desviados dos cofres públicos em uma complexa operação
envolvendo agentes públicos, políticos e empresários de firmas de grande porte.
Quando
descoberta a falcatrua, ninguém viu, ouviu dizer e nada sabe.
Os
acusados juram de pés juntos inocência. O certo é que o dinheiro sumiu das
outrora respeitadas estatais e as mesmas entraram em estado de alerta máximo
para não fecharem as suas portas.
Empresários
poderosos presos aprenderam a lição de não esconder a verdade para a justiça,
com as penas impostas aos operadores do mensalão.
Resolveram,
então, pedir a delação premiada, que consiste em informar com precisão todos os
meandros utilizados para a ação criminosa.
Se
corretos, ajudando a justiça a desvendar as fraudes, terão suas condenações
suavizadas.
Tudo
que é confessado à Justiça Federal em segredo, de repente, como num passe de
mágica, é divulgado pela grande imprensa. São relatos impressionantes sobre o
profissionalismo na arte de roubar.
São
executadas manobras contábeis, bancárias e jurídicas complicadíssimas para
esconder o produto do assalto aos cofres públicos, transformando dinheiro podre
em bom. É a famosa lavagem, tão em moda atualmente.
Como
o crime nunca é perfeito, aliado ao uso de tecnologias de ponta pelos
investigadores, foi possível desvendar
todo o mistério dos crimes contra o Tesouro Nacional que abalaram e
continuam abalando este país.
Agora,
a luta é jurídica para encerrar o rumoroso caso apelidado de “lava-jato”,
corrupção jamais vista em nossa nação.
Mais
uma vez é o presente imitando com perfeição o passado no seu ditado popular.
Gabriel
Novis Neves
02-07-2015
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