De
há muito o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), estimulam o aumento do número de partos
normais.
Para
tanto, cobram das autoridades governamentais maior atenção aos principais
problemas que afetam a assistência obstétrica na saúde suplementar.
Há
de existir equilíbrio nas relações entre operadoras e médicos, assim como
garantia de ampla cobertura hospitalar às gestantes pelos planos de saúde.
O
Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciaram
novas regras para a realização do parto cesáreo através da contratação de
planos de saúde.
Solicitaram
às operadoras dos planos os percentuais de cesarianas e de partos normais
realizados por estabelecimento de saúde e por médico credenciado.
O
Presidente do CFM entende que essas decisões não consideraram aspectos cruciais
como a autonomia das pacientes
Esquece-se
que durante anos foi incutida toda uma cultura de não valorização e incentivo
ao parto normal.
Impossível
avaliar números sem considerar se o hospital, e também o médico, são
referências nos procedimentos de alto risco.
“Isso
pode causar discriminação e estigma contra alguns profissionais expondo-os a
julgamentos sem conhecer os motivos de suas escolhas, estritamente médicas em
casos de gestação de alto risco, por exemplo,” alerta o Presidente do CFM.
Outro
ponto polêmico é a liberação do pagamento pela operadora de saúde mediante as
anotações referentes à evolução do parto, em documento chamado de partograma.
A
FEBRASGO considera mais importante registrar o acompanhamento do parto de
acordo com o que é preconizado.
O
engessamento da inserção dos dados em um documento de formato específico
(partograma) pode atrapalhar a execução dos procedimentos segundo as boas
práticas recomendadas pelos especialistas.
Para
reduzir o número de cesarianas no Brasil o caminho passa, sobretudo, pelo
aperfeiçoamento do serviço de pré-natal e garantia de leitos nos hospitais
privados, com equipes completas em regime de plantão.
As
exigências da ANS não são medidas que podem desencadear uma mudança de
comportamento nos hospitais de maneira abrupta e com data marcada.
Impõe-se,
inclusive, uma nova cultura, não somente para os médicos, mas, principalmente,
para as parturientes já acostumadas às suas decisões pessoais no momento de
parirem os seus rebentos.
Gabriel
Novis Neves
21-06-2015
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