Sempre
escrevi que os dois grandes problemas para o deficiente funcionamento do nosso
Sistema Único de Saúde (SUS) eram a falta de financiamento público e a
politicagem na gestão.
O
poder público, para justificar o injustificável, defende a tese única da má
gestão, ignorando a falta de recursos humanos qualificados, insumos e espaços
físicos adequados.
Em
2014 o governo federal deixou de executar cerca de dez bilhões de reais previstos
no orçamento, e em janeiro anunciou cortes nas contas de 2015.
Mais
da metade do dinheiro não utilizado deveria ser investido em obras e
equipamentos para unidades da rede pública.
Dados
da Organização Mundial da Saúde (OMSrevelam que, historicamente, entre os
países com sistema universal de saúde, o Brasil aparece com o menor percentual
de participação do setor público na despesa per capita no referido item.
Ocupamos,
mesmo sendo a sétima economia do mundo, uma colocação abaixo da Argentina, da
Austrália, da Espanha, da Suécia, do Reino Unido, de Cuba, do Canadá, da
Alemanha e da França.
Essa
situação revela a fragilidade da gestão em todos os níveis (federal, estadual e
municipal), que se mostra despreparada para usar o que está no orçamento.
O
governo federal implantou a ditadura da tesoura. Os efeitos à nossa população
percebem-se no atendimento médico que lhe é oferecido, onde doentes brigam até
por vaga em maca de corredor hospitalar.
A
pedalada fiscal provocou atrasos na liberação de recursos federais e
desencadeou crises nos hospitais conveniados, especialmente nos filantrópicos.
As
Santas Casas foram atingidas gravemente para manter suas portas abertas, pois
que, em cerca de mil municípios brasileiros, são as únicas instituições a
oferecerem leitos públicos.
Realmente
saúde pública não é prioridade nacional!
Gabriel
Novis Neves
21-06-2015
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