A
solidão é a grande inimiga dos seres humanos por seus efeitos deletérios, e
atinge severamente o idoso.
A
falta de alguém com quem possa compartilhar suas ideias e sentimentos, assim
como, lhe ajudar nas decisões do dia a dia, afeta profundamente a qualidade de
vida das pessoas mais velhas.
Sabemos
perfeitamente que somos seres finitos e esse encerramento inevitável nos libera
de todos os deveres e dissabores da vida moderna.
Assim
mesmo, o solitário não consegue, muitas vezes, metabolizar minúsculas
preocupações comuns ao cotidiano.
A
fixação nesse foco patológico é traduzida em dias mal resolvidos e noites com
um sono de péssima qualidade.
Não
acredito em fármacos para esses “distúrbios” que, no geral, tem pouca
importância se vistos de fora.
Até
porque, carecemos de uma sociedade que valorize aqueles que já deram a cota
devida de seu trabalho e já deveriam merecer atenções especiais dos respectivos
governos.
Ao
contrário, o que se vê é o mais profundo desprezo, facilmente constatado nas
grandes filas bancárias de princípio de mês.
O
que vemos aí é um espetáculo deprimente, em que idosos em condições físicas precárias,
se arrastam em busca de seus minguados salários.
As
rápidas mudanças no modelo da nossa sociedade, onde valores duvidosos são
priorizados em detrimento dos verdadeiros, talvez seja a causa maior.
A
tranquilidade poderá ser reconquistada com políticas que devolvam aos velhos a
dignidade merecida.
A
ausência física daqueles que nos são caros, mas que estão limitados por
distância geográfica, além da nossa menor capacidade de locomoção, são agentes
propícios ao desencadeamento desta “síndrome” que afeta os solitários.
Terceirizar
essa situação com terapêutica médica não me parece também uma solução
inteligente.
Mais
complicado é que, em certas situações, nem a profilaxia pode ser feita, já que
a organização econômica financeira interfere nos nossos destinos e não pode ser
abandonada.
Procuro
sempre ajudar as pessoas solitárias, pois estudei muito seus comportamentos e
finalizações.
Em
um mundo egoísta, onde cada um está mais preocupado com o seu umbigo e a
solidariedade não prolifera, esse desejo torna-se uma tarefa quase
inalcançável.
Somos
seres gregários por natureza, e a tentativa de quebrar as regras naturais é
causa de grande infelicidade para pessoas que, já no ocaso da vida, ficam
extremamente suscetíveis à falta de atenção e de carinho dos circunstantes.
Gabriel
Novis Neves
11-07-2015
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