Ainda
há pouco o Brasil era um país rural, não industrializado, dependente
economicamente dos países mais desenvolvidos.
Enfrentávamos
sérios problemas nas áreas da educação, saúde, habitação, mobilidade urbana e
obras de infraestrutura.
Estávamos
em um momento de euforia na década de cinquenta com a industrialização de
Vargas e o otimismo do Juscelino quando, em 1958, conquistamos o primeiro
título mundial de futebol na Suécia.
De
lá para cá, o futebol serviu de cortina para esconder todas as nossas
insuficiências e inflacionar a nossa autoestima.
Éramos
os melhores do mundo nesta arte. Nada se comparava às habilidades dos nossos
craques.
Esquecemos
todas as nossas dificuldades e começamos a criar reis e príncipes no futebol.
A
nossa autoestima aumentou quatro anos após no Chile - repetimos o sucesso da
Suécia.
Éramos
bicampeões do mundo em futebol!
Nossa
cultura ficou toda na ponta das chuteiras! Encerrando esse ciclo em 1970 com a
conquista do tricampeonato no México.
O
Brasil tornou-se conhecido no mundo como o país do futebol, das mulatas e do
carnaval.
Nos
últimos quarenta e cinco anos, mais dois títulos mundiais foram acrescentados
com as vitórias nos Estados Unidos e na Coréia do Sul.
Desde
então acumulamos uma série de derrotas vexatórias, culminando com os 7X1 para a
Alemanha na Copa de 2014, aqui mesmo no Brasil.
Agora,
no Chile, em campanha irreconhecível, não chegamos nem às quartas de final.
Perdemos
a hegemonia no futebol e não avançamos em outros setores, como educação,
ciência e tecnologia.
No
momento enfrentamos a maior crise ética da nossa história, com uma economia
enfraquecida e o crescimento nacional paralisado.
O
pior é que não temos mais o amuleto do futebol para nos sustentar diante dos
obstáculos administrativos que assolam este país.
Resta-nos
a violência, criminalidade, corrupção e toda sorte de problemas sociais.
Precisamos
de um líder para nos tirar do fundo deste poço de humilhação e nos conduzir a
uma nação desenvolvida, igualitária e plural.
Gabriel
Novis Neves
02-07-2015
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