No
dia 15 de março de 1966 assumiu o cargo de governador do Estado de Mato Groso
(ainda não dividido), o jovem engenheiro da Escola Politécnica de São Paulo,
Pedro Pedrossian.
Filho
de imigrante armênio. Nasceu em Miranda, pequeno município no sul do Estado,
próximo à cidade de Aquidauana.
Muito
pobre, foi educado com dificuldades materiais, mas conseguiu concluir seus
estudos superiores em São Paulo.
Quando
foi nomeado diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, logo ficou
conhecido nas cidades por onde passavam os trilhos da ferrovia.
Foi
eleito pelo voto direto pela coligação PSD-PTB, vencendo seu adversário
político da UDN, então situação.
Candidato
da oposição, ele representava a juventude com os seus 37 anos. Sem nenhuma
experiência política partidária, conhecia muito bem as dificuldades do Estado.
Nos
postos chave da sua administração, como a pasta da educação, solicitou que o
Ministério da Educação indicasse o titular.
Aproveitou
também para o seu secretariado os recém-graduados, e até estudantes
universitários.
Fez
algumas concessões convocando velhas raposas para “ajudá-lo” na criação do
“Novo Mato Grosso”.
Estes,
não suportando o ritmo novo da administração, foram aos poucos sendo
substituídos por jovens inexperientes - mas imbuídos de muita vontade para
derrubar os velhos currais que os ‘barões’ criaram para dominar politicamente o
Estado.
Uma
das primeiras medidas inovadoras do novo governador - não demitir em massa os
ocupantes de cargos comissionados - desestabilizaram o poder vigente e, em
represália, um pedido de impeachment foi
votado pela Assembleia Legislativa, onde o governador tinha minoria de
deputados.
O
povo na rua, especialmente os estudantes, impediu a sua destituição, obrigando
muitos deputados favoráveis ao ‘golpe’ a se ausentarem do plenário.
Com
o aval popular, mudou o tradicional expediente no Palácio Alencastro. Deixou de
receber políticos, autoridades, empresários e destaques sociais em prol das
audiências de interesses pessoais.
Terminado
o primeiro ano de governo verificou que nada de produtivo havia realizado em
benefício do Estado.
Daí,
até o final do seu mandato, ‘fechou’ seu gabinete de trabalho e passou a
despachar das secretarias, autarquias, hospitais - aonde chegava sempre de
surpresa.
Aumentou
suas viagens de trabalho ao interior do Estado e foi atrás da captação de
recursos nos grandes centros financeiros.
Um
novo processo de impeachment foi articulado, e outra vitória do povo. Cumpriu
integralmente seus cinco anos de um governo de grandes transformações.
Deixou
o governo com duas Universidades Federais e inúmeros Centros Pedagógicos e
Educacionais espalhados por todo o Estado.
Recuperou,
só em Cuiabá, dois grandes hospitais. O querido e amado pelos cuiabanos,
Hospital Geral, hoje Hospital Geral Universitário e o Hospital Adauto Botelho,
antiga Colônia de Alienados.
Esses
causos passaram há quase cinquenta anos!
A melhora na autoestima da nossa gente, que ansiava por dias melhores
com oportunidades para todos, foi a sua maior conquista.
Retrocedemos,
ou vivemos um surto de modernidade administrativa?
Gabriel
Novis Neves
30-06-2015
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