domingo, 28 de janeiro de 2024

MEU JARDIM ENCANTADO


Criei este hábito: o de enviar minha crônica pela manhã aos amigos leitores, fazendo-a acompanhar da foto de uma flor do meu jardim.


Ele fica na cobertura de um edifício onde moro há trinta anos.


O trabalho de regá-lo duas vezes ao dia, cuidando do jardim e fotografando as flores, é da funcionária. Ela aprecia muito executar essa função.


Envia as fotos para mim pelo WhatsApp. Analiso-as e arquivo na galeria de fotos do meu iPhone.


No dia seguinte, escolho a mais linda — ao menos a meus olhos — e encaminho com a crônica.


Esse meu amor por jardins, plantas e flores, estou mais do que convicto, é genético.


Em fins do século XIX, nossa capital possuía ‘largos’ — são pequenas praças —, e não jardins.


Com o desenvolvimento e crescimento de Cuiabá, sobrou apenas um. Refiro-me ao Largo da Mandioca, onde moravam os capitães generais.


Nos finais da semana, os mateiros traziam os seus produtos para serem comercializados. Aqueles que tinham dinheiro, moravam nos casarões do Largo da Mandioca e arredores.


Há pouco tempo, a Câmara Municipal de Cuiabá trocou o nome de Mandioca pelo de uma moradora ilustre. Esta morava ali pelos arredores e frequentava a feirinha da Mandioca.


A mudança não pegou. O povo continua a chamá-lo de Largo da Mandioca.


Certas alterações de nomes de lugares públicos não vingam. Basta-nos lembrar da avenida da Prainha, da avenida do CPA, e do morro da Luz, somados a uma pá de logradouros.


Para não perder o fio da meada, o governador de Mato Grosso — à época se dizia ‘presidente’ — era o coronel Alencastro. Foi ao Rio de Janeiro com o intuito de modernizar e transformar, de fato, a capital do Estado.


Procurou o setor de engenharia civil do Exército, cujo chefe era um engenheiro militar que, quando tenente, serviu no destacamento militar, próximo à igreja da Boa Morte.


Floriano Peixoto enviou a Cuiabá o seu colega de turma e arma, Américo de Vasconcelos, natural de Uruguaiana.


Sua missão era construir o primeiro Jardim Público de Cuiabá em um ‘largo’ ao lado da igreja Matriz, que, por sinal, ficava no Largo da Matriz.


Meu bisavô paterno tinha predileção por jardins — com suas árvores, plantas e flores —, carinho que dele herdei.


Por onde passei, plantei jardins. O maior foi o da nossa Universidade, onde o cerrado foi substituído por árvores — de grande e menor porte —, por plantas e por flores.


Hoje colho o que plantei no terraço do meu apartamento.


Suas flores, de tão lindas, chegam a me emocionar, sentimento que, a cada novo dia, abraça meus leitores!


Alguns dos que as recebem, duvidam serem plantadas aqui, obrigando-me a informá-los: as fotos que acompanham as crônicas, são, sim, do meu jardim. Isso me abarrota de orgulho.


Para mim, o ‘jardim’ é um lugar mágico. Há quem diga até que ele é encantado. Não ignoro por quê: tem o dom de tocar nosso coração. Nada mais precioso.


Gabriel Novis Neves

17-1-2024




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