domingo, 14 de janeiro de 2024

MÊS QUE BATE RECORDES


Dezembro, para mim, é o mês recordista em temas para escrever. Período em que faço o balancete do ano que findou, traçando o que espero do ano que me abre as portas, pleno de sonhos.


Sinto-me muito bem com a idade que tenho, não sem abençoar o trajeto que já percorri. Agasalhei uma linda família, com filhos, netos e bisnetos. Grifo a ausência sempre sentida da minha mulher, agora morando na casa de Deus.


Tenho certeza de que, um dia — espero não seja tão de pronto —, iremos todos nos encontrar. E saber que isso é uma realidade!


Com 88 anos completos, estou bem de saúde, trabalhando, escrevendo doidamente e cuidando da manutenção do meu belo jardim.


Como bem me disse uma colega, ando fazendo o que ‘não dá dinheiro, antes só dá despesas’. No entanto, traduz motivos de alegria para meu coração.


Não pretendo fazer botox, harmonização facial ou qualquer procedimento cirúrgico de rejuvenescimento ou de embelezamento. Mas, se alguém souber de uma cachaça que me faça recobrar a juventude, não dispensarei uma talagada.


Tenho motivos suficientes para me alegrar com o número de leitores das minhas últimas crônicas, ao feitio de quem se considera bom escritor. E, nessa trilha, tenho enfeixado um montão delas, à espera de futura publicação.


As flores do meu jardim — a maioria flores do deserto — a todos encantam. E logo pela manhã, antes de tomar meu cafezinho, envio a foto de uma delas pelo WhatsApp. Ao receberem, meus amigos saboreiam um pouco dessa delícia.


São quitutes que, pouco e pouco, fui descobrindo nesta reta final. Tomado de alegria, compartilho com os amigos.


Dezembro é o mês que mexe com o meu emocional, tendo recebido demonstrações sinceras do muito que me estimam.


Pensei até em escrever uma crônica, recheando-a com comentários dos meus leitores. São tantas as mensagens bonitas que recebo, que só mesmo um livro detentor de muitas folhas poderia abrigá-las.


Tenho três excelentes cuidadoras-funcionárias, que nunca me deixam só, enchendo-me de paparicos.


Clientes antigas, que jamais se esqueceram de mim, estão sempre a me enviar guloseimas, feitas com carinho pra lá de especial.


Sirva de exemplo o que me ocorreu hoje. Logo pela manhã, fui mimoseado com uma travessa com bolinhos de queijo cuiabano e um bolo simples de trigo assado, feito na fôrma redonda. O detalhe é o queijo, que só pode ser de um profissional que entende do riscado. É ela quem o faz.


Tudo isso acontece em dezembro, mês que hospeda o dom de embalar as pessoas, aproximando-as.


Que nos venham outros dezembros! E que o Pai diga amém!


Gabriel Novis Neves

13-12-2023




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