quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

COISAS DO ÚLTIMO DIA


No último dia do ano a internet trabalha sobrecarregada, ficando difícil com a aproximação do ‘ano novo’, cujo prazo de validade é de um ano, as comunicações telefônicas.


É um tal de votos de felicidades com respostas intermináveis, criando um círculo vicioso, tipo ‘despedida de bêbado’.


Na Cuiabá de antigamente, dois amigos tomavam cerveja no bar. Passavam da conta com a cerveja e de retornarem as suas casas. Com as portas do bar fechando, resolveram deixar o recinto.


Caminhavam conversando, um se apoiando ao outro, em direção a casa daquele que parecia mais entusiasmado na mesa do bar.


Ao se despedirem na porta da sua residência, este ‘acha’ que seu amigo ‘merece atenção’, e o acompanha rumo à sua casa.


Nesse vai e vem sem fim, ficam curados do ‘porre’ e finalmente cada um entra em sua casa para descansar.


Cumprimentos pela passagem do ‘ano velho’ e entrada do ‘ano novo’, tem um tal de cumprimentar e responder cumprimentos sem fim. E haja espaço na lixeira da internet.


Mas a ‘graça’ do último dia do ano são as superstições que vêm sendo acumuladas com o decorrer dos séculos. São tantas, que só com uma ‘colinha’ para se lembrar de algumas.


Uma das minhas irmãs, que está de férias em uma capital litorânea, me telefonou toda alegre, dizendo que estava retornando da praia, onde foi jogar flores para ‘Iemanjá’!


Perguntei-lhe o que sabia sobre ‘Iemanjá’, e ela só soube me responder que era a ‘rainha do mar’ e que essa ‘identidade religiosa’ gostava de receber esses presentes que faziam bem aos seus doadores.


Certa ocasião fui passar a entrada do ano novo em Salvador, na Bahia. Todo o longo ritual, cheio de magias, aconteceu com os pés nas águas do mar e as calças brancas dobradas até o joelho. Isso seguido de cânticos e danças, servidas comidas típicas da Bahia.


Não entendi nada dos cânticos, em dialetos africanos e me encantou a religiosidade dos afros descendentes.


Quando me mudei de uma casa para um apartamento de um edifício no vigésimo andar com cobertura, minha mulher não se conteve de tanta alegria.


Como presente me dedicava sempre uma camisa amarela com calça e sapatos de mocassim brancos. Ela se vestia toda de branco, com alguma parte do vestuário em amarelo, geralmente uma estreita faixa amarela na cabeça.


Ficava linda com os ingredientes da ‘superstição’ e no contar regressivo ficava amparada em mim, sustentada apenas pelo pé direito, bem pertinho do céu, onde mora.


Na ‘entrada’ do ano 2000 falavam que o mundo iria acabar. Todos queriam ficar num lugar bem alto, próximo à Deus. A minha cobertura foi ‘super paquerada’ para entrar o ano.


A ceia do réveillon estava embebida de superstições. No outro dia, ninguém mais se lembrava delas.


A tradição da entrada do ano novo, permanece em muitos países. A queima dos fogos de artifício coloridos e o show com o drones, fazem um espetáculo à parte.


Artistas famosos em palcos gigantes construídos para essa festa, são montadas nas areias litorâneas das cidades brasileiras e do mundo, produzindo um espetáculo de rara beleza visual, onde impera a alegria.


É gente de todo o mundo se confraternizando nos mais variados idiomas.


Essas coisas só acontecem no último dia do ‘ano velho’!


E ano que vem tem mais, se assim Deus permitir!


Gabriel Novis Neves

01-01-2024




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