terça-feira, 23 de janeiro de 2024

NÃO SEI MAIS O QUE FAZER!


Estou terrivelmente apaixonado por meus quatro bisnetos. Por sorte minha, três deles residem aqui em Cuiabá. O outro mora em Portugal.


Como amo essas quatro lindas criaturinhas! Tomado de vivo interesse, é assim que acompanho o desenvolvimento físico e intelectual deles.


Por conta do permanente contato pessoal, consigo dispensar aos que estão por aqui, olho no olho, um carinho mais estreito.


Ensina a sabedoria popular: ‘o que os olhos não veem, o coração não sente’. Dou-me empenho em contrariá-la. 


A despeito da distância, faço das ‘tripas coração’ para que esse ditado não se confirme. Busco dedicar carinho igual a cada um dos pirralhos.


O que me dói é saber que eles crescem e se tornam adultos. Um dia vão casar, constituir família. Mais: vão decidir morar longe do ambiente onde tudo já se afeiçoa a cada um desses serzinhos.


Vieram fazer-me companhia e almoçaram comigo as duas Marias e o João Gabriel.


Estava no escritório tentando amoldar meus textos, após a ‘paradeira’ forçada, causada pelo defeito na internet.


Num de repente, entra a Maria Regina toda sorridente. Veio me mostrar uma novidade.


Aproximou-se de mim, total encanto, arrumada com os negros cabelos longos trançados.


Lascou-me um beijo na bochecha e abraços apertados de saudades. Foi logo me dizendo que iria tirar uma foto minha. Depois outra mais, agora sentada no meu colo.


Pediu, em seguida, que eu colocasse a foto em frente à tela do teclado do computador. Sim, esta a razão: sem a foto dela, ficava muito feio.


Teve todo o cuidado de me avisar que esperasse a foto secar, para que a imagem aparecesse bem bonita.


Aula dada, obedeci: estou com seis dessas pequenas fotos. Por enquanto. A ‘Nina’ aparece em quatro delas, sorridente sempre. É o que a distingue.


Sua prima ‘mais velha’ — a líder do bando —, nós a chamamos ‘Bela’. Charmosa, vestida igual a Nina, também ganhou uma máquina fotográfica polaroide.


A todos fotografou, recomendando sempre que tivéssemos o cuidado de deixar o cartãozinho secar.


O JG, modo como tratamos o João Gabriel, é o nosso músico. Leva jeito o danadinho!


Estão chegando de viagem: uma semana no Nordeste. Adoraram. Nem uma dor de garganta tiveram.


Gastavam metade do tempo no mar, e outro tanto na piscina. O JG me disse que pegou peixinhos no mar. Estou achando que é conversa de pescador…


Retornaram ontem à noite e, hoje, morrendo de saudades, vieram almoçar com o biso.


Agrada-me saber que, duas vezes por ano — fico sempre a contar os dias —, esse mesmo carinho especial, eu o recebo do Lourenço, meu bisneto português. Ah, que delícia! Cubro-o de beijos.


A enorme distância física que nos separa não condiz com o que, a todos os ventos, alardeia o provérbio que, de certa forma, abre a crônica. Sim, meu coração sangra: tenho vontade de, abraçá-lo logo.


Ponho-me a confabular com meus botões, engenhando o que fazer para reduzir a distância. Há todo um mar que nos separa.


O que consigo — como hei de negar! — é deitar beijos gostosos em sua fotografia, enquanto não me é dado fazê-lo ao vivo.


Se morro de saudades do Lourenço? Só eu consigo avaliar! Uma tonelada de saudades.


Gabriel Novis Neves

24-1-2024




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