terça-feira, 30 de janeiro de 2024

MEUS CONTEMPORÂNEOS


A cada dia que passa, mais escasseia o grupo de meus contemporâneos. Estou me sentindo cada vez mais só neste mundo de meu Deus!


No corredor para a eternidade, conheço um que outro. Ou melhor, poucos são os que caminharam rosto a rosto a rosto comigo.


Por que me propus escrever sobre um tema que todos teremos de enfrentar, mas nos esquivamos de até mesmo de conversar?


É de se perguntar: trata-se de falta de assunto, misturado com o que fazer?


Garanto que não se trata disso, mas alimento um incontido desejo de escrever sobre pessoas. Afinal, entre nós há tanto em comum.


Há tempos, publique uma crônica sobre o ser humano. Criado por Deus, encerra, em si, dificuldades para compreendê-lo a contento.


Em tese, desde o nascimento sabemos, o trajeto que nos cabe seguir. Mas, de certa forma, parece que o homem teima em não aceitá-lo.


A eternidade foge aos padrões da compreensão humana, e quanto alguém muito querido de nos se despede, a dor da ausência nos aflige de constante.


Confesso-lhes que me assaltam dúvidas, incapaz de compreender até que ponto a religião interfere nessa viagem impositiva para o lado de lá.


Ao extremo, tenho pensado em como será a minha despedida deste plano terreno para o outro, espiritual.


Chego a discutir esse tema com pessoas próximas. As respostas, tenho notado, levam e conta a religião e crença que professam.


Ponho-me a imaginar que a gente vai envelhecendo e, de consequência, vai os poucos se fragilizando. Num certo dia, partimos sem nada sentir.


Isso no que toca às pessoas idosas, sem doença de base, sem sofrer acidentes...


Não sei por que tenho lançado, com frequência, meu pensamento sobre esse assunto, ainda que desfrute de boa saúde, controlada por medicamentos e por cuidadoras profissionais.


Curioso é que alguns nunca se preocuparam com esse tema. Quanto a mim, mais abusado, sirvo-me dele até para escrever uma crônica.


As respostas dos meus leitores, estou convicto, haverão de me ajudar a sanar o impasse.


É muito provável que alguns enxergarão esse tema como algo esquisito, talvez até despropositado. Vamos aguardar!


Todas as noites, quando interrompo os quefazeres para descansar, agradeço a Deus por mais um dia vencido. Ele, Pai que é, saberá compreender meus questionamentos!


Na minha idade, travo uma guerra consciente com as horas que se escoam diante de mim, considerando uma vitória o dia conquistado.


Envelhecimento não é doença. Mas, à medida que a idade desliza, mais nos convencemos de que o trem da nossa vida se aproxima da estação final do percurso.


A ninguém é dado ignorar este tema. Ideia é que esta crônica nos conduza a uma reflexão amadurecida.


E que o Pai nos ajude, na última parada, a carregar nosso baú, pleno que nos fez ricos, não aos nosso, mas aos olhos Dele! 


Gabriel Novis Neves

22-01-2024




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