quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

NATAL SOZINHO


Passei o dia de Natal em companhia da minha cuidadora.


Não veio ninguém em meu apartamento para conversar, então, disparei a escrever e só parei para almoçar.


Estavam prontas quatro crônicas sobre o cotidiano.


Minha revisora nessas ocasiões me pergunta se estou com “diarreia intelectual”.


Temos o hábito de entrar o Natal e Ano Novo acordados e festejando com amigos nas famosas ceias natalinas e de Ano Novo.


Meus filhos foram à ceia natalina e dormiram a manhã toda.


Aproveitei a casa vazia e iniciei a escrever com uma velocidade maior que a habitual.


As verdades brotavam do fundo do meu coração.


Escrevia tudo que sentia, com toda a força da manhã de um natal solitário.


As recordações jorravam com a intensidade da data simbólica.


O teclado do computador não parecia estar cansado.


Logo o texto estava pronto, com a exaustão que não me permita, pelo menos, uma releitura.


O esgotamento emocional que eu senti por arrancar palavras tão bem guardadas na minha memória, me impulsionou a pensar e escrever sobre um outro assunto.


Assim passei toda a manhã de mais um Natal dos 87 que tenho acumulado.


Saudades senti, e foram amenizadas pela visita à noitinha do meu filho caçula, um “senhor” prestes a completar 56 anos, esposa e filho se preparando para o concurso da OAB e, no final do ano novo, estará concluindo seu bacharelado em Direito pela Universidade Mackenzie em São Paulo.


Sua irmã mais velha, que já é médica, não veio, pois estava de plantão no Hospital Universitário Júlio Muller onde faz o 2º ano de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia (GO).


Em compensação, o “day after” foi muito agitado com muita gente em minha casa.


Logo pela manhã recebi um casal de amigos que não conhecia pessoalmente.


O empresário, jornalista e historiador pela UFMT, Osmar de Carvalho e Fernanda, carioca de nascimento e criada aqui.


Foi uma “conversa boa”, de pouco mais de uma hora, com direito a fotos na chegada e saída, com cafezinho feito pela Márcia, minha “assistente para assuntos gerais”.


Antes do meu almoço, o seo Nelson “faz tudo” no meu apartamento com trinta anos de uso, resolveu um dos problemas, e o outro ficou para outro dia.


A “soneca estatutária” de depois do almoço ficou para bem depois.


Continua a falta de imunoglobulina que vem da China ou Índia, sem previsão de chegada ao Brasil, e eu necessito desse medicamento.


A minha enfermeira ausente nas festas natalinas, chegou e verificou que precisava urgente comprar medicamentos de uso contínuo na farmácia, pois estava em falta de alguns deles.


O dia passou rápido e estou terminando de escrever a única crônica que tive tempo de fazer.


Gabriel Novis Neves

26-12-2022




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.