domingo, 18 de dezembro de 2022

OS PITORESCOS 56


Bem antigamente, trepadeira era uma árvore que produzia flores o ano inteiro.


Servia para ornamentar muros e casas, e era abundante em nossa cidade.


Hoje trepadeira é a designação que se dá às mulheres que praticam o sexo com vários parceiros.


Na Cuiabá antiga, quem fazia isso de deitar com vários homens, era chamada de mulher com fogo no rabo.


Bem antigamente, mulheres que vendiam o seu corpo eram chamadas de raparigas.


Hoje são prostitutas.


Na Cuiabá antiga, existiam mulheres do baixo meretrício.


Hoje são garotas de programa.


Bem antigamente, modelos eram artistas de cinema de Holywood que víamos em páginas de revistas famosas.


Hoje são as antigas prostitutas com nova embalagem, o que vem a ser o mesmo.


Na Cuiabá antiga, existiam as moças da zona e dos cabarés.


Hoje existem acompanhantes de luxo, com nível universitário encontradas em hotéis de luxo da cidade.


Viajam para o exterior e seus honorários são cobrados antecipadamente para que não haja calotes.


 Bem antigamente, sempre existiu a prostituição.


Aqui no Brasil tornou-se profissão, com a chegada das francesas e polacas no Rio de Janeiro.


Elas atendiam em casarões onde moravam, inicialmente nas ruas próximas ao Palácio do Catete, residência oficial do Presidente da República.


Hoje, atendem o freguês no local que ele determinar.


É uma profissão que está sempre em alta, mudando apenas de nome.


Na Cuiabá antiga, a prostituição existia nos arredores da Igreja do Rosário e bairro do Baú.


Hoje isso não existe mais, e em todos os hotéis de luxo os gerentes mostram fotos de moças das mais variadas raças à disposição do mais exigente cliente.


Bem antigamente, as prostitutas eram chamadas de moças de vida fácil.


Hoje, moças de vida fácil são aquelas sem profissão, não trabalham e são sustentadas pelos seus pais ou coronéis, nome antigo de empresários, gente que tem muito dinheiro.


São chamadas também de dondocas.


Na Cuiabá antiga, moça era para casar ou ficar solteirona em casa ajudando seus pais.


Hoje muitas preferem ter vida independente, trabalhando em plataformas digitais, como influenciadoras.


Bem antigamente, a prostituição no Rio de Janeiro era quase toda localizada no bairro do Catete, Laranjeiras e Glória.


Mais tarde, foi afastada para o Mangue.


Hoje, não existe mais prostituição no Rio, substituída pelo turismo sexual, trazendo muita gente com dólar, euro e libra.


Na Cuiabá antiga, quando um homem importante tirava uma mulher do bordel para ser a sua esposa, quando o casal passava era vítima de cochichos.


Hoje, é frequente homem casar com homem e mulher com mulher, e ninguém fala mais nada.


Na Cuiabá antiga, existiam as chamadas moças de família, que só saiam de casa acompanhada dos seus pais, mesmo que fosse para ir à retreta no Jardim.


Hoje dormem fora de casa e seus pais não estão nem aí.


Bem antigamente, o namoro era sempre presencial com a autorização dos pais.


Hoje o namoro pode ser à distância, usando aplicativos como o Zoom, Meet google, Skype no computador ou celular, lugares em que quase tudo pode acontecer.


Na Cuiabá antiga, dançar mais de uma vez com o mesmo rapaz, só depois do noivado.


Hoje no primeiro encontro já vão conversar em quarto de motel.


Bem antigamente, o casamento era realizado em casa dos pais da noiva, o civil e religioso. A festa oferecida, todas as despesas eram da responsabilidade dos donos da casa, os pais da noiva.


Hoje, quando existe recepção com comes e bebes, os noivos escolhem um clube, e fazem rachadinhas para cobrir as despesas.


Na Cuiabá antiga, não existiam roupas especiais para os noivos.


Hoje existem agências especializadas para preparar e treinar os noivos.


As noivas no dia do casamento são levadas para um hotel, onde passam o dia todo com massagistas, cabelereiros, manicures, maquiadores e uma legião de costureiras chamadas de estilistas, muitas vindas de longe, para ajustar o vestido, véu e grinalda na manequim que irá se casar.


Bem antigamente, para saber notícias de bastidores muitos políticos importantes visitavam as chamadas casas de tolerância.


Segredo não foi feito para se guardar e eles contavam tudo às polacas, que passavam aos seus clientes.


Hoje as redes sociais sabem e contam os segredos sobre tudo.


Na Cuiabá antiga, costumava-se dizer que segredo de quarto de casal, nem as baratas sabem.


Hoje, continua assim para a loucura dos fofoqueiros.


Gabriel Novis Neves

13-11-2022




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