No terreno dos fundos do prédio de meu apartamento há um bar e restaurante. Nos finais de semana tocam lá música ao vivo, desde cedo. Hoje escrevo ao som de um gostoso violão com amplificador, tocado e cantado por uma moça, que não sei se é daqui. Os fregueses da casa ainda não chegaram para fazer o coro que vai até à noite. Enquanto isso, a moça do violão canta com intervalos, aguardando o horário de pique que é do almoço.
A música é sempre a popular brasileira, com ênfase na bossa nova, muito agradável de ouvir. Todas as músicas tocadas são da minha juventude. Tenho que pensar em coisas boas.
Coisa boa é o meu presente curtindo meus bisnetos como no almoço familiar de sábado. A minha cadeira de balanço ficou pequena para abrigar as três crianças no meu colo, fazendo caretas e carícias. A esteira estendida na sala de visitas onde os pequenos rolam, desenham, brincam com massinhas, se abraçam, dançam e estão sempre chamando a atenção do biso.
“Onde anda você”, a moça canta ao som do violão. Será mesmo esse o título da música?
Minhas plantas da parte interna da casa estão lindas e o enxerto da orquídea branca acho que pegou, trazendo mais felicidade no ambiente em que recebo as pessoas. O jardim externo local preferido das minhas bisnetas para brincar está com suas árvores verdes. São molhadas pelas meninas com uma mangueira de jardim com a água que vem da torneira.
Crianças sobem e descem a escada da casa numa alegria sem fim. Nesse mundo de inocência infantil me imunizo das maldades do mundo, criando forças para continuar por aqui, ainda achando o belo por onde ando e ouço.
A música intimista do bar nos fundos da minha casa continua, para alegria do meu domingo. É bom demais!
Gabriel Novis Neves
24-10-2021
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