Ando um tanto 'frouxo' para escrever cobre o cotidiano. Meu corpo pede cama para descansar.
Dormi tranquilo durante doze horas, mas sigo assim.
Esse ‘fenômeno’ já me acompanha há alguns meses.
Marquei uma consulta completa no Centro de Cardiologia. Passarei pelos exames clínicos e complementares.
Como é difícil entrar na casa dos noventa!
Muitos sucumbem às suas beiradas.
Temo estar nesse grupo, repleto de pessoas famosas ou conhecidas.
Neste mês, nos deixaram aos 89 anos o Papa Francisco, Pepe Mujica, guerrilheiro uruguaio. Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, em abril, também aos 89 anos.
Meu plano de saúde a cada dia complica mais a vida dos velhinhos, exigindo coisas que eles não têm, como as digitais para identificação.
São manobras que a cooperativa de serviços médicos implantou para evitar o uso dos seus produtos, como os exames de análises clínicas.
Com isso, quantos usuários, pagando o plano, deixam de usufruir dos seus benefícios?
Vivemos em um país que nada faz pela saúde dos idosos.
O trabalho prestado por eles à coletividade não é visto como uma dívida social, e os idosos vivem perambulando sem o apoio que a idade exige.
Para uma simples consulta médica, a espera é uma eternidade: muitos dias para agendar e, depois, horas para ser atendido.
Os médicos antigos estão se aposentando, e os novos não aderem ao plano por conta do valor elevado das luvas.
Os mais experientes abandonaram o convênio, e quem sofre é o cooperado.
Hoje precisei recorrer à diretora técnica do laboratório conveniado ao meu plano de saúde, ao secretário executivo e ao meu filho, médico de uma clínica de imagem, além de auxiliares, para conseguir autorização para um simples exame de sangue.
Se não fosse a boa vontade de todos, o pedido não seria aceito.
A cooperativa tem hospital moderno com UTI e pronto-atendimento, ambulatórios e alguns serviços de preços altíssimos, como o centro de infusão.
É uma pena estar tão distante dos seus cooperados.
Quantos terão esse apoio?
Gabriel Novis Neves
14-05-2025