segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

FORMIGUEIRO HUMANO


Neste restinho de ano e início de um outro, nossos aeroportos e estações rodoviárias mais parecem um formigueiro humano.


Tem gente da minha família pelos quatro cantos do mundo, com as mais variadas justificativas.


Um grupo foi para os Estados Unidos para saber se não é fakenews essa história das nevadas que está destruindo cidades e matando gente.


Outros em Portugal para terem a certeza que o inverno já chegou por lá e como está a nova variante do Covid 19 que atinge a China.


No Rio de Janeiro foi o grupo para constatar se a violência urbana diminuiu, e seus moradores de rua também, como os camelôs nas praias.


Alguns foram a ex-Cidade Maravilhosa apenas para cronometrarem o tempo de queima dos fogos de artifício das balsas na orla de Copacabana.


Outro grupo foi passar uns dias em resorts das praias do Nordeste para comparar seus preços com cidades turísticas da Europa.


Finalmente, após passar uns dias na fazenda do pantanal, alguns parentes foram descansar na fazenda do Hotel Fasano, nas proximidades da cidade de São Paulo, onde as crianças podem brincar em um lago artificial com animais domesticados.


O que seria da vida se não existissem essas extravagâncias comportamentais?


Seria uma sem graceira colossal, especialmente nesse período de final e entrada do ano.


Aqueles de menor poder aquisitivo entopem as rodoviárias e estradas, muitas vezes perigosas.


Às vezes esses deslocamentos feitos por ônibus e carros produzem mais cansaço que descanso.


As casas dos moradores das periferias são transformadas em verdadeiras hospedarias, tendo que abrigar até vinte parentes que vieram de cidades distantes e Estados.


Festa sempre é romaria, e ninguém está à procura de conforto.


Como diz aquele sábio ditado popular – boa romaria faz quem em sua casa fica em paz.


Se eu pudesse iria aproveitar esses dias de transações, para conhecer a China, comprar imunoglobulinas para uso próprio, em falta em Cuiabá, e constatar se a pandemia das variantes do Covid 19 recrudesceu mesmo fazendo muitas vítimas.


Vacinas não produzem mais efeito, segundo especialistas, valendo apenas proteção com máscara e gel, distanciamento social e verificar se os mortos não são mais enterrados, mas cremados logo após suas mortes cerebrais.


Assim celebramos as festas nestes dias, pelo menos no mundo ocidental, que é o novo.


Gabriel Novis Neves

29-12-2022






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