Quem é pago para dar informação é mal informado, e isso acontece ainda hoje em Cuiabá.
Há vinte dias telefono de segunda à sexta a um estabelecimento hospitalar procurando saber da chegada de um medicamento que é comprado no exterior, e que eu e outras pessoas usam todos os meses.
Ontem à tarde mais uma vez, sem esperanças liguei e recebi uma dura resposta: “Não temos nem informações do desembarque deste produto no Brasil. ”
Sei que os medicamentos importados sofrem uma rigorosa fiscalização por parte da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para serem liberados até chegar ao usuário.
Depois que o avião aterrissa no Galeão ou Guarulhos, os produtos farmacêuticos são escolhidos por amostragem e levados à Manguinhos ou ao Butantã para testes de qualidade.
Só depois e que são distribuídos aos demais Estados brasileiros.
Essa burocracia é lenta, como nos casos das vacinas para o Covid 19, ou frascos de imunoglobulinas para infusões.
Hoje cedo recebi um telefonema do Centro de Infusão me avisando da chegada da droga e marcando data e horário para o procedimento hospitalar.
Mesmo com as linhas telegráficas implantadas por Rondon há mais de um século ligando Cuiabá ao Amazonas e ao resto do Brasil, as novas e modernas tecnologias na área das comunicações, na terra de Rondon é falha.
As conquistas por aqui caminham devagar.
Em 1941 o 1º Campo de Aviação de Cuiabá era de terra, não operava à noite e estava localizado onde hoje é o Círculo Militar.
Nessa ocasião chegou a nossa capital a primeira autoridade federal do Brasil, sendo recebida pelo Interventor Júlio Muller e o Prefeito Isaac Póvoas.
Naquela época muitos cuiabanos ilustres preferiam viajar com suas famílias para o Rio de Janeiro pelo navio Guaporé.
Este saía pelo rio Cuiabá até a cidade de Corumbá, quando havia troca de embarcação para uma maior.
Antes dos navios tínhamos os hidros aviões, com poucas poltronas de madeira (8).
Eu me lembro da viagem que a minha família fez para o Rio de Janeiro decolando de pequeno hidroavião do cais do Porto do Rio Cuiabá (1940).
Como passageiros meus pais, Yara, Pedro, eu e o Coronel Comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, sr. Máximo Levy, pai do médico Eduardo Levy.
A pista para pequenos aviões era de terra batida e ficava no Pico do Amor, no Distrito do Coxipó da Ponte.
Em um mundo intoxicado por excesso de notícias ainda faltam informações na terra de Rondon, e aqui funciona o “ver pra crer”.
Gabriel Novis Neves
29-12-2022
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