quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

É


Quem é pago para dar informação é mal informado, e isso acontece ainda hoje em Cuiabá.


Há vinte dias telefono de segunda à sexta a um estabelecimento hospitalar procurando saber da chegada de um medicamento que é comprado no exterior, e que eu e outras pessoas usam todos os meses.


Ontem à tarde mais uma vez, sem esperanças liguei e recebi uma dura resposta: “Não temos nem informações do desembarque deste produto no Brasil. ”


Sei que os medicamentos importados sofrem uma rigorosa fiscalização por parte da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para serem liberados até chegar ao usuário.


Depois que o avião aterrissa no Galeão ou Guarulhos, os produtos farmacêuticos são escolhidos por amostragem e levados à Manguinhos ou ao Butantã para testes de qualidade.


Só depois e que são distribuídos aos demais Estados brasileiros.


Essa burocracia é lenta, como nos casos das vacinas para o Covid 19, ou frascos de imunoglobulinas para infusões.


Hoje cedo recebi um telefonema do Centro de Infusão me avisando da chegada da droga e marcando data e horário para o procedimento hospitalar.


Mesmo com as linhas telegráficas implantadas por Rondon há mais de um século ligando Cuiabá ao Amazonas e ao resto do Brasil, as novas e modernas tecnologias na área das comunicações, na terra de Rondon é falha.


As conquistas por aqui caminham devagar.


Em 1941 o 1º Campo de Aviação de Cuiabá era de terra, não operava à noite e estava localizado onde hoje é o Círculo Militar.


Nessa ocasião chegou a nossa capital a primeira autoridade federal do Brasil, sendo recebida pelo Interventor Júlio Muller e o Prefeito Isaac Póvoas.


Naquela época muitos cuiabanos ilustres preferiam viajar com suas famílias para o Rio de Janeiro pelo navio Guaporé.


Este saía pelo rio Cuiabá até a cidade de Corumbá, quando havia troca de embarcação para uma maior.


Antes dos navios tínhamos os hidros aviões, com poucas poltronas de madeira (8).


Eu me lembro da viagem que a minha família fez para o Rio de Janeiro decolando de pequeno hidroavião do cais do Porto do Rio Cuiabá (1940).


Como passageiros meus pais, Yara, Pedro, eu e o Coronel Comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, sr. Máximo Levy, pai do médico Eduardo Levy.


A pista para pequenos aviões era de terra batida e ficava no Pico do Amor, no Distrito do Coxipó da Ponte.


Em um mundo intoxicado por excesso de notícias ainda faltam informações na terra de Rondon, e aqui funciona o “ver pra crer”.


Gabriel Novis Neves

29-12-2022




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.