quinta-feira, 7 de abril de 2022

PREFÁCIO DE LIVROS


Escrevo diariamente textos, artigos e crônicas por prazer.


Consultei até o psiquiatra, pois comecei a gostar daquilo que escrevo.


Perguntei se estava no início da demência senil, tão comum em minha idade.


Recebi um honroso convite de uma amiga para escrever o prefácio do seu livro.


Ela me escolheu por encontrar mérito nas crônicas que publico, no meu blog do bar- do-bugre.


Sinceramente, sei que é uma honraria, mas sinto total incapacidade para essa tarefa.


Acho que fazer prefácio é trabalho para intelectual, qualidade que não encontro em mim.


Ocupei e implantei projetos acadêmicos em todo o Estado por muitos anos.


Trabalhei com cultura e arte.


Sou apenas um gestor de artistas e intelectuais.


Essa foi a causa da minha recusa para ser membro da nossa Academia de Letras.


Aceitei e fui o 1º Presidente da Academia de Medicina, por ser convocado pelo seu idealizador, nosso colega Vicente Herculano, para servir de para-raios da mesma, no seu nascedouro.


Quantos amigos, muitos que já se foram, insistiram tanto comigo para ser membro da Academia de Letras de Mato Grosso.


Graças a bondade da nossa eterna presidente, professora e historiadora Elizabeth Madureira, sou membro honorário do nosso IHGMT!


Gostaria de saber como me livrar dessa praga que peguei quando da implantação da UFMT.


Todas as propostas iniciais do meu trabalho foram rotuladas como sendo de ante- cultura.


A designação, por mim, de Universidade da Selva para nossa UFMT, causou desconforto entre os acadêmicos.


Inauguramos o Museu Rondon, com a proposta de um museu não tradicional, onde valorizávamos a beleza das esculturas indígenas, para chamar a atenção que essa gente primitiva que produzia arte e que estava sendo condenada a extinção, como centenas delas.


A construção da Oca e Casa da Flauta, construída pelos próprios índios ao lado do Museu Rondon e a água do parque aquático, foram alvos de críticas acadêmicas.


Essa incompreensão desfeita pelo tempo e só pelo tempo, me animaram a postar tudo aquilo que sempre sinto escrevendo crônicas diárias.


As sequelas da incapacidade para escrever prefácios permanecem.


Acho que não tenho mais tempo para minha reabilitação.


Como fazer para não desapontar os poucos, que tanto me valorizam como escritor de textos?


Gabriel Novis Neves

31-03-2022




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.