sexta-feira, 8 de abril de 2022

CUIABÁ 303 ANOS


O ouro abundante em sua região atraiu as expedições dos Bandeirantes no século XVIII.


Partiram de Sorocaba (SP) e conquistaram e mataram seus habitantes, os índios.


Levaram quase todo o nosso ouro, materializado pela escavação ao pé da Igreja do Rosário, região rica do minério sempre cobiçado.


A fundação de Cuiabá por Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes, aconteceu no dia 8 de abril de 1719.


Sua população era formada pelos índios Paiaguás, Coxipones e Bororos, sendo extintos os dois primeiros.


Quando nasci Cuiabá tinha 216 anos e suas principais riquezas além da mineração, eram a cana de açúcar, erva – mate, poaia, borracha.


Hoje são pontos importantes da minha cidade o comércio e a indústria representada pelo setor do agronegócio.


Também os serviços prestados por profissionais capacitados no ensino médio e superior.


A Casa dos Três Poderes é outro ponto forte da Cuiabá de 303 anos.


É a cidade dos estudantes.


Eu nasci no Centro Histórico, em casa na rua de Baixo.


O médico parteiro foi o Dr. Antônio Antunes Pinho Maciel Epaminondas.


Meus pais Olyntho Neves (Bugre do Bar) e Irene Novis Neves.


Meus padrinhos de batismo foram meus avós.


Dr. Alberto Novis e Eugênia de Vasconcelos Neves.


Meu padrinho de crisma, escolhido por mim em 1950, foi Dom Francisco de Aquino Corrêa.


Fui criado em uma pracinha que existia em frente da minha casa.


Era caminho obrigatório para o Morro da Luz, assim apelidado por abrigar o gerador de luz que abastecia Cuiabá na época que comecei a me entender por gente.


O córrego da Prainha era o local preferido pela criançada para pegar lambaris e pepitas de ouro que vendíamos para “seo” Miraglia.


A cidadezinha isolada no Centro-Oeste possuía cerca de 25 mil habitantes.


Naquela época o governo não tinha como fazer o censo.


A estatística era feita pelos registros de nascimentos no cartório.


Tudo girava em torno do Centro Histórico.


A Praça da República, a velha Catedral, o Palácio da Instrução, a Praça Alencastro com o Palácio do Governo Estadual, tendo como vizinhos o prédio da Receita Federal e o Palácio Residencial do “Coronel” João Celestino.


Essa Cuiabá da minha infância e juventude não existe mais, e está crônica será lida com dificuldade pelas novas gerações.


Tudo era tão perto, que o meu pai nunca teve necessidade de adquirir um automóvel.


O 1º edifício construído em Cuiabá, no final dos anos cinquenta, não apresentava em seu projeto garagem, por absoluta falta de necessidade.


É o Maria Joaquina, na Praça Alencastro, construído pelo empresário Philogonio, do ramo de mineração e pedras preciosas.


No Natal, percorríamos os presépios das ruas de Baixo, do Meio, de Cima, do Campo, da Voluntários da Pátria, do Mundeuzinho, da Avenida Dom Aquino, conhecida como rua dos Figueiredos.


O carnaval de rua tinha corso com lindas meninas que brincavam de jogar lança-perfume naqueles que as aplaudiam.


Narrar um pouquinho da Cuiabá da minha infância e parte da minha adolescência, me faz muito bem.


Cuiabá no dia da comemoração dos seus 303 anos, como na canção do poeta Paulinho da Viola, parece um rio que passou em minha vida!


Gabriel Novis Neves

07-04-2022


















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