sábado, 16 de abril de 2022

OS PITORESCOS XXI


Bem antigamente, tirar água do joelho era ir ao banheiro. Hoje, é ir ao ortopedista para fazer punção no joelho.


Na Cuiabá antiga, lamber sabão significava não perturbar. Saia daqui. Hoje, para quem perturba chamamos a Polícia.


Bem antigamente, viver bem era morar no Rio de Janeiro. Hoje, é uma merda.


Na Cuiabá antiga, todo mundo tinha medo do fim do mundo. Hoje, do fim do mês.


Bem antigamente, era bonito falar que fulano de tal era tão bom, que morria de trabalhar. Hoje, quem trabalha muito merece morrer.


Na Cuiabá antiga, patrões e empregados fumavam cigarros de palha com fumo da região. Hoje, só fumam cigarros sintéticos.


Bem antigamente, com o calor de Cuiabá, ninguém pensava ou precisava ir à sauna para transpirar. Hoje, Casas de Condomínio Fechado ou Edifícios de Luxo, possuem sauna e são frequentadas.


Na Cuiabá antiga, os homens eram muito dependentes da sua mulher. Hoje, continuam assim e até para ficar viúvo depende dela.


Bem antigamente, existiam muito buracos em Cuiabá e um seu Ex-Prefeito tinha o apelido de Mané Buraco. Hoje, muitos agradecem por existirem buracos, servindo de seguro esconderijo.


Na Cuiabá antiga, malandro era chamado de pato, que já nasce com os dedos colados para não usar alianças. Hoje, malandro para se casar, a noiva exige que ele faça cirurgia plástica para poder usar aliança.


Bem antigamente, viver em Cuiabá era uma bosta por causa do calor. Hoje, viver bem é na Chapada somente nos finais de semana, pois a cidade não tem nem shopping.


Na Cuiabá antiga, louco tinha uma vida tranquila e até namorava. Hoje, louco com dinheiro faz análise com médico analista para o resto da vida. Se for pobre, vira morador de rua.


Bem antigamente, preguiçoso era dono de sauna, que vivia do suor dos outros. Hoje, dono de sauna ganha muito mais dinheiro, pois sauna virou “ponto de encontros”!


Na Cuiabá antiga, médico, dentista, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, tinham clientes. Hoje, os clientes têm Planos de Saúde.


Bem antigamente, cliente era quem consumia um serviço ou produto. Hoje, quem consome droga é usuário.


Na Cuiabá antiga, os pais quando velhos, eram amparados pelos filhos. Hoje, vão para asilos escolhidos pelos filhos.


Bem antigamente, a Ponte Júlio Muller ligou Cuiabá à Várzea-Grande. Por um lado Cuiabá, do outro Várzea-Grande. Hoje, continua assim, mesmo com mais pontes.


Na Cuiabá antiga, quando estávamos fora sentíamos dor no coração. Hoje, saudades quando muito.


Bem antigamente, o próximo domingo após o carnaval, era chamado de domingo do enterro dos ossos do carnaval que passou. Hoje, na semana do carnaval não há carnaval e não temos o que enterrar.


Na Cuiabá antiga, entrar pelo cano significava se dar mal em alguma situação. Hoje, Cano é sobrenome de um atacante argentino veterano, que joga no time do Fluminense.


Bem antigamente, dar um sorriso amarelo correspondia à demonstração de satisfação. A cor amarela significa luz, calor, desconcentração, otimismo e alegria. Hoje, é mais comum dar o sorriso amargo. Para se ver livre dele, só com cirurgia plástica. É também chamado de bigode chinês.


Na Cuiabá antiga, dar no pé era uma expressão muito empregada. Significava ir embora, fugir, escapar, debandar sem que ninguém percebesse. Hoje, saem de fininho quando querem ir embora. Os eruditos saem à francesa quando querem ir embora.


Bem antigamente, nos domingos à tarde ouvíamos os jogos do Campeonato Carioca pelo rádio. Depois, vendo pela TV. Hoje, escrevendo “Os Pitorescos”.


Gabriel Novis Neves

06-04-2022




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