domingo, 27 de fevereiro de 2022

PITORESCOS XIV


Bem antigamente no Brasil só existia um time “grande” de futebol com as cores branco e preto em verticais, na sua camisa. Era o Botafogo de Futebol e Regatas do Rio de Janeiro.


Na Arena Pantanal tive a impressão que era o Fogão quem jogava contra o Flamengo.


Nas comemorações da super Copa Brasil eu tive a certeza, pelas cores da camisa, ser o Fogão de Garrincha, Didi, Nilton Santos, Amarildo e Zagalo, o Campeão.


Durante muito tempo o Galo foi filial do Fogão.


Na Cuiabá antiga, o povo só saia em massa à rua nas procissões de São Benedito. Hoje, para assistir futebol na Arena Pantanal


Bem antigamente, os ônibus que transportavam gente para festa era sempre alegre. Hoje, voltam do estádio de futebol na maior tristeza.


Na Cuiabá antiga, não existia internet. As gozações após as partidas de futebol eram feitas nas portas do bar do Bugre. Hoje, logo após qualquer evento importante, a internet está repleta de memes.


Bem antigamente, Cuiabá era conhecida como cidade onde existiam onças. Hoje, ficou conhecida como a cidade do galo.


Na Cuiabá antiga, algumas pensões serviam arroz com carne de “urubu”. Hoje, servem arroz com carne de “galo”. Urubu é como chamam o Flamengo. Galo é o Atlético Mineiro.


Bem antigamente, a única estação de rádio de Cuiabá funcionava com apenas dois funcionários. Hoje, só a Globo, lotou um hotel com seus funcionários para transmitirem o jogo do Galo com o Urubu.


Na Cuiabá antiga, jogador de futebol era trocado por um par de chuteiras para clubes do Rio de Janeiro. Hoje, jogador de grande clube do Rio, compra time inteiro de futebol de Cuiabá.


Bem antigamente, jogador de futebol no Brasil geralmente era brasileiro. Hoje, são tantos estrangeiros que jogam em clubes brasileiros, na 1ª e 2ª divisão, e muitos ficam na reserva dos titulares estrangeiros. Os técnicos também são estrangeiros.


Na Cuiabá antiga, aos domingos era dia de assistir touradas no Campo d’Ourique. Hoje, touradas são assistidas em jogos de futebol na Arena Pantanal.


Bem antigamente, pantanal ficava no pantanal. Hoje, a Arena Pantanal fica no cerrado cuiabano.


Na Cuiabá antiga, todo torcedor de futebol assistia às partidas com as suas habituais camisas de uso diário. Hoje, vão vestidos com a camisa do seu time.


Bem antigamente, um raio não caia duas vezes num mesmo local. Hoje, os raios do Huck caíram três vezes nas redes do Flamengo.


Na Cuiabá antiga, no ano em que nasci nossa cidade não tinha 30 mil habitantes. Hoje, esse numero de pessoas estava na Arena Pantanal.


Bem antigamente, jogador de futebol ganhava uma merreca. Hoje, só tem salário menor que modelos de revistas masculinas ou dançarinas de TV.


Na Cuiabá antiga, craque de futebol casava com filha do presidente do clube.

Hoje, o craque costuma arrumar emprego para o presidente do clube.


Bem antigamente, ninguém sabia que a introdução do hino nacional possuía letra. Hoje, ninguém conhece a letra da introdução e do hino nacional, e nem a boca abrem durante a execução do Hino Nacional. A não ser para mascar chicletes.


Na Cuiabá antiga, prestava-se homenagem a todos os acontecimentos da cidade. Hoje, prestamos homenagens ao Clube Atlético Mineiro e ao seu vice o Clube de Regatas do Flamengo.


Gabriel Novis Neves

27-02-2022






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