sábado, 26 de fevereiro de 2022

CARA DE CARNAVAL


Embora o carnaval possa ser festejado no mês de março, fevereiro é que tem cara de carnaval.


Com a pandemia e gente morrendo, continuaremos sem a folia do Momo.


Estou sabendo que as grandes redes de televisão, irão passar reprises de carnavais passados.


Só de sabermos que toda aquela alegria foi de um dia que passou em nossa vida, o espetáculo perde toda a sua graça.


Assim como assistimos um replay de um jogo de futebol, quando sabemos o resultado.


O carnaval está inserido numa rede de entretenimentos que gira milhões de reais, em uma grande roda de negócios.


Empresas de transportes aéreos e rodoviários. Taxistas. Hotéis, pensões e pousadas. Restaurantes, bares e botequins. Aeroportos e suas lojas e comércio os mais diversificados.


Tudo isso fica comprometido pela pandemia sem fim.


As recordações que tenho do carnaval são da minha infância no bar do meu pai.


Vendia tubos de lança-perfumes, sacos de confetes e rolos de serpentinas de cores variadas.


Atendia um ou outro mascarado que ia ao bar comprar cigarros.


Na porta do bar apreciava os carros de corso, de capote arriado com belas meninas fantasiadas, recebendo e jogando serpentinas no público que as aplaudiam.


O bloco dos mascarados com a participação das senhoras da sociedade, passavam pelas calçadas brincando com que conhecia.


O desfile dos blocos carnavalescos como o do Nhozinho do Porto, com a presença majoritária das crianças fantasiadas de índios com apitos nas bocas, fazia uma barulhada infernal.


Já no Rio de Janeiro, presenciei desfiles na antiga Avenida Central, com muitos índios e mulheres montadas a cavalo.


Depois, vi alguns desfiles na Avenida Presidente Vargas com as Escolas de Samba.


Presenciei ao aparecimento de Grupos, como o Cacique de Ramos, que lançou o magérrimo Zeca Pagodinho.


Desfilavam pela rua do Passeio passando em frente a Mesbla em direção a Lapa.


Retornei à Cuiabá e presenciei grandes desfiles de Escolas de Samba, como Pega no Meu, Deixa Cair e Mocidade Independente Universitária.


Há muito Cuiabá não tem mais carnaval de rua e seus principais clubes sociais, onde se festejava o bom carnaval, não existem mais.


Gabriel Novis Neves

22-02-2022






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