quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

DESENVOLVIMENTO DE CUIABÁ


Recebi de uma colega médica uma preciosidade histórica.  Trata-se de um vídeo de 1974 mostrando ruas, avenidas, veículos e costumes da Cuiabá antiga.


Uma jovem mulher, sob o olhar de dois homens de terno, gravata e chapéu, encostados a um velho jipe, passa correndo em direção ao rio Cuiabá, um pouco distante da ponte Júlio Muller.  


Solicita a um conhecido, que sabia estar ali, que a conduzisse na garupa da sua moto, até ao “Tabaris”. Iria levar um bilhete a uma mulher. Ele realizou o seu desejo.


Deixaram o Porto pela XV de Novembro, prosseguiram pela Rua Nova, passaram pela Praça Bispo Dom José. Continuaram seu trajeto pela Avenida da Prainha.  Bem adiante, à direita, o famoso “Bar Colorido” de dona Maria de Umbelina. A igreja de São Benedito ficou a esquerda do motoqueiro.  Continuaram pela Avenida do Areão em direção ao “Tabaris” no fundo do bairro Coxipó.  Finalmente chegaram ao escondido lugar da “boate” “Tabaris”.


A moça desceu da moto e em desabalada corrida desapareceu, levando um bilhete a uma das mulheres que trabalhava no Tabaris.


Durante todo esse percurso quase nenhum veículo circulando.  Isso em meados de 1974!


A UFMT já existia há quatro anos e o Estado de Mato-Grosso ainda não estava dividido.  Cuiabá possuía pouco mais de 100 mil habitantes.


O estudo sobre a divisão do nosso Estado foi tese do General Geisel na Escola Superior de Guerra.  Quando Geisel foi escolhido para ser Presidente da República, após preparar seu plano de governo, fez questão de visitar cinco instituições federais no Brasil.  


A 1ª foi na nossa UFMT, por sugestão do ministro Reis Veloso que a conhecia muito bem.  Assistiu por duas horas a uma palestra nossa, sobre o que pensávamos, sobre o desenvolvimento social e econômico de MT e qual seria o papel da nossa jovem universidade.  Terminada a fala, ao entrar no carro do governador Fragelli, revelou a ele que iria dividir o Estado. A UFMT daria suporte ao novo Estado de Mato Grosso.


Hoje, o trajeto do Porto até o local onde funcionava o Tabaris, é realizado por modernos e variados meios de transportes, com filas de veículos e uma infinidade de semáforos, em ruas e avenidas pavimentadas.  A moça que levou o bilhete das margens do Cuiabá ao Tabaris, hoje se comunica pelo celular.  O lugar onde existia o Tabaris é mais um dos modernos bairros de Cuiabá, cidade de mais de 600 mil habitantes.


Que doçura viver em uma cidade em que bilhetes eram meio de comunicação!


Gabriel Novis Neves

22-01-2022





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