Bem distante da minha casa da rua do Campo, ficava na avenida Generoso Ponce o armazém do Totó Carijó.
Fui lá poucas vezes, depois que ganhei do meu pai de presente de aniversário de 15 anos, uma bicicleta de duas rodas.
O pneu da mesma não era nem balão ou fina e a marca era Philips. Seu preço foi de 1.500 cruzeiros um horror de caro, só mesmo para presentes em datas muito especiais.
Na estreia da minha “sonhada” bicicleta levei um tombo danado na descida da avenida XV de Novembro, na chegada à agência Miguéis no Porto, onde fora saber da chegada da carga para o bar do meu pai.
Nessa época o transporte de São Paulo para Cuiabá era o fluvial.
O armazém de Totó Carijó ficava na Avenida Generoso Ponce.
Era muito sortido, onde você encontrava de tudo para as necessidades caseiras, e boas “conversas fiadas”.
Na esquina da rua Joaquim Murtinho com a Generoso Ponce, existia um armazém cuja especialidade era de material de caça e pesca, esportes favoritos do cuiabano.
Rede para a “caça de espera”, com lanterna especial, espingarda e munição.
Varas para pescar pacu, pintado ou piraputanga com linha de carretel e anzol com isca.
Barcos com motor na popa, para esse “esporte” tanto praticado, eram encontrados nesse armazém.
Vendia também vasilhames para uso domiciliar.
Pequenos armazéns ainda existem espalhados pela moderna Cuiabá de 600 mil habitantes!
A presença dos Supermercados com filiais nos bairros, o comércio atacadista, espremeram o raio de ação dos saudosos armazéns.
Ainda encontramos essas preciosidades que hoje são chamados de “mercadinhos” numa alusão aos “supermercados”, atendendo, geralmente moradores das suas proximidades.
Sou da geração dos armazéns, porém há muitos anos faço as minhas compras semanais nos grandes “supermercados”, deixando em mim uma nostalgia danada quando me lembro dos antigos armazéns do Tingo, Dutra, Waldemar Barreto, “seo” Zeca e Totó Carijó.
Gabriel Novis Neves
07-01-22
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.