sábado, 19 de fevereiro de 2022

PITORESCOS XIII


Bem antigamente, os grandes times de futebol do Brasil, faziam excursões pela Europa. Venciam todos os jogos. Hoje, só jogam fora da América quando conseguem ser campeões da Libertadores, e perdem a decisão para um clube europeu.


Os times brasileiros de futebol acham os treinadores estrangeiros mais competentes e os contratam para dirigirem seus times. Para treinar a seleção brasileira, composta por jogadores europeus, o técnico é brasileiro. 


O time do Cuiabá Esporte Clube é conhecido como “Dourado”. Seu técnico é “Pintado”. Os dois peixes são encontrados nos rios do nosso pantanal.


Na Cuiabá antiga, o Palmeiras tinha muitos torcedores aqui. Hoje, time da Inglaterra tem torcida maior.


Nosso time de futebol tem nome de peixe (Dourado). O Palmeiras é “porco”. Ambos não possuem o título de campeões do mundo.


Bem antigamente sábados e domingos eram dias alegres. Hoje, temos receios de “noticias tristes”.


Na Cuiabá antiga, ficar pelada era só na hora do banho. Hoje, quando diz que precisa pagar a mensalidade da faculdade.


Bem antigamente, mulher era criada para ficar em casa até se casar. Hoje, estão nos cursos noturnos e não precisam se casar.


Na Cuiabá antiga, noticia corria de boca a boca. Hoje, corre pela internet.


Bem antigamente, irmão visitava irmão. Hoje, dificilmente se falam.


Bem antigamente, conheci a “rainha” que era uma peça do jogo do xadrez. Hoje, a “Rainha é da Inglaterra”.


A rainha do jogo de xadrez comia todo mundo inclusive o “bispo”. A da Inglaterra é eterna.


Na Cuiabá antiga, xadrez era jogo. Hoje, prisão.


Bem antigamente, os médicos receitavam o uso de tornozeleiras. Hoje, o Ministério Público é quem indica.


Na Cuiabá antiga, vitimas de traumas no tornozelo usavam tornozeleiras. Hoje, grã-finos chefes de organizações criminosas.


Bem antigamente, usar revolver na cintura era sinal de poder. Hoje, quem usa é chamado de pistoleiro.


Na Cuiabá antiga, “passar a mão” era o mesmo que roubar. Hoje, é assédio e a vítima vai se queixar na polícia.


Bem antigamente, as mulheres mais velhas eram chamas de “tcha”. Na minha casa gostávamos muito da “tcha Gregória”, ótima lavadeira.


Na Cuiabá antiga, correr atrás da notícia, era saber das novidades. Hoje, saber das novidades é no salão dos cabelereiros.


Bem antigamente, as mulheres saiam com “rolos nos cabelos”. Hoje, “nem mortas”. Quando muito em programas de humor da TV.


Na Cuiabá antiga, fazer rolo era enrolar o cabelo. Hoje, arrumar confusão.


Bem antigamente, se dizia que certas mulheres “aprontavam”. Hoje, são chamadas de “barraqueiras”.


Na Cuiabá antiga, certos homens “pintavam o sete”. Nunca comparável ao que fazia Garrincha com a “camisa sete”.


Na Cuiabá antiga, o nosso vocabulário precisava de tradutor para os chegantes. Hoje, “pintam o sete” e todo mundo entende.


Bem antigamente, ficar amarelo era o mesmo que ficar sem graça. Hoje, a vida perdeu a graça e ninguém muda mais de cor.


Na Cuiabá antiga, aproveitar a vida era “pintar o sete”.


Bem antigamente,  o cuiabano conhecia um único método, para evitar a gravides das suas mulheres. Falavam que usavam “camisinha de vento”. Hoje, alguns ainda falam assim para esse preservativo.


Na Cuiabá antiga, era bonito ter muitos filhos. Hoje, sinal de irresponsabilidade.


Bem amigamente os índios tinham inveja das famílias “dos brancos” com muitos filhos. Hoje, os “casais de brancos” têm menos filhos que os dos índios.


Bem antigamente,  os índios controlavam o número de filhos, pois constantemente eram obrigados a mudar de lugar atrás de comida, e fugir do sol ou lua. Hoje, possuem celular para pedir comida pronta na pensão mais próxima da sua tribo e paga pelo PIX. Elas sempre conheceram plantas e ervas anticoncepcionais.


Na Cuiabá antiga, índio vinha à cidade para vender seus artesanatos, chamados de arte

Hoje, vem à cidade para se divertirem em festas de rodeios, com cantores sertanejos.


Bem antigamente, se fumava muito. Hoje, se fuma mais em hospitais psiquiátricos.


Na Cuiabá antiga, os alcoólatras eram internados nos hospitais gerais para desintoxicação, quando possuíam dinheiro. Hoje, os pobres alcoólatras são jogados nos hospitais psiquiatras. Geralmente fogem e são presos pela policia.


Gabriel Novis Neves

13-02-2022




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