sábado, 30 de novembro de 2013

CLAMOR

Estamos vivendo um momento político importante para a revisão das condutas carcerárias, até então totalmente desprezadas pela sociedade civil.
A prisão de pessoas públicas de vulto no cenário nacional levou a um desdobramento da maior importância – a diferença de tratamento na prisão dos poderosos e a aplicação do sistema penal para os detentos comuns.
Livres para receberem visitas em diferentes horários contrastavam, grosseiramente, com as dificuldades encontradas pelos parentes dos pobres mortais para os mesmos fins.
Em termos reais, esse simples clamor pelo aprimoramento do setor judicial já teria sido relevante.
Algo terá que ser feito quando um dos componentes do Supremo Tribunal Federal (STF) preconiza como válida a fuga de um dos condenados para o exterior, admitindo as péssimas condições do nosso sistema carcerário.
Se não mártires políticos, como se julgam os condenados do chamado mensalão, com certeza, eles terão sido os réus da democracia.
Novos desdobramentos ocorrem com rebeliões em vários presídios do país.
A descrença da população nos partidos políticos, no Congresso Nacional, no Poder Judiciário, no Poder Legislativo e na Polícia é algo  assustador, tendo em vista que estamos a poucos meses de novas eleições.
Com um pouco mais de credibilidade continuam as Forças Armadas e a Igreja.
Pela ausência de alternativas as escolhas são feitas entre as políticas públicas mais eficientes, já que os diversos partidos estão todos incluídos pela população como pertencentes a um mesmo saco de corrupção.
Há de se atentar que o desdobramento dessas crises é sempre preocupante, uma vez que põe à prova o quanto as nossas instituições democráticas podem segurar tantas incongruências.

Gabriel Novis Neves
25-11-2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.