domingo, 10 de novembro de 2013

BUROCRATAS

Entardecia o domingo no céu poluído por queimadas em bairros nobres da minha ex-Cidade Verde. Ao presenciar o assassinato da natureza comecei a pensar em coisas mais desagradáveis, talvez num ato de defesa, e que só Freud explica.
Cheguei à conclusão que, dos infortúnios da vida, nada se compara ao nosso péssimo serviço público.
Precisar recorrer a ele é iniciar uma vida de calvários.  O pior é que quanto mais “titulados” forem esses servidores, maior a nossa rejeição pelos chamados chefes dessas instituições cantadas em marchinhas de antigos carnavais como funcionários “O de Penacho”, protetores das “Marias Candelárias”.
Muitos são despreparados, com pouca ética e despidos de conhecimentos básicos de humanismo, com salários e vantagens exorbitantes - num verdadeiro deboche a nós trabalhadores que pagamos as suas extravagâncias.
Dentre eles, alguns parasitas apadrinhados, tudo realizam como frustrados emocionais para prejudicar o patrão, que somos nós.
Justiça se faça a esse grupo de elite do serviço público: sabe como ninguém fabricar leis que os beneficie.
Mato Grosso é o Estado que melhor paga aos seus “chefes”.
Desconheço, na atual geração lúcida, alguém que tenha orgulho de ser funcionário público distante da cúpula do poder. Prefere ignorar os prepotentes, chantagistas, negocistas, burocratas incrustados nos postos mais elevados dos poderes constituídos desta nação, onde sua única característica é a perseguição aos colegas menores e, principalmente, aos usuários desses serviços. Servidores infratores da ética são os defensores do jeitinho brasileiro.
É muito difícil sobreviver em uma nação onde a promiscuidade de costumes está institucionalizada e protegida por aqueles que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos para fiscalizar e fazer cumprir as leis.
Os poderes funcionam como peças genéricas daquilo que deveria ser a nossa proteção.
A impunidade da “elite predadora” é uma das principais funções desses desacreditados serviços burocráticos que consomem grande parte dos recursos destinados ao nosso desenvolvimento.
Sou um desiludido da justiça social neste país arrogante e metido a sério.
Nossos barnabés graduados e com poder de decisão poderiam copiar o modelo da Suécia de como deve ser um funcionário público.
Enquanto isso, continuamos vivendo o delírio de grandeza de um país que não somos.

Gabriel Novis Neves
01-10-2013

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