Entardecia
o domingo no céu poluído por queimadas em bairros nobres da minha ex-Cidade Verde.
Ao presenciar o assassinato da natureza comecei a pensar em coisas mais desagradáveis,
talvez num ato de defesa, e que só Freud explica.
Cheguei
à conclusão que, dos infortúnios da vida, nada se compara ao nosso péssimo serviço
público.
Precisar
recorrer a ele é iniciar uma vida de calvários.
O pior é que quanto mais “titulados” forem esses servidores, maior a nossa
rejeição pelos chamados chefes dessas instituições cantadas em marchinhas de antigos
carnavais como funcionários “O de Penacho”, protetores das “Marias Candelárias”.
Muitos
são despreparados, com pouca ética e despidos de conhecimentos básicos de humanismo,
com salários e vantagens exorbitantes - num verdadeiro deboche a nós trabalhadores
que pagamos as suas extravagâncias.
Dentre
eles, alguns parasitas apadrinhados, tudo realizam como frustrados emocionais para
prejudicar o patrão, que somos nós.
Justiça
se faça a esse grupo de elite do serviço público: sabe como ninguém fabricar leis
que os beneficie.
Mato
Grosso é o Estado que melhor paga aos seus “chefes”.
Desconheço,
na atual geração lúcida, alguém que tenha orgulho de ser funcionário público distante
da cúpula do poder. Prefere ignorar os prepotentes, chantagistas, negocistas, burocratas
incrustados nos postos mais elevados dos poderes constituídos desta nação, onde
sua única característica é a perseguição aos colegas menores e, principalmente,
aos usuários desses serviços. Servidores infratores da ética são os defensores do
jeitinho brasileiro.
É muito
difícil sobreviver em uma nação onde a promiscuidade de costumes está institucionalizada
e protegida por aqueles que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos para fiscalizar
e fazer cumprir as leis.
Os
poderes funcionam como peças genéricas daquilo que deveria ser a nossa proteção.
A impunidade
da “elite predadora” é uma das principais funções desses desacreditados serviços
burocráticos que consomem grande parte dos recursos destinados ao nosso desenvolvimento.
Sou
um desiludido da justiça social neste país arrogante e metido a sério.
Nossos
barnabés graduados e com poder de decisão poderiam copiar o modelo da Suécia de
como deve ser um funcionário público.
Enquanto
isso, continuamos vivendo o delírio de grandeza de um país que não somos.
Gabriel Novis Neves
01-10-2013
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