Costumamos
falar, de uma maneira genérica, que na prática a teoria é outra.
Nada
mais certo e mais fácil de ser entendido, uma vez que somos seres que respondem a reflexos e a
condicionamentos desde que nascemos.
Tudo
que é adquirido nos primeiros anos de vida nos aprisiona de tal maneira que nos
impede de romper essas amarras ditadas pelo meio familiar e ambiental,
impedindo que coloquemos em prática os comportamentos que julgamos corretos,
adquiridos, posteriormente, por reflexão.
Costuma-se
dizer que ninguém muda ninguém.
Apesar
de não totalmente verdadeiro, pois acredito na capacidade de transformação do
ser humano, nos deparamos frequentemente reagindo de maneira arcaica, apesar da
tentativa de sermos coerentes com o nosso discurso.
Isso
é muito visível quando, por exemplo, vemos figuras artísticas famosas que se
impõem por frases libertárias como, “é proibido proibir”, se desmantelarem nas
nossas fantasias quando suas práticas de vida são antagônicas às suas citações.
É
que, infelizmente, somos vítimas dos
nossos antigos aprendizados e, dificilmente, pela vida afora nos livramos
dessas amarras.
Nas
pessoas que se autoavaliam constantemente isso é visto com tristeza, como se um
retrocesso no ser em que pretendemos nos
transformar.
O
descondicionamento de valores falsos, tal como os reflexos patológicos, é
sempre muito difícil e requer uma
atenção permanente, nem sempre bem sucedida sem o auxílio de um terapeuta.
O
fato é que o discurso teórico e a prática de vida não costumam andar de mãos
dadas.
Algumas
pessoas mais reflexivas procuram ajuda
psicoterápica no intuito do autoconhecimento e, portanto, tentando conciliar
teoria de vida com prática operante.
“Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona.
Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por que”. Cartaz de uma
repartição pública em Brasília.
Van
de Snepscheut afirmava que “na teoria, não há nenhuma diferença entre teoria e
prática. Mas, na prática, há”.
Gabriel Novis Neves
10-11-2013
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