O conceito
de saúde da Organização Mundial de Saúde(OMS) é tão abrangente que se formos interpretá-lo
ao pé da letra o que está escrito, descobriremos que todos nós somos doentes.
Então,
a saúde não existe? Em parte, sim. A situação é tão grave, que afeta o sistema orgânico
e o emocional. Tanto é assim que, na terra das “especialidades das especialidades”,
que são os Estados Unidos da América do Norte (USA), a paixão é considerada uma
doença. Existem até clínicas onde os apaixonados são internados para tratamento
e possível cura. A paixão não patológica é quando ela antecede ao amor. Tem que
se transformar após algum tempo, que é de prazo variável, em amor. O estado passional
condiciona uma grande alteração química no organismo. Exatamente por isso não pode
ser duradoura, apenas necessária para conduzir ao amor perpetuador da espécie.
Quando
isso não ocorre, a paixão é considerada doença, e deve ser tratada como tal.
Ninguém
consegue conviver com uma pessoa apaixonada. Geralmente são viscosas e o seu mundo
se resume em um único objeto.
Quando
sentem que foram abandonadas, arrumam uma série de desculpas para tentar esconder
o seu fracasso. O absurdo chega ao ponto de gostar de alguém que não gosta de nós.
A esta
altura outra patologia surge, que é a perda total da autoestima.
Esta
exige tratamento não hospitalar, e sim o apoio de profissionais muito preparados
para uma recuperação lenta e gradual da nossa autoestima, sem a qual ficamos sem
parâmetros para enfrentar as tarefas mais simples.
Esse
é o perfil do apaixonado que necessita de tratamento médico.
Entretanto,
existem métodos empíricos usados com muita frequência pelos apaixonados resistentes
aos tratamentos médicos.
Os
bares conhecidos pelas suas “músicas de fossa”, a nossa antiga “dor de cotovelo”,
dizem que ajuda.
E como
é rica essa nossa farmácia que só funciona à noite! Momento ideal para uma catarse
de sofredores desse mal.
Com
efeito, de choque elétrico, são lembrados versos antigos de algumas canções, como
aquela que dizia que “o amor é simplesmente o ridículo da vida”. O amor não é doença.
Por analogia, é acura da paixão. O difícil é que quando estamos apaixonados ficamos
tão desvalorizados que pensamos que amamos. É possível ter saúde?
Gabriel Novis Neves
17-10-2013
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