sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CAMINHO

“O caminho se faz caminhando”, entretanto, é difícil encontrar aquele que pensamos ser o melhor para nós.
A escolha da profissão que fazemos, lá pelos quinze anos, é como ganhar na loteria.
Imagine um garoto decidir se gostaria de passar a sua vida toda em um hospital acompanhando o sofrimento humano ou em uma sala de aula lecionando.
E quando procuramos o rumo da nossa vida afetiva?
Nesses momentos, lembro-me dos versos de Dolores Duran, que partiu antes de encontrar o seu próprio caminho - “Se eu soubesse, naquele dia o que sei agora, eu não seria esse ser que chora, eu não teria perdido você”.
Mas, pelo que sei, é proibido adivinhar, daí a dificuldade de saber, entre os vários itinerários que surgem na nossa vida, aquele que nos conduza à paz.
Durante o meu longo curso de medicina sempre me perguntava se era mesmo aquele caminho que queria para viver o resto da minha vida.
Depois de formado fiz muito esforço para não me arrepender. Talvez as incursões que fiz fora da medicina, sem nunca tê-la abandonado, tenham me oferecido o grude necessário para amá-la e exercê-la até hoje.
Intuitivamente, sempre tive uma companheira no exercício da medicina. Atualmente é a comunicação, surgida por orientação analítica.
Tentar sempre novos horizontes faz bem à saúde física e, principalmente, à mental.
Embora de uma timidez quase patológica, sempre me embrenhei por novas veredas, chamadas de desafios.
Foram inúmeros e de todas as origens. Nunca os recusei profissionalmente, mesmo sabendo que os resultados não poderiam ser os esperados por mim.
Aprendi a não desprezar os subprodutos dessas empreitadas. Esses são riquíssimos como os caminhos que julgamos os melhores.
O mais belo deles, talvez, seja desvendar a alma humana, algo que torna a medicina a mais atraente das profissões.
Os filósofos dizem que o perigo é um dia encontrarmos aquele que julgamos ser o nosso verdadeiro Norte.
Se assim fosse, estariam fechadas todas as nossas possibilidades de novas descobertas - que encontramos caminhando.

Gabriel Novis Neves

28/10/2013

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