A Secretaria
Municipal de Saúde instituiu um prêmio para os médicos. A notícia, no entanto, não
será comemorada pela classe, pois se trata de um verdadeiro presente de grego.
Há
muito tempo o sindicato luta “para valorizar a carreira do médico, com um plano
de cargos e salários adequado, um piso salarial condizente com a sua atuação, a
realização de concurso público e melhores condições de trabalho”.
A Presidente
do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso disse que as reivindicações da classe não
foram atendidas, e a instituição do tal prêmio nem foi discutida com os interessados.
Atualmente,
estes profissionais recebem salários que variam entre R$ 1.200,00 e R$ 1.500,00,
informa o Secretário Municipal de Saúde.
Acrescentando
o adicional por insalubridade e “prêmios”, que é o nome do antigo “mensalinho”,
estratégia administrativa incorreta para aumentar os ganhos, esses médicos receberiam
R$ 3.000,00 por mês.
É oportuno
esclarecer que o tão combatido “mensalinho”, agora transformado em prêmio, não entra
no cálculo para a aposentadoria, licença para tratamento de saúde, férias e 13º
salário.
Isso
só é possível acontecer no serviço público. Jamais uma empresa privada usaria esse
artifício para melhorar o salário dos seus funcionários. A justiça trabalhista,
sempre atenta, não permitiria.
O engodo
do aumento salarial dos médicos municipais seria feito pela seguinte forma matemática,
possivelmente importada da China: salário do médico, mais o adicional de insalubridade
e o “prêmio’”. A secretaria se compromete a arredondar para R$ 3.000,00 por mês.
“Estes
profissionais deverão cumprir uma jornada de trabalho de 20 horas semanais, realizando
60 consultas neste período no caso de especialistas.”
“Para
o clínico geral o número de consultas sobe para 80.”
“Os
retornos de atendimentos, onde o diagnóstico é fechado e a terapêutica prescrita,
não serão computados para garantir o prêmio.”
A Presidente
Elza Queiroz do Sindimed (Sindicato dos Médicos), afirmou que este prêmio não foi
pedido pelo sindicato. A iniciativa partiu da própria Secretaria de Saúde, inspirada
nas antigas administrações municipais que, repito, adotavam o nome de “mensalinho”,
numa alusão à “merenda” paga mensalmente pelo executivo a determinados políticos.
Diz
a Presidente que jamais defenderá esse prêmio, e lutará pelo fim dos “penduricalhos”
- o que só será possível com um piso salarial de R$ 10.000,00, estabilidade e condições
de trabalho.
A medida
adotada, na verdade, é um verdadeiro presente de grego dado em pleno período Natalino.
Gabriel
Novis Neves
26-10-2013
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