Essa
é a tônica no momento - que bem define o estado de espírito de toda a sociedade
civil.
Desde
a ilusão fantasiosa de uma melhoria dos valores éticos proclamados por alguns
otimistas, até o desfecho das manifestações populares iniciadas em junho
próximo passado, verificamos que todos se mostram cansados e descrentes com
relação a uma necessidade de mudanças profundas pelas classes dominantes.
Os
apelos das ruas, apesar de cada vez mais veementes, têm sofrido odesgaste da
impotência e se mostram cada dia mais desgastado. A classe média,que deles
participava, debandou, acuada pela violência que a eles se agregou.
Nada
ocorre de substancial com o propósito de melhorias gerais nas demandas das
populações, e isto, inclusive, em todos os lugares do mundo.
O
que nos passa é uma grande dissociação entre a atitude dos governantese a
devida atenção para os anseios que afligem aqueles que os elegeram.
Temor
e pudor já não mais contam e os desmandos e a corrupção feitos à luz do dia,
sem maiores preocupações com o que possam provocar nos seus míseros governados.
A
grande maioria dos políticos está apenas preocupada com seus próprios umbigos e
com as suas respectivas reeleições e, dessa maneira, com a manutenção dessas
práticas que privilegiam apenas uns poucos apadrinhados, enquanto uma população
é totalmente esmagada pelo descaso e pela injustiça social.
Fazem-me
rir e, ao mesmo tempo, chorar, preocupações com o “mais médicos”, quando nada
foi feito durante anos e anos com relação aos esgotos a céu aberto , tão comuns
na periferia das grandes cidades.
As
reformas básicas importantes são sempre postergadas e simplesmente caem no
esquecimento, de governo para governo.
Cidades
deslumbrantes como o Rio de Janeiro e as que envolvem o Pantanal, como Cuiabá,
que poderiam ter uma renda expressiva em função do turismo, são abandonadas à
sua própria sorte, tendo índices de criminalidade assustadores que inviabilizam
as suas potencialidades.
Se
Medellín, outrora a cidade mais violenta do mundo, venceu todas assuas
dificuldades e se tornou modelo de organização, o que estará acontecendo
conosco que a cada dia aumentamos a nossa insegurança?
Nossas
praias, de beleza reconhecida mundialmente, são também consideradas as mais
poluídas do planeta, sem que sequer algum tipo de solução seja proposta.
Cidades
hiperpopulosas, com a diminuição do IPI dos automóveis e a não duplicação de
suas vias, apresentam tráfego caótico, à beira da estagnação.Nunca foi pensado
o aumento de vias, pelo contrário, até foram destruídas algumas poucas que
existiam como no caso do Rio de Janeiro, numa sequência de atos que inviabilizam o bem estar de seus habitantes.
Falcatruas
políticas graves são questionadas no dia-a-dia pelas diversas mídias e, tal
como seres anestesiados, cada vez nos vemos mais impotentes no tocante a
qualquer tipo de punição efetiva.
Direitos
promulgados pela nossa última Constituição, como direito à saúde e à educação
para todos, são desrespeitados sem maiores questionamentos políticos.
Estamos,
lamentavelmente, nos acostumando ao caos que nos rodeia.
A
sensação geral é a de um imenso cansaço cujo único antídoto é a tenacidade da
nossa juventude que ora se vislumbra.
O
que nos anima é que o mundo já passou por momentos bem piores e caminha, mesmo
a passos de tartaruga, para uma melhor e mais eficiente organização social,
aqui e no resto do planeta.
Dizem
os estudiosos que estamos num país que ainda não está pronto.
Quando,
afinal, estaremos?
Gabriel Novis Neves
13-11-2013
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