quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CANSAÇO

Essa é a tônica no momento - que bem define o estado de espírito de toda a sociedade civil.
Desde a ilusão fantasiosa de uma melhoria dos valores éticos proclamados por alguns otimistas, até o desfecho das manifestações populares iniciadas em junho próximo passado, verificamos que todos se mostram cansados e descrentes com relação a uma necessidade de mudanças profundas pelas classes dominantes.
Os apelos das ruas, apesar de cada vez mais veementes, têm sofrido odesgaste da impotência e se mostram cada dia mais desgastado. A classe média,que deles participava, debandou, acuada pela violência que a eles se agregou.
Nada ocorre de substancial com o propósito de melhorias gerais nas demandas das populações, e isto, inclusive, em todos os lugares do mundo.
O que nos passa é uma grande dissociação entre a atitude dos governantese a devida atenção para os anseios que afligem aqueles que os elegeram.
Temor e pudor já não mais contam e os desmandos e a corrupção feitos à luz do dia, sem maiores preocupações com o que possam provocar nos seus míseros governados.
A grande maioria dos políticos está apenas preocupada com seus próprios umbigos e com as suas respectivas reeleições e, dessa maneira, com a manutenção dessas práticas que privilegiam apenas uns poucos apadrinhados, enquanto uma população é totalmente esmagada pelo descaso e pela injustiça social.
Fazem-me rir e, ao mesmo tempo, chorar, preocupações com o “mais médicos”, quando nada foi feito durante anos e anos com relação aos esgotos a céu aberto , tão comuns na periferia das grandes cidades.
As reformas básicas importantes são sempre postergadas e simplesmente caem no esquecimento, de governo para governo.
Cidades deslumbrantes como o Rio de Janeiro e as que envolvem o Pantanal, como Cuiabá, que poderiam ter uma renda expressiva em função do turismo, são abandonadas à sua própria sorte, tendo índices de criminalidade assustadores que inviabilizam as suas potencialidades.
Se Medellín, outrora a cidade mais violenta do mundo, venceu todas assuas dificuldades e se tornou modelo de organização, o que estará acontecendo conosco que a cada dia  aumentamos  a nossa insegurança?
Nossas praias, de beleza reconhecida mundialmente, são também consideradas as mais poluídas do planeta, sem que sequer algum tipo de solução seja proposta.
Cidades hiperpopulosas, com a diminuição do IPI dos automóveis e a não duplicação de suas vias, apresentam tráfego caótico, à beira da estagnação.Nunca foi pensado o aumento de vias, pelo contrário, até foram destruídas algumas poucas que existiam como no caso do Rio de Janeiro, numa sequência de atos  que inviabilizam  o bem estar de seus habitantes.
Falcatruas políticas graves são questionadas no dia-a-dia pelas diversas mídias e, tal como seres anestesiados, cada vez nos vemos mais impotentes no tocante a qualquer tipo de punição efetiva.
Direitos promulgados pela nossa última Constituição, como direito à saúde e à educação para todos, são desrespeitados sem maiores questionamentos políticos.
Estamos, lamentavelmente, nos acostumando ao caos que nos rodeia.
A sensação geral é a de um imenso cansaço cujo único antídoto é a tenacidade da nossa juventude que ora se vislumbra.
O que nos anima é que o mundo já passou por momentos bem piores e caminha, mesmo a passos de tartaruga, para uma melhor e mais eficiente organização social, aqui e no resto do planeta.
Dizem os estudiosos que estamos num país que ainda não está pronto.
Quando, afinal, estaremos?

Gabriel Novis Neves
13-11-2013

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